Thongchai Jaidee e Phachara Khongwatmai batem Inglaterra de Tom Lewis e Paul Waring
A Tailândia saiu de Portugal com um cheque de 200 mil euros e sem sofrer qualquer derrota, mostrando grande força mental pela forma como superou os seus obstáculos. Ontem começou por empatar na fase de grupos com a Suécia (1-1) e a equipa feminina de Inglaterra (1-1). Tinha claramente em perigo a passagem aos quartos de final, era obrigatório derrotar a Irlanda, os campeões de 2018, e fê-lo em grande estilo, com Jaidee a arrancar, no sexto e último buraco, o primeiro ‘hole-in-one’ na história do torneio para uma vitória por 3-1.
Hoje, nos quartos de final, os tailandeses arrasaram a Escócia por 2-1, uma equipa que tinha uma das grandes estrelas da competição, o ‘Ryder Cupper’ Stephen Gallacher, e nas meias-finais vergaram a grande candidata ao título, a Espanha, por 1-0. Um triunfo cirúrgico, pois as duas equipas empataram em todos os buracos, menos no 3 (Par-3), no qual 1 birdie, o único birde em seis buracos, resolveu a passagem à final.
Na final a Tailândia arrancou na frente porque Inglaterra entrou mal, com más saídas e 1 bogey. Os ingleses empataram com 1 birdie no tal buraco 3, mas, atenção, o segundo shot de Jaidee bateu no poste da bandeira e por pouco não entrou. Azar para os tailandeses que poderiam ter empatado esse buraco e, provavelmente, teriam resolvido ali a final. No último, buraco, Tom Lewis – o carrasco de Portugal na primeira ronda – falhou um putt curto que teria dado a vitória a Inglaterra e depois vieram os tais emocionantes dois buracos de play-off.
«Já venho a Portugal há muitos anos, para jogar o torneio de Vilamoura (Portugal) Masters, mas nunca tinha jogado em Cascais e gostei muito. É importante vencer este torneio com o meu jovem parceiro, porque foi preciso jogarmos muito bem taticamente e acho que foi o que fizemos. Este campo é muito bonito com estas vistas do oceano e Portugal fez um bom trabalho», disse Thongchai Jaidee em declarações à SportTV, a televisão oficial do evento, já depois dos dois jogadores terem ido ao banho na piscina do The Oitavos Hotel.
Mais tarde, em entrevista ao European Tour, o triplo vencedor da Ordem de Mérito do Asian Tour acrescentou: «A organização foi muito boa, o ambiente foi fantástico e voltei a ganhar um torneio do European Tour, algo que não fazia há uns três anos (desde o prestigioso Open de França em 2016 )».
Já Phachara Khongwatmai explicou como deu à Tailândia o ‘shot’ da vitória: «Na pancada de saída pensei que já tinha jogado tantas vezes este buraco que sabia que tinha de visar a parte superior do green e deixar a bola rolar em direção à bandeira».
«Jogar com o Thongjai Jaidee é um sonho, ele é uma lenda e ensinou-me muito sobre como jogar neste formato», acrescentou o jovem que conquistou o título mais importante da sua jovem carreira, mas tem o objetivo de «estar a jogar no PGA Tour em três ou quatro anos».
Os ingleses mostraram-se graciosos na derrota. «O buraco 6 é um buraco espetacular para se terminar um torneio num play-off e foi muito bom para os patrocinadores o torneio ter ido aos limites da morte súbita para se decidir o título. Claro que queríamos ganhar, mas passei um muito bom tempo», exultou Paul Waring.
«Estou desapontado, muito desapontado, porque passámos por tanto e tivemos tão boas vitórias, mas tivemos aquele percalço no início e deixámo-los ganharem confiança. Foi bom termos ido a play-off mas não metemos os putts que deveríamos. No entanto, passámos muito bom tempo, foi divertido e foi simpático podermos representar o nosso país numa semana que seria de folga», referiu Tom Lewis, o duplo campeão do Portugal Masters (2011 e 2018), que voltará a Portugal em outubro para defender o título em Vilamoura.
Na cerimónia de entrega de prémios David Williams, o presidente (‘Chairman’) do European Tour, e Bernardo Corrêa de Barros, vice-presidente da Associação de Turismo de Cascais, entregaram o troféu aos campeões.
Bernardo Corrêa de Barros aceitou o repto da SportTV para análise a dois dias diferentes de golfe em Cascais, com muitas inovações: «O balanço é muito bom. Cascais cumpriu o que prometeu, um tempo fantástico, que as pessoas vivenciassem a bela vida de Cascais e a vista maravilhosa do Oitavos Dunes, uma comunicação internacional extraordinária (mais de seis horas por dia de diretos na BBC e na Sky Sports). Juntámos aqui alguns dos melhores jogadores do Mundo num evento diferente. Isto é o futuro do golfe, um futuro que passará por este conteúdo televisivo. É uma mudança de conceito e foi conseguido por Cascais e pela organização do torneio. Mostrámos ao Mundo que podemos fazer diferente e melhor».