Ausente das competições desde Fevereiro, regressa no Memorial Tournament já a partir de hoje
Desde que o PGA Tour retomou as suas competições a 9 de Junho, espectáculo é o que não tem faltado. A questão da segurança sanitária para com a covid-19 tem sido controlada de forma notável, os melhores do mundo têm jogado todas as semanas, tem havido emoção competitiva, houve nomes que entretanto ganharam uma nova dimensão, como os de Bryson Dechambeau e Colin Morikawa.
No entanto, há um anti-climax em permanência, o da ausência de espectadores. Que se vai sentir ainda mais quando nesta quinta-feira Tiger Woods, após cinco meses fora dos relvados, regressar às competições para o Memorial Tournament (transmissão em directo no canal Eurosport 2 Portugal, hoje a partir das 19h30, e até domingo), no Muirfield Village Golf Club, em Dublin, subúrbio a norte de Columbus, capital de Ohio (EUA). Pela primeira vez na sua carreira profissional, sentiremos a falta da loucura frenética que, do público, emanava das suas partidas. E ele também.
“Não há nada para nos alimentarmos em termos de energia. Batemos um grande shot, fazemos um grande par ou um grande birdie e não está lá ninguém [para aplaudir]. É o que me dizem: sem as distrações, sem o barulho e as emoções que os fãs trazem. É apenas um mundo silencioso e diferente”, disse Woods, que irá jogar as duas primeiras voltas num grupo com o n.º 1 mundial Rory McIlroy e o n.º 6 Brooks Koepka.
“Na maior parte da minha carreira, em praticamente todas as voltas competitivas em que estive envolvido, tive pessoas ao meu redor, espectadores gritando, muito movimento dentro da galeria, com equipas de filmagem e media", lembrou, acrescentando: "Tendo visto como foi nas últimas semanas, é muito diferente, sobretudo para os jogadores um pouco mais velhos, e que jogam aqui há muito tempo. Para alguns dos rapazes mais jovens, provavelmente não é particularmente diferente. Eles não estão muito distantes da faculdade ou só estão aqui há um ano ou dois, mas para os mais velhos, é muito revelador. ”
Aguarda-se pela sua próxima vitória, que seria a 83.ª no PGA Tour, e lhe permitiria descolar de Sam Snead (1912-2002) para se tornar, em definitivo, o mais prolífico campeão do circuito norte-americano. Depois, só lhe falta superar Jack Nicklaus, o anfitrião do Memorial Tournament desde a sua criação em 1976, em termos de Grand Slam. Nicklaus tem 18 títulos, Tiger tem 15. Nicklaus venceu o último major em 1986, com 46 anos. que foi o seu sexto Masters. Tiger tem cinco Masters no seu palmarés... Tantos troféus como tem no Memorial Tournament.
Woods, o californiano que é uma estrela norte-americana do desporto mundial, um dos melhores atletas de sempre, não compete desde Fevereiro, quando jogou o torneio do PGA Tour de que é o anfitrião, o Genesis Invitational, no Riviera Country Club, em Los Angeles, Califórnia. Então, passou o cut, mas teve um fim-de-semana desastroso e terminou na 68.ª posição, a última entre os finalistas, com 11 pancadas acima do par.
Depois disso, antes da paragem do circuito pela pandemia, e devido a problemas com as suas precárias costas, falharia as suas óbvias participações no Arnold Palmer Invitational (no qual soma 8 (!) títulos), em Orlando, Florida, e no The Players Championship (2 títulos), em Ponte Vedra Beach, também na Florida. Esta última é a prova-bandeira do PGA Tour, e assinalou a descontinuidade: jogou-se a primeira volta, já sem espectadores; já não se jogou a segunda, devido a pressões face ao agravamento da epidemia nos EUA e consequentes preocupações.
Não haja, no entanto, ilusões quanto à sua capacidade. Tiger Woods fez a travessia do deserto entre 2014 e 2017. Muitos deram-no como acabado. Mas está presentemente com uma vitória em cada uma das últimas três temporadas. E que vitórias. As duas primeiras, no estado da Georgia: Tour Championship em 2017/2018, no East Lake Golf Club, em Atlanta; Masters Tournament em 2018/2019, em Augusta, aguardando-se para Novembro a sua defesa do título naquele que é um dos quatro majors do golfe; e, já em 2019/2020, no Zozo Championship, no Japão.
Para além de Tiger Woods, o Memorial Tournament conta com um field de luxo. Entre o contingente de 133 jogadores estão os 10 primeiros classificados do ranking mundial: Rory McIlroy (campeão em título da FedExCup e n.º 1 do mundo), Jon Rahm (n.º 2), Justin Thomas (n.º 3), Dustin Johnson (n.º 4), Webb Simpson (n.º 5 e líder do ‘ranking’ da FedExCup), Brooks Koepka (n.º 6), Bryason DeChambeau (n.º 7 e vencedor do Memorial Tournament em 2018), Patrick Reed (n.º 8), Adam Scott (n.º 9) e Patrick Cantlay (n.º 10 e vencedor do Memorial Tournament em 2019).
Destaque ainda para as presenças de nomes de peso como os de Jordan Spieth, vencedor de três torneios ‘Major’, ou de Phil Mickelson, vencedor de cinco torneios ‘Major’, e outros 16 vencedores de edições passadas do Memorial Tournament.
O Memorial Tournament presented by Nationwide é um dos mais importantes torneios do PGA TOUR jogado anualmente no Muirfield Village Golf Club em Dublin, Ohio, um subúrbio de Columbus. Criado em 1976 pelo lendário golfista Jack Nicklaus, este torneio, para além de ser um grande espetáculo desportivo que distribui prémios superiores a $ 9.100.000, homenageia ainda as figuras que se distinguiram na modalidade.