Julgamento que opõe actual nº1 mundial do golfe à Horizon só começa em Janeiro mas já aquece
Rory McIlroy, actual nº1 no ranking mundial de golfe, terá apagado os dados de mais de 8 telemóveis e de outros dispositivos eletrónicos que poderiam conter informações pertinentes relativas ao processo em curso contra a sua ex-empresa de representação, a Horizon Sports Management. "Não há dúvida, no nosso entender, que os dados foram deliberadamente destruídos", dizem advogados da Horizon através do jornal Irish Times.
A alegação feita afirma que dados de dispositivos pertencentes a três outras pessoas, incluindo o pai de McIlroy, Gerry, também foram eliminados, pelo que a Horizon, bem como outras empresas envolvidas no processo, solicitaram autorização judicial para posterior descoberta de documentos e inspecções de dispositivos pertencentes a McIlroy e a outros relevantes para o caso.
Segundo o Irish Times, os defensores da Horizon querem também ter acesso a data de telefones pertencentes a Donald Casey – que antigamente trabalhava para a Horizon e hoje é director-executivo da Rory McIlroy Inc. (actual agência de gestão de carreira de McIlroy) – e de Sean O’Flaherty, assistente pessoal de McIlroy. É do interesse da Horizon ter acesso a mensagens de texto, mensagens via What’s App e a material guardado na cloud.
O advogado de McIlroy respondeu em tribunal que não há “nada de estranho” na actividade do jogador com os seus telefones, e que Rory gosta de ter os últimos modelos e que muitas vezes apaga a informação quando muda de dispositivo.
O golfista norte-irlandês juntou-se à Horizon Sports Management em 2011, mas saiu em Maio de 2013 para iniciar sua própria empresa de gestão. Pouco depois, processou a Horizon, alegando que os termos de seu acordo não foram tão benéficos como os oferecidos ao compatriota Graeme McDowell, igualmente cliente da empresa de gestão de carreiras desportivas.
O acordo dava o direito à Horizon Sports Management a uma comissão de 20% sobre todos os rendimentos “fora dos campos” recebidos por McIlroy. O golfista afirma que as comissões excessivas resultam num contrato injusto e que um atleta da estatura de McIlroy não deveria ter que pagar mais do que 7% para um agente, como resultado de ganhos em contratos publicitários. O golfista norte-irlandês alega ainda no seu processo que a Horizon aproveitou-se da sua juventude e da falta de aconselhamento jurídico no seu primeiro acordo.
A Horizon contrapôs com um processo em que reclama 2,3 milhões de euros por quebra de contrato.
A 22 de Outubro, McIlroy anunciou que iria fazer uma pequena pausa na competição para se preparar para o processo judicial que se aproximava, e desde então jogou apenas – sendo 2º classificado – o DP World Tour Championship, prova de encerramento do European Tour e da Race to Dubai.
“Vou precisar de tempo longe dos torneios de golfe para me preparar para o julgamento sobre a minha disputa legal com a Horizon. O processo de mediação para a resolução do problema dirigido pelo tribunal falhou neste fim-de-semana”, disse McIlroy disse na altura.
O julgamento começa em Janeiro e promete fazer correr muita tinta.