Valdemar Afonso conta os pormenores chocantes que envolvem a presença do jogador em Portugal
O norte-americano e antigo número um mundial Tiger Woods está de férias com a família no Algarve, por uma semana, entre a sua participação no British Open e o WGC Bridgestone Invitational em Akron (Ohio). É a primeira visita de Tiger a Portugal, mas envolta num secretismo quase total e rodeada de uma segurança (privada) ao nível, ou superior, a um chefe de estado.
Nada se sabe de concreto sobre a estada de Tiger. Nem onde está alojado, nem onde vai. Sabe-se apenas que está com a actual companheira e com os filhos. O resto é tudo segredo, embora se vá sabendo alguma coisa, depois de acontecer.
O secretismo desta visita em férias é absurdo. Ninguém na Quinta do Lago “sabe de nada”, ninguém dá uma pista. Mas surgiu uma “dica” no Facebook de que o norte-americano estava na Quinta do Lago, e numa rápida investigação jornalística em redor, em cafés e restaurantes, tudo, ou quase, se soube – que efectivamente ele estava cá, a segurança envolvida, quem o tinha convidado a vir ao Algarve, o dia-a-dia de Tiger, alguns incidentes já registados, etc. Claro que tudo isto sem confirmação, mas, juntando as peças, tudo liga…
Sabe-se, por exemplo, que a delegação de Tiger foi jantar quinta-feira a um restaurante na zona de Vilamoura. E notou-se a presença de “alguém importante” pelo aparato da segurança (privada): dois veículos pretos, identificados, à porta, com “agentes” em redor e dois deles acompanhados de cães… (claro que os veículos identificados são publicidade negativa para o resort).
O driving range do Laranjal (Quinta do Lago) está reservado uma semana exclusivamente para Tiger Woods. Ontem, dois jornalistas (pelo menos dois) tentaram confirmar a presença de Tiger, ao longe, porque ao perto é totalmente impossível, porque os seguranças (privados) não o permitem. Nas deslocações, o veículo de Tiger é sempre ladeado por dois carros de seguranças.
E quando os jornalistas tentaram, a “secreta” (portuguesa e privada) não o permitiu e assistiram-se a cenas só dignas de um filme ou de uma democracia podre, com os seguranças a ultrapassarem tudo o previsível, fazendo-se valer da força na via pública, a centenas de metros do local onde estava Tiger, exigindo, impondo, ameaçando, chegando a “trancar” com dois veículos o carro de um dos jornalistas, enquanto outros dois seguranças invadiram outro espaço de golfe, fora dos limites da Quinta do Lago, em perseguição de outro jornalista que estava já noutra função, de cobertura de um torneio.
Aos poucos vai-se sabendo muita coisa da primeira visita de Tiger, mas sobressaem as palavras de um estrangeiro residente e membro da Quinta do Lago, que terá sido importunado pela segurança na ponte pedonal de acesso à praia: “Se a segurança não nos tivesse importunado na ponte, obrigando-nos a parar encostados às tábuas, para que a comitiva de Tiger passasse, nem notávamos a passagem dele. Assim olhámos melhor, pelo aparato, e vimos quem era. Lamentável”.