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De férias em Portugal, Pedro Silva escala ao seu mais alto cume
01/08/2022 15:09 Rodrigo Cordoeiro
Pedro Silva durante a última volta do Campeonato Nacional Absoluto Hyundai © Filipe Guerra

É o novo campeão nacional amador e também vice-campeão absoluto

Por incrível que pareça, Pedro Silva não queria jogar o Campeonato Nacional Absoluto Hyundai, que decorreu entre quarta-feira e sábado no Aroeira Pines Classic, em Almada.

De férias em Portugal da sua vivência nos Estados Unidos, onde compete pelos Bulldogs da Mississippi State University, na cidade de Starkville, 200 km a nordeste de Jackson, capital do Mississippi, o jogador do Club de Golf de Miramar sentia que estavam a ser “muitas semanas de golfe”. 

Estava tanto a precisar de desligar o seu modo de competição que, antes do início do Campeonato Nacional Absoluto Hyundai, esteve sete dias sem tocar nos tacos, de férias com amigos. E este era mais um motivo para achar que não fazia sentido jogar na Herdade da Aroeira: não estava bem preparado. 

“Felizmente, tive pessoas que me convenceram a cá vir, o Tiago [Gomes, Gestor Técnico da FPG], os meus pais, o meu treinador de Miramar Carlos Magalhães, que insistiram que fazia sentido eu ir. Diziam que eu podia não me sentir muito bem quando lá chegasse, mas que era só bater meia dúzia de bolas e voltaria ao normal.” 

Acabou por sagrar-se vice-campeão nacional absoluto e campeão nacional amador pela primeira vez, neste caso sucedendo ao seu companheiro de clube Daniel Rodrigues (ausente). Obviamente, ter participado foi, nas suas palavras, a “decisão correcta.” 

O Campeonato Nacional Absoluto Hyundai, instituído em 2020, junta profissionais e amadores, em senhoras e homens, atribuindo em simultâneo os principais títulos nacionais de amadores e de profissionais.

“Ser campeão nacional amador significa imenso para mim, é um titulo que eu perseguia há bastante tempo, algo que desejava ser sem nunca o ter conseguido”, disse. 

Pedro Silva com Inês Belchior na dupla de campeões nacionais amadores © Filipe Guerra

Pedro Lencart, já aqui se escreveu no GolfTattoo, fez uma prova à parte entre Homens no Aroeira Pines Classic (Par 72), bisando em relação em 2021 em termos absolutos e profissionais, com um total impressionante de 268 (-20). 

Pedro Silva, com scores de 70-72-68-71, foi o segundo jogador, a par de Lencart, que nunca perdeu para o Par 72 do Aroeira Pines Classic. Com um total de 281 (-7), foi o segundo classificado da geral masculina, que contou com 118 concorrentes à partida. 

Houve só mais dois jogadores que bateram o par nas quatro voltas regulamentares: João Girão, o novo vice-campeão nacional de profissionais, em terceiro da geral com 283 (-5); e Tomás Silva, antigo duplo campeão nacional profissional, quarto na tabela com 286 (-2). 

Hugo Ferreira, do CG Miramar, foi quinto da geral com 288 (Par) e vice-campeão nacional amador, seguido do também amador João Miguel Pereira, da Aroeira, com 291 (+3). 

Pedro Silva falou da experiência de ter jogado as quatro voltas sempre com Pedro Lencart, de quem foi companheiro de clube em Miramar antes de este se ter tornado profissional o ano passado. 

“Foi bonito, tanto me ajudou a mim como o ajudou a ele, puxámos um pelo outro, já nos conhecemos há muitos anos, temos uma amizade muito próxima.” 

Deixa elogios a Lencart: “Jogou um golfe incrível, -20 é muito bom, mas não me admiraria se ele tivesse feito antes -30, porque ainda deixou bastantes pancadas dentro do campo.” 

Amigos, amigos, negócios à parte: “Ele levou a vitória desta vez, espero que da próxima seja eu.”

Pedro Silva e Pedro Lencart cumprimentam-se no final da última volta: jogaram todos os dias juntos © Filipe Guerra 

Pedro Silva parte a 12 de Agosto de volta para o seu terceiro ano lectivo no Mississipi, mas não por muito tempo, porque no final do mês viajará directamente de volta à Europa para Paris, mais concretamente ao Le Golf National, em Versailles, onde faz parte do trio de Portugal no Troféu Eisenhower, o Campeonato do Mundo por Equipas Homens, prestigiado evento que se joga só de dois em dois anos e que não se jogou em 2020 devido à pandemia. 

Está confiante para o que lhe reserva o futuro próximo: “Sinto que estou a jogar o melhor golfe que já joguei”, diz Pedro Silva, que avalia os dois primeiros anos nos EUA como de aprendizagem, no primeiro, e de solidificação, no segundo.

“No primeiro ano não joguei o meu melhor golfe, participei pouco na equipa, mas este último ano falhei apenas um torneio e sinto que fui útil, que cresci imenso como jogador.”

Há 13 jogadores na equipa de golfe dos Bulldogs. Só cinco se apuram para os torneios do circuito universitário.

E finaliza: “Actualmente, sinto que os resultados mostram a minha evolução, fiz -7 esta semana, tinha feito -8 a semana passada em Santo Estêvão [no Drive Tour]. Mesmo assim continuo a sentir que estou a deixar muitas pancadas em campo, pelo que tenho muito para evoluir. Mas sinto-me bem, acho que estou numa parte boa da minha carreira, agora é transportar isso para o Campeonato do Mundo, para a minha época nos EUA e continuar acrescer até que daqui a dois anos pensarei em passar a jogador profissional.”