Capitão dos EUA na última Ryder Cup assume responsabilidades na derrota frente à Europa
Não restam dúvidas de que o desempenho de Tom Watson como capitão dos EUA na última Ryder Cup em Gleneagales (Escócia) foi, para o dizer o mínimo, infeliz. Na sexta-feira, as críticas acentuaram-se quando a cadeia televisiva ESPN revelou o teor da conversa que Watson teve com os seus 12 jogadores por ocasião no final do segundo dia da competição, citando quatro pessoas não identificadas que estiveram nessa reunião.
Essas fontes revelaram que Watson culpou os jogadores pela sua fraca prestação nas duas sessões de foursomes e que escarneceu de uma prenda que os jogadores lhe ofereceram, com a justificação de que era inútil se os jogadores não vencessem – tratava-se de uma réplica da Ryder Cup assinada pelos 12 elementos que constituíam a selecção americana. Mais, a notícia da ESPN revela que Watson denegriu e ridicularizou alguns jogadores europeus e que só teve palavras de elogio para os rookies Jordan Spieth e Patrick Reed.
Já na conferência de imprensa pós-derrota americana na Ryder Cup, Phil Mickelson, o mais experiente dos seus jogadores, deixou subentendido que atribui grande parte de mais uma derrota dos Estados Unidos a Tom Watson, de 65 anos, o mais velho capitão de sempre neste duelo bienal. Fê-lo falando do exemplo da liderança de Paul Azinger na edição de 2008, a última ocasião em que os EUA conseguiram bater a Europa. E não deixou de referir que os jogadores americanos não tiveram qualquer palavra a dizer em Gleaneagles.
Em resposta à notícia da ESPN, Tom Watson publicou uma carta aberta via PGA of America, em que assume responsabilidades na derrota clara, por 16,5-11,5, que foi a terceira derrota consecutiva dos EUA e a oitava nas últimas 10 edições. “Lamento que as minhas palavras tenham feito os jogadores sentir que eu não apreciei o seu empenho e dedicação no sentido de ganharmos a Ryder Cup. As minhas intenções como capitão eram as de inspirar e ser honesto”, pode ler-se.
Watson mais escreve que teve uma “conversa cândida” com Mickelson durante esta semana, a qual “terminou com uma melhor compreensão das perspectivas de cada um”: “O coração de Phil e as suas intenções para o sucesso da nossa equipa sempre foram correctas. Phil é um grande jogador, tem muita paixão e eu admiro o que ele fez pelo golfe.”
E para concluir: “Eu fui capitão deles. Em retrospectiva, quaisquer erros que tenham sido cometidos foram meus. E assumo toda a responsabilidade por eles.”