Ano de 2015 em risco para o melhor golfista sul-coreano da actualidade
Com uma vitória de Frys.com Open e um 5º lugar no CIMB Classic, Sang-Moon Bae ocupa presentemente a vice-liderança na nova época (2014-2015) da FedEx Cup, só atrás de Robert Streb, e tem presença garantida, em Abril, no próximo Masters Tournament. Aos 28 anos, já com dois títulos no PGA Tour, é também o melhor golfista sul-coreano no ranking mundial (84º). Mas o seu ano de 2015 está em risco, depois de as autoridades militares do seu país lhe terem negado a prorrogação do visto de viagens, que termina hoje.
A lei sul-coreana exige que os homens entre os 18 e os 35 anos cumpram dois anos de serviço militar, a não ser que residam no estrangeiro. Tecnicamente, a Coreia do Sul mantém-se em guerra com a Coreia do Norte, um legado da guerra de 1950-1953, que terminou com armistício, não com um tratado de paz. Também segundo a lei de recrutamento, os homens entre os 25 e os 35 que ainda não cumpriram o serviço obrigatório precisam de uma autorização especial para estar no estrangeiro.
Na Coreia do Sul, os candidatos a recrutamento que adquiriram residência permanente no estrangeiro e que viveram pelo menos um ano nesse país podem ter o visto de viagem prolongado até três anos. No entanto, esse visto pode ser cancelado e as obrigações militares podem ser impostas àqueles que passaram um total de seis meses ou mais no último ano, ou três meses seguidos, na Coreia do Sul. Nos últimos 12 meses, Bae passou 133 dias no seu país, mas não consecutivos.
Bae estreou-se em 2012 no PGA Tour e em Janeiro de 2013 conseguiu autorização de residência permanente nos Estados Unidos. Em declarações à agência Yonhap News, o jogador sul-coreano afirmou que não pretende esquivar-se ao recrutamento, apenas que lhe seja granjeada uma extensão do prazo, dentro dos limites legais. Limites legais esses que, alega a firma de advogados baseada em Seul que o representa, a Jipyong, nunca foram ultrapassados. Para as autoridades coreanas, no entanto, aqueles 133 dias foram suficientes para que Bae deixasse de ser visto como cidadão residente no estrangeiro.
“Bae passou algum tempo recentemente na Coreia do Sul, mas a sua ocupação como profissional do tour tem de ser tida em conta”, disse um responsável da Jipyong. “Ele devia continuar a ser considerado como um residente no estrangeiro que passou um ano ou mais nesse país depois de conquistar residência. Depende de Bae, em último caso, recorrer legalmente.” Caso não haja novos desenvolvimentos, Bae terá de regressar à Coreia do Sul no prazo de um mês a contar de amanhã, ou sofrerá procedimento criminal.
Naturalmente, Sang-Moon Bae é um forte candidato para a equipa nacional da Coreia do Sul que vai marcar presença nos próximos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, numa edição que assinala o regresso do golfe às competições pela primeira vez desde 1904. Os atletas sul-coreanos que conquistarem medalhas ficam isentos do serviço militar obrigatório se ainda não o tiverem cumprido.