“Gostava saber quando, mas não sei”, disse o californiano em conferência de imprensa em Los Angeles
Quase um ano decorrido desde o acidente de viação sofrido em Los Angeles, que lhe causou várias fracturas expostas na perna direita, Tiger Woods continua sem apontar uma data para o seu regresso à competição.
“Gostaria de poder dizer quando voltarei a jogar novamente. Eu gostaria de saber, mas não sei. A minha actividade golfística tem estado muito limitada. Posso muito bem bater chips e putts e até ferros curtos, mas quanto ao jogo comprido não tenho feito nada de sério. Como no PNC [Championship], ainda estou a trabalhar na parte do caminhar.”
Estas palavras foram ditas ontem em conferência de imprensa, na véspera do início do The Genesis Invitational, prova do PGA Tour de que é anfitrião e que decorrerá entre esta quinta-feira e domingo no Rivieira Country Club, em Los Angeles, Califórnia, com a participação de 19 dos 25 primeiros do ranking mundial num field de 120 jogadores.
Foi precisamente na terça-feira seguinte ao Genesis Invitational do ano passado – no qual não competira – que Woods sofreu o acidente, despistando-se e capotando quando seguia sozinho numa via rápida num courtesy car da Genesis. A causa do desastre, apurou-se, foi excesso de velocidade. Teve de ser desencarcerado e a sua perna chegou a estar em risco de ser amputada. Num carro menos moderno, provavelmente, não teria saído com vida.
Acima referido, o PNC Championship é um evento não-oficial a pares familiares, jogado em Dezembro no Ritz-Carlton Golf Club, em Orlando, Florida. Aqui, Tiger formou equipa com o seu filho Charlie, de 12 anos. Tiveram um excelente desempenho acabando no segundo lugar entre 20 formações, só atrás dos Daly. No entanto, Tiger jogou conduzindo um buggie, e o formato scramble permitiu-lhe bater apenas as tacadas com as quais estava confortável
“A minha perna ficou em muito mau estado. A parte de caminhar é algo em que ainda estou a trabalhar, na força e desenvolvimento. Leva tempo. Sobretudo em terreno ondulado, como o dos campos de golfe. O que é frustrante é que não sou dono do calendário [evolutivo]. Queria estar num determinado patamar, mas não estou. Só tenho que continuar a trabalhar. Estou a melhorar, sim, mas, como disse, não com a velocidade e o ritmo que gostaria. Adicionem o factor-idade: já não te curas tão rápidamente, o que é frustrante.”
Ainda assim, diz que houve evidentes progressos em relação ao PNC Championship, que está “muito mais forte”. Mas que é impensável, para já, fazer duas voltas de treino e depois mais quatro de competição. Que não aguentaria o efeito cumulativo. Ainda está a trabalhar para chegar a esse ponto.
O seu excelente desempenho de há menos de dois meses no PNC Championship gerou expectativas quanto a um regresso aos relvados mais rápido do que se esperaria. Agora, há mais reticências quanto à sua possível participação no Masters de Augusta National (de 7 a 10 de Abril), o primeiro major do ano, que ele venceu por cinco vezes, a última em 2019, naquele que foi o seu 15.º título no Grand Slam e o 82.º no PGA Tour. O último torneio em que participou foi precisamente na defesa do título no Masters, em Novembro de 2020, numa edição adiado para o Outono devido à pandemia. Então, ficou nos 38.ºs.
Woods disse que actualmente já poderia percorrer o campo de Par 3 de Augusta, mas não disse se planeava jogar o torneio. O The Open Championship, ou British Open, que se joga em Julho em St. Andrews, na Escócia, poderia ser outra data-alvo para Tiger, por todo o simbolismo que acarreta: dois dos seus três títulos neste major – que este ano comemora 150 anos – foram em St. Andrews.
Enfim, Tiger Woods garantiu que vai voltar a jogar, sim, mas, como já o havia dito em Dezembro, nunca com um calendário integral. Quanto ao seu regresso, ainda é uma incógnita.