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Ricardo Santos é o novo campeão nacional de “pros”
24/09/2016 06:29 HUGO RIBEIRO
Ricardo Santos após a vitória a ser entrevistado pelo SportTV / © D.R.

Joaquim Sequeira vence nos seniores, Susana Ribeiro nas senhoras, provas foram no Oporto GC

Ricardo Santos conquistou hoje (sexta-feira) o seu segundo título de campeão nacional, repetindo o sucesso de 2011 em Ribagolfe, e pode orgulhar-se de ter saído sempre vencedor nas duas edições da prova que melhores listas de inscritos apresentaram. 

O algarvio de 34 anos derrotou no primeiro buraco de play-off o seu amigo e rival, Tiago Cruz, da mesma idade, desforrando-se da “morte súbita” com que tinha perdido o título, frente a este mesmo adversário, em 2014, em Lagos. 

O Solverde Campeonato Nacional PGA foi sancionado pela Federação Portuguesa de Golfe e foi organizado pela PGA de Portugal pelo segundo ano seguido no Oporto Golf Club, em Espinho, distribuindo 12.800 euros em prémios monetários. Amanhã (sábado), joga-se o Mateus Rosé Pro-Am, a partir das 9h00, e ao início da tarde realizar-se-á a cerimónia de entrega de prémios dos quatro torneios deste Solverde Campeonato Nacional PGA. 

Hoje, para além de Ricardo Santos, foram hoje ainda coroados dois outros campeões nacionais: Susana Ribeiro e Joaquim Sequeira revalidaram os títulos feminino e de seniores, mas é imperativo salientar que a melhor jogadora do torneio foi Leonor Bessa. Simplesmente, por ser ainda amadora, não pode deter o estatuto de campeã de profissionais. 

Os três torneios em disputa foram renhidos até ao fim e só se decidiram pelas margens mínimas. 

Torneios feminino e de seniores 

Equilíbrio de forças se não se contar com Leonor Bessa, que claramente arrasou a concorrência. A bicampeã nacional de sub-18 somou 148 pancadas, 6 acima do Par, após voltas de 73 e 75, e deixou Susana Ribeiro (79+79) a 10 pancadas de distância e Mónia Bernardo (75+84) a 11. 

No entanto, como o título e o estatuto de campeã nacional foi decidido entre Susana Ribeiro e Mónia Bernardo, e houve apenas 1 pancada a separá-las. Este Campeonato Nacional feminino ficou marcado pela intoxicação alimentar da agora bicampeã nacional na madrugada de quarta-feira, que a limitou de sobremaneira. 

Entre os seniores, foi também 1 pancada a dar o terceiro título a Joaquim Sequeira, o treinador do Clube de Golfe de Vilamoura, que totalizou 158 pancadas (80+78), 16 acima do Par, vergando o líder da primeira volta, Elídio Costa (79+80). Sequeira foi campeão nacional de seniores em 2013, 2015 e 2016. 

Torneio masculino cheio de emoção 

Mas se os títulos feminino e de seniores foram atribuídos por 1 escassa pancada, o do torneio masculino nem isso, uma vez que Ricardo Santos e Tiago Cruz terminaram os 54 buracos regulamentares empatados com 206 pancadas, 7 abaixo do Par, Santos com voltas de 70, 69 e 70, e Cruz com cartões de 64, 73 e 69. 

A luta foi tanta que quando Cruz fez 1 birdie no buraco 16, depois de um monumental putt de 9 metros, havia quatro jogadores empatados no topo da classificação: Ricardo e Hugo Santos, Filipe Lima e Tiago Cruz! 

Para incendiar ainda mais as algumas centenas de espectadores que se deslocaram ao Oporto Golf Club, Cruz fez birdie no 18 pelo terceiro dia seguido e passou para 7 abaixo do Par. 

Entretanto, Ricardo Santos tinha feito 1 birdie no 16 (Par-3), depois de uma saída fenomenal, quase um hole-in-one. 

Portanto, quando o último grupo chegou ao último buraco, Ricardo Santos estava empatado com Tiago Cruz (este já terminara a prova), enquanto Filipe Lima e Hugo Santos tinham um atraso de 2 e 3 shots, respetivamente. 

A ansiedade instalou-se quando os dois irmãos Santos colocaram as suas segundas pancadas na regueira antes do green. Ricardo chegou mesmo a desequilibrar-se e a cair dentro de água, mas o seu lendário jogo curto veio ao de cima e ainda conseguiu safar o Par, para empatar com Cruz em -7. 

Hugo Santos também saiu lindamente da regueira, mas o birdie foi insuficiente. Filipe Lima ainda teve um putt de 10 metros para eagle e para ir play-off, mas fez 3 putts. 

O português residente em França assinou cartões de 68, 68 e 72 e teve de contentar-se com a partilha do 3º lugar com Hugo Santos (66+69+73) e Tiago Rodrigues (71+67+70), este a estrear-se da melhor maneira com o seu novo estatuto de golfista profissional. 

Tal como em 2014, então no Onyria Palmares Becah & Golf Resort, no Algarve, também hoje foi preciso Ricardo Santos e Tiago Cruz decidirem o título no play-off. Em Lagos ganhou Cruz. Foi o primeiro dos seus dois títulos seguidos de campeão nacional. 

Este play-off foi marcado para o buraco 17 (Par-4), ambos tiveram boas saídas e colocaram a bola no green em duas pancadas, mas Cruz ficou mais longe, foi o primeiro a “patar” e não meteu. 

Santos estava a uns 5 metros, percebeu-se o seu esforço de concentração, por duas vezes fez a rotina de putt e converteu o birdie da vitória. Irónico, tendo em conta que foi do putt de que se queixou mais no final do primeiro dia. 

A celebração e o sorriso não enganaram. Pode ser o golfista português com o melhor currículo desportivo de sempre, a sua prioridade é seguramente o regresso ao European Tour, mas há algo de mítico em ser de novo campeão nacional. 

Declarações dos protagonistas 

Ricardo Santos: «Este título calhou num momento especial e importante porque vêm aí os torneios do Challenge Tour mais importantes da época. Da primeira vez que fui campeão nacional, em 2011,foi exatamente quando ganhei o cartão para o Circuito Europeu e pode ser que seja um bom presságio. Espero que, depois de ganhar este Campeonato Nacional, possa recuperar também o cartão para o European Tour para o próximo ano 2017». 

Leonor Bessa: «Hoje fiz 36 putts, o que não foi, de todo, bom, mas fiquei no 1º lugar, era um objetivo e saio satisfeita. Acho que todas as atletas (amadoras) que já estão num bom nível deveriam aderir e jogar nestes torneios (profissionais) porque aprende-se bastante». 

Susana Ribeiro: «a Leonor venceu, mas o título fica para as profissionais. Foi muito sofrido, não estou nas melhores condições físicas, estive no hospital, quase não vim jogar. Felizmente vim». 

Joaquim Sequeira: «Acho que qualquer um poderia ter ganho, fui eu, de certa forma foi-me oferecido pelo Elídio, pois acho que eu não merecia ganhar, até porque vim com uma lesão no quadril, mas acho que joguei muito mal este Campeonato Nacional. Até bati bem, mas “chipei” e “patei” muito mal. Talvez eu tenha sabido gerir melhor a pressão do que eles».