Um grande desempenho do português em prova do European Tour jogada nos Países Baixos
Ricardo Santos terminou o Dutch Open – ganho pelo sueco Kristoffer Broberg – no trio dos sextos classificados e com isso relançou a época no European Tour, quando faltam seis torneios para o fim da mesma – incluindo o Portugal Masters em Novembro.
Além de um prémio de 26.380 euros, tal classificação valeu-lhe a subida de 29 lugares na Race to Dubai, de 185.º para 156.º. “Foi uma semana do tee ao green muito sólida, fui o segundo melhor do torneio do tee ao green”, disse ao GolfTattoo. “Nos greens foi onde estive pior, mas foi uma semana bastante positiva, várias coisas positivas.”
O Dutch Open, com 1 milhão de euros de prize-money e 144 jogadores à partida, jogou-se em quatro voltas no Bernardus Golf (par 72), em Cromvoirt, nos Países Baixos.
Partindo para a última volta no grupo dos décimos classificados, o algarvio de 39 anos repetiu as 68 (-4) pancadas de sábado e descolou dos décimos para ficar às portas do top-5. A sua anterior melhor marca este ano foi o 14.º lugar no Cazoo Open, a 25 de Julho.
Uma última volta no Dutch Open com 5 birdies (buracos 2, 4, 7, 10 e 11) contra 1 bogey (-5). Correu os buracos do 12 ao 18 com pares, sem conseguir tirar partidos dos dois pares 5 (12 e 18) do back nine, contra o que havia feito no front nine, em que não perdoou fazendo aí dois birdies 4.
Depois de ter começado com um 67 (-5), numa volta sem bogeys, para fazer parte dos quartos classificados, Ricardo Santos tinha caído para os 18.ºs ao fazer 71 no segundo dia. Depois de um grande arranque, acabou por protagonizar um fim-de-semana de notável recuperação. No sábado também não tinha perdidos pancadas para o par.
Somou 274 (-14), tantas como o norte-americano Johannes Veerman (70-67-68-69) e o inglês Richard Mansell (71-64-67-72).
Numa incursão pontual ao European Tour, mas já com presença marcada para a temporada de 2022, Ricardo Melo Gouveia competiu no Dutch Open terminando no quarteto dos 58.ºs, com 285 (-3), voltas de 70-71-73-71.
Já na semana que se avizinha realiza-se o Open de Portugal, do Challenge Tour, no Royal Óbidos Spa & Golf Resort, prova do Challenge Tour de que Ricardo Melo Gouveia será uma das grandes figuras, ou não ocupasse o segundo lugar no ranking da Road to Mallorca, já com duas vitórias este ano no circuito. Os 20 primeiros na tabela conquistam a promoção ao European Tour e, neste capítulo, Melo Gouveia tem quase a prioridade máxima.
Ricardo Santos não vai jogar o Open de Portugal porque, explica, tem boas chances de entrar no Alfred Dunhill Links Championship, na Escócia, sendo actualmente o quarto jogador na lista de reservas. Esta prova com 5 milhões de dólares de prize-money joga-se de 30 de Setembro a 3 de Outubro. Para Santos, o Dutch Open foi o quarto torneio consecutivo – nos três anteriores falhara o cut, no Omega European Masters, Italian Open e BMW PGA Championship. Se jogasse o Open de Portugal, que coincide com a Ryder Cup, seriam seis semanas consecutivas a jogar. Era de mais.
Mas Pedro Figueiredo, o segundo português no European Tour, está na entry list do Open de Portugal. “Figgy” falhou o cut no Dutch Open e está em 210.º na Race to Dubai.
No European Tour, em circunstâncias normais, seriam os 110 primeiros na Race to Dubai a manterem o cartão de membros do principal circuito europeu de profissionais. No entanto, e porque o ano de 2021, a repetir 2020, foi (ainda) atípico devido à covid-19, nenhum jogador será despromovido de tal de categoria de membership para 2022. É a chamada “rede de segurança”, para aqueles que não conseguirem terminar no top-110.
Não precisam, assim, de jogar a Escola de Qualificação. Claro que, quanto mais alto voarem na Race to Dubai, melhores hipóteses têm de entrar em mais torneios no próximo ano. O European Tour não deixa de reconhecer o top-110. Presentemente, o cut na Race to Dubai está fixado na 126.º posição da Race to Dubai, ocupada pelo inglês Danny Willett, campeão do Masters de 2016.
Isto porque há jogadores, como os norte-americanos Collin Morikawa e Billy Horschel, que ocupam os dois primeiros lugares por esta ordem na Race to Dubau, mas que competem no PGA Tour e por isso não contam para efeitos definitivos do European Tour. Os pontos que lhes são acumulados derivam das provas que são pontuáveis para ambos os circuitos, como os quatro majors e os World Golf Championships.
O vencedor do Dutch Open estava já como que pré-anunciado. É que o sueco Kristoffer Broberg, depois de ontem ter marcado um sensacional 61 (-11), iniciou a jornada decisiva a liderar com oito shots de vantagem sobre o dinamarquês Marcus Helligkilde.
Neste domingo Broberg ainda acabou por sofrer um pouco e seguia com +1 após ter feito o seu terceiro bogey do dia no 14, mas mostrou nervos de aço e uma grande habilidade concluindo os últimos quatro buracos com uma série de par-par-birdie-par. É o seu segundo título no European Tour, o primeiro desdeo BMW Masters em Novembro de 2015, que lhe valera um prémio de mais 1,3 milhões de euros. Pelo êxito no Dutch Open facturou 147.370 euros.
Vindo de scores de 68-64-61, o sueco de 35 anos entregou um 72 (par) final e ainda assim, totalizando 265 (-23), venceu com três de vantagem sobre o alemão Mathias Schmidt (68-69-65-66). O espanhol Alejandro Canizares (68-67-67-68)) – que assinalou um duplo bogey no par 5 do 18 – foi terceiro com 270 (-18).
E se entre Broberg e Canizares existe uma diferença de cinco pancadas, entre Canizares e o holandês Dariuns Van Driel (72-66-66-69) e o belga Thomas Detry (67-66-70-70). Foi só este quinteto que fez melhor que Ricardo Santos.
Broberg sucede ao espanhol Segio Garcia na lista dos vencedores. Garcia venceu em 2019, o torneio não se realizou em 2020 devido à pandemia.