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Rui Morris passa a profissional e já compete
11/03/2016 19:37 RODRIGO CORDOEIRO
tags: Rui Morris
A jogar em St. Andrews, em 2014, a desfrutar de um prémio da Allianz / © D.R.

Portuense de 19 anos acaba de iniciar nova etapa da sua vida e quer chegar longe

Natural do Porto e residente em Paredes, Rui Morris (o apelido vem da mãe dele, filha de pai americano) começou a jogar golfe no clube de Amarante, por influência do seu amigo de infância Tomás Bessa, que hoje faz parte da selecção nacional. Em 2012 mudou-se para o CG Miramar, pelo qual foi vice-campeão nacional de clubes em 2014, numa edição realizada no Oporto GC. Tendo sido no mesmo ano campeão do Norte de Portugal em Match Play, o seu único título a nível nacional aconteceu no pitch & putt, no escalão de boys desta especialidade. Mas isso não o impediu de, no final de Fevereiro último, ter abraçado, aos 19 anos, uma carreira profissional. Como ele explica, não foi o seu currículo que o fez dar este passo, mas sim a oportunidade de poder competir regularmente, o que não acontecia como amador, ele que já há um ano se dedicava inteiramente à modalidade. O seu objectivo é ambicioso: chegar ao European Tour. Para começar, vai tentar a Escola de Qualificação do Euro Pro Tour. Mas já compete no Algarve Pro Golf Tour… 

Como foi o teu dia hoje, no Pro-Am do Castro Marim Classic? 

Hoje correu bem, foi o meu primeiro pro-am como profissional, numa boa formação, com três bons amadores de um colégio de golfe em Inglaterra que estão cá a treinar. Ficámos em 5.º lugar, não foi mau, contavam os dois melhores resultados net em cada buraco. Eu até joguei bem, apesar de ter patado mal, algo que me tem vindo a acontecer nos últimos dias de competição. E eles também jogaram bem.

Que tal é a sensação de seres profissional? 

Boa. Principalmente porque consigo ter aquilo que, como amador, não conseguia ter: vários torneios para jogar. No final deste mês vou a Inglaterra jogar a Escola de Qualificação do Euro Pro Tour, em Bristol; depois sigo para Barcelona, para um torneio do circuito de Espanha. Há já um ano que estava dedicado ao golfe mas não conseguia competir. Mais importante do que treinar, é competir, ter rodagem para obter os resultados que se pretendem. 

Seres profissional de golfe era um sonho antigo? 

Quando acabei o 12.º ano, quis seguir a vida no golfe. Ainda entrei na faculdade e fiz um semestre, mas sempre com o golfe como prioridade. Estou há um ano a full time no golfe, claramente com o objectivo de ser profissional e tentar uma carreira. Neste momento já dei o passo e vamos ver como as coisas se vão desenrolar. 

Surpreendeu muita gente a tua passagem a profissional? 

Talvez. A minha carreira como amador não foi uma carreira com muitos títulos, talvez muita gente não estivesse à espera. Não foi uma passagem devido a sentir que os resultados assim o justificavam, foi sim à procura de competição, de oportunidades de jogo. 

Até ao momento, como profissional, jogaste apenas o Castro Marim Classic, do Algarve Pro Golf Tour, a 8 e 9 de Março; com voltas de 85-72 (total de + 13), ficaste em 52.º, entre 66 jogadores. Que tal a experiência? 

A primeira volta foi uma volta estranha. Apesar de o resultado ter sido mau, não joguei mau golfe. Estava um bocado nervoso, ansioso, as coisas correram mal nos primeiros buracos. Não conhecia o campo, estava vento, cometi alguns erros, não consegui entrar bem no jogo. No segundo dia joguei muito bem, só falhei dois greens, mas foi mau no putting. De qualquer forma foi uma boa volta que me deu confiança. 

Expectativas para próximo torneio, o Castro Marim Classic II, que se joga já neste fim-de-semana? 

Tentar melhorar. Não coloco objectivos de classificação. Quero apenas tentar fazer um bom jogo, ser competitivo para com o campo. 

Tens apoios nesta fase inicial da tua carreira? 

Tenho o apoio essencial dos meus pais, a nível monetário é o único apoio. A nível de material estou a fazer uma parceria com Lambda, estamos agora a trabalhar juntos.

Qual é a tua equipa? 

O Nelson Ribeiro, como treinador; o Hugo Sousa, como preparador físico; o dr. Eduardo Merino, como fisioterapeuta; e Jorge Silvério, como psicólogo. 

Sei que já jogaste em St. Andrews, o lugar mais emblemático do golfe...

Foi em 2014. Fui com o meu pai, depois de ganharmos um concurso da Allianz. Foi especial sobretudo porque estive com o Paul McGinley, que nesse ano era o capitão da Europa na Ryder Cup. Ele deu-me o testemunho da sua carreira, foi muito inspirador. É a maior referência que tenho no golfe, ter partilhado esse momento com ele.  

Até onde te imaginas a chegar? 

Imagino-me a chegar muito longe, a ser um jogador do European Tour, é claro que com muita paciência e trabalho, traçando o caminho, resolvendo os desafios que tenho pela frente. Estou de corpo e alma lutar por esse objectivo.