A relação do antigo caddie de Tiger Woods com o golfista australiano durou três anos
Adam Scott – ex-número 1 mundial, actualmente em 2º no ranking – e Steve Williams vão deixar de andar juntos. O golfista australiano e o antigo caddie de Tiger Woods explicaram o fim da relação de três anos num comunicado conjunto, divulgado quarta-feira.
“Steve tem sido parte integral da minha equipa num período em que concretizei alguns dos meus objectivos de sempre. A sua dedicação e profissionalismo sempre estiveram fora de questão e a sua amizade é enormemente valorizada. As nossas prioridades e fases da vida são diferentes agora, por isso, decidimos que esta é a melhor altura para terminar a nossa parceria”, justificou Scott.
Williams, que completará 51 anos em Dezembro, decidiu não ser caddie em full time em 2015 de modo a poder passar mais tempo com a família. “Depois de conversar detalhadamente com o Adam, tornou-se evidente que os meus planos não iam encaixar nas necessidades dele e, então, decidimos terminar a parceria. Tendo sido caddie do primeiro australiano a vencer o Masters é um ponto alto da carreira e uma memória que irei acarinhar para sempre. Se a oportunidade certa surgir, irei ponderar no futuro ser caddie em part-time”, explicou o neo-zelandês.
A carreira de Williams começou no New Zealand Open, em 1976, em que foi caddie de Peter Thomson. Depois mudou-se para Europa, onde frequentou o European Tour. Durante duas décadas, trabalhou com Greg Norman, Ray Floyd e Ian Baker-Finch, antes de ser contratado por Tiger Woods, em 1999.
A relação com Scott começou no Verão de 2011: o australiano estava à procura de um caddie e quando soube que Tiger Woods não iria jogar o US Open abordou Williams, que, por sua vez, pediu autorização ao seu ainda patrão.
Mas, segundo o neo-zelandês, Woods voltou atrás na decisão de o deixar acompanhar Scott. Williams não recuou, provocando o fim da ligação de 13 anos com Woods – e da alcunha “Stevie”, que o neo-zelandês sempre detestou. “Tiger mudou de ideias, mas eu já tinha dito a Adam que iria lá estar. Sou um homem de palavra. Não fazia ideia que ia ser despedido por causa disso. Também não estava a trabalhar muito; não que precisasse do dinheiro, mas queria trabalhar. Após o US Open, disseram-me que já não tinha emprego e foi apenas isto que aconteceu”, contou Williams.
Scott falhou o cut no Congressional, mas a partir daí foi sempre a subir: passou o cut em todos os 14 majors em que participou desde aí, terminou no top 10 em oito deles e triunfou no Masters de 2013, no Augusta National (onde se tornou no primeiro australiano a vestir o casaco verde) e ascendeu ao topo do ranking mundial, no qual permaneceu durante 11 semanas. Actualmente é o nº2 mundial.
Pelo meio, venceram também o Bridgestone Invitational de 2011 (dos World Golf Championship), o The Barclays em 2013(play off da FedEx Cup e o Colonial já este ano. Na Austrália, Scott triunfou igualmente no Australian PGA e no Australian Masters e ganhou ao lado de Jason Day na Taça do Mundo.
Ainda não se sabe quem irá acompanhar Scott no Open do Japão (16 a 19 de Outubro) ou à China, para o HSBC Champions (6 a 9 de Novembro), antes de regressar à Austrália, para o Masters, Open e PGA. Scott está qualificado para o Hyundai Tournament of Champions (9 a 12 de Janeiro), mas só deverá regressar ao PGA Tour no final de Fevereiro, para o Honda Classic.
Já Williams pretende passar mais tempo na Nova Zelândia com a sua mulher e filho – e dedicar-se ao seu hobby (corridas de carros) – e trabalhar em pequenos torneios entre Março e Setembro. “Ele está sempre a fazer alguma coisa. Prometeu melhorar e descontrair mais quando se reformasse. Mas penso que ainda veremos porcos a voar antes que isso aconteça”, contou a mulher Kristy.
Steve Williams ajudou Tiger Woods a vencer 8 dos seus 14 majors.