Jogador amador algarvio de 20 anos é a primeira revelação nacional do ano
No 1.º Torneio Circuito Cashback World, no Penina Hotel & Golf Resort, espantou tanto a vitória de Daniel Rodrigues, de 15 anos, como o terceiro lugar do algarvio Cristiano Marcela, 20 anos feito a 27 de Janeiro. Mas enquanto no primeiro caso se tratou da confirmação do enorme valor de uma jovem promessa do golfe português (no que pode ser equiparado a Francisco Matos Coelho, de 14 anos), no segundo foi uma revelação – a primeira revelação do ano no torneio inaugural do calendário federativo.
Membro do ACME – Espiche (o clube do Espiche Golf, em Lagos), Cristiano Marcela era 4 de handicap há um ano, actualmente é plus 1. Uma notável e rápida evolução, em trabalho conjunto, desde então, com o treinador inglês Steve Bainbridge, head pro no Cascades Welness & Lifestyle Resort, em Lagos. E como que a mostrar que o desempenho na Penina não foi por acaso, quatro dias depois terminou no trio dos 9.º classificados numa prova de profissionais, o Boavista Classic, do Portugal Pro Golf Tour, com volta 67-71, no Par-71 do Boavista Golf & Spa Resort.
O seu objectivo para este ano é chegar à selecção nacional, ir jogar lá fora com a camisola das quinas. Em Novembro de 2014, integrou um estágio da equipa técnica nacional com jogadores de sub-14 e sub-16 anos, mas este foi o único. Voltaria a ser convocado para novo estágio pelo então seleccionador nacional Nuno Campino, mas não o integrou devido a problemas nas costas. Até aqui sem pergaminhos na alta-roda amadora, começa agora a afirmar-se.
E foi em grande estilo que alcançou o terceiro lugar na Penina, fechando com uma série de birdie-eagle nos buracos 17 e 18 e ultrapassando assim Afonso Girão em cima da meta. Com voltas de 72-73, no Par-73 do Sir Henry Cotton Championship Course – tantas vezes palco do Open de Portugal –, ficou a quatro pancadas do vencedor Daniel Rodrigues e a três do segundo Pedro Lencart. Tinha iniciado a última volta no mesmo terceiro lugar, a duas pancadas do então líder Afonso Girão e a uma de Lencart, com os quais jogou, no grupo de honra, a segunda e última volta.
“Foi bom, joguei bem, estava confiante e confortável, e consegui enfiar alguns putts, mas no segundo dia já não estive tão bem nos greens e os três bogeys que fiz foram todos a três putts”, afirmou num balanço geral da sua prestação no 1.º Torneio Circuito Cashback. Diz que jogar a última volta no grupo dos líderes não o deixou nervoso, em parte, explica, porque trouxe experiência de cinco torneios já realizados no Portugal Pro Golf Tour, no qual tem competido não a pensar nos resultados, mas sim no swing e respectivas melhorias.
Nascido em Portimão, Cristiano Marcela só começou a jogar golfe com 14 anos. Até aqui o futebol era o seu desporto de eleição e o clube em que jogava o Esperança de Lagos. Depois, experimentou o golfe – e ficou cativado. “O meu pai, que é golfista, disse-me para eu ir bater umas bolas com ele e acabei por gostar imenso”, conta. “O meu primeiro instrutor foi o Luís Espadinha no Boavista Golf Resort & Spa, e desde aí que me tenho esforçado imenso para evoluir na modalidade.”
No último ano tem estado a trabalhar com Steve Bainbridge e reconhece o papel que este tem desempenhado no salto que deu. “Desde que estou com ele, percebi mais e melhor o golfe e estou mais descontraído. Como é um bom treinador – e além disso meu amigo – sabe o que diz e isso tem-me ajudado bastante. O que me tem motivado a investir mais do meu tempo no golfe.”
Actualmente dedicado totalmente ao golfe, o algarvio – que já trabalhou como starter/ranger no Espiche Golfe, clube do qual é membro, agradece ainda o apoio que lhe tem dado o Cascades Welness & Lifestyle Resort, um complexo que no golfe tem uma parceria com a Elite Golf Academy, possuindo driving range, putting green e área de jogo curto, localizados mesmo sobre a falésia da Ponta da Piedade, além de um ginásio que o jogador frequenta a título gratuito.
No horizonte de Cristiano Marcela, o golfe como profissão.