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FPG culmina processo de renovação da arbitragem
01/02/2019 09:04 HUGO RIBEIRO/GOLFTATTOO/FPG
Os árbitros que receberam os novos certificados acompanhados do presidente da FPG, Miguel Franco de Sousa © FILIPE GUERRA/GOLFTATTOO/FPG

Portugal conta, para começar, com 20 árbitros certificados com as novas regras

A Federação Portuguesa de Golfe reestruturou a carreira de árbitro nacional, no sentido de dotá-la de maior credibilidade, mais conhecimento e superior dinâmica, para que, consequentemente, o quadro competitivo nacional seja valorizado com a presença de árbitros devidamente credenciados e, sobretudo, avaliados. 

Apesar de o processo de renovação das carreiras na arbitragem tenha decorrido ao longo de mais de um ano, foi na passada terça-feira, dia 29 de janeiro, que tudo culminou com a cerimónia de atribuição dos Certificados de Árbitro de Golfe, mais conhecidos por TAG’s. 

A cerimónia, da responsabilidade do Conselho de Arbitragem da FPG, decorreu no Montado Hotel & Golf Resort, onde, no dia seguinte, se iniciou o 89.º Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal, que já beneficiou da presença de alguns desses árbitros. 

Doravante, Portugal conta apenas com 20 árbitros nacionais de golfe certificados pela FPG. No Montado, estiveram para receber o seu TAG João Paulo Pinto, Henrique Carvalhão, João Sá, João Valente Coutinho, António Cantanhede dos Santos, António Vasconcelos, Edgar Costa, Fernando Camarinha, José Carlos Rodrigues, Júlio da Cal, Luís Braga, Luís Chaves, Mafalda Magalhães, Pedro Franco Dias, Susan Howcroft e Tiago Gomes. 

Também foram certificados mas não puderam estar no Montado José Luís Almeida, Orlando Henrique, Pedro Porto Aguiar e Peter Fisher, alguns em funções no Algarve, na Escola de Qualificação do European Seniors Tour. 

João Paulo Pinto, diretor de torneios do Ladies European Tour e presidente do Conselho de Arbitragem da FPG, explicou ao GolfTattoo que "neste momento só são reconhecidos como árbitros nacionais de golfe pela FPG aqueles que se submeteram ao processo de reavaliação e que tiveram sucesso". 

Por consequência, há dezenas de pessoas que em tempos fizeram formação no setor da arbitragem mas que agora deixam de sê-lo. “Todos os árbitros que um dia tinham feito o exame e eram até então reconhecidos como árbitros, se não se submeteram a este exame do novo código, deixaram de sê-lo.” 

Quer isso dizer que a arbitragem de golfe passa a ficar vedada aos que eram e deixaram de ser árbitros? Não, pelo contrário, o Conselho de Arbitragem tem todo o interesse que voltem ao setor e está já desde o início do mês de janeiro a promover a entrada de novos árbitros. 

“Qualquer pessoa que tenha sido árbitro e queira voltar a sê-lo é sempre muito bem recebida nesta formação. Nós precisamos mesmo é de gente capaz e qualificada. O que não podíamos era continuar a chamar de árbitro a alguém que um dia teve um curso, mas que nunca mais o exerceu, nunca mais trabalhou nele e não se atualizou com estas mudanças bastante profundas”, frisou João Paulo Pinto. 

No seguimento desta ideia, no seu discurso de conclusão da cerimónia, o presidente do Conselho de Arbitragem exortou os presentes: “Incentivem colegas e amigos. Vamos trazer mais gente para a arbitragem, mas vamos credibilizar quem vier com formações sérias e com certificações que fazem sentido, para que daqui para a frente se perceba quem pertence ao grupo. Certamente que o quadro competitivo da FPG irá ganhar com isto.” 

Ao GolfTattoo, João Paulo Pinto acrescentou, entretanto, que “é sempre possível qualquer pessoa fazer a sua qualificação ou requalificação. Neste ano de 2019 já foram feitos vários cursos nacionais de nível-1 e de nível-2”. 

A certificação da carreira de arbitragem não é um ato isolado, mas insere-se numa política global de certificação da Direção da FPG que inclui, entre outros, treinadores e campos de golfe. 

Daí a importância da cerimónia no Montado ter contado com a presença do presidente da FPG, Miguel Franco de Sousa, que fez questão de dirigir-se aos presentes. 

“Em nome da FPG, quero agradecer o vosso contributo, a vossa participação ativa naquilo que é a arbitragem de golfe em Portugal. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Conselho de Arbitragem o trabalho incansável que teve ao longo destes meses. A preparação desta atualização de regras em português foi um trabalho muito intenso. E estas novas regras são um passo importante para a dinamização do golfe no Mundo inteiro.” 

O presidente da FPG entregou o TAG a João Paulo Pinto e depois o presidente do Conselho de Arbitragem juntou-se a Miguel Franco de Sousa na atribuição conjunta dos TAG’s aos restantes árbitros certificados, que receberam igualmente a sua credencial de árbitro da FPG, de modo a serem facilmente identificáveis nos torneios.

Porque foi janeiro de 2019 o momento escolhido para esta revolução no setor da arbitragem nacional? 

“O Conselho de Arbitragem, após aprovação pela Direção da FPG há mais de um ano, publicou a informação de que o momento oportuno para quebrar uma ligação com o passado era precisamente a entrada em vigor deste novo conjunto de regras, porque as alterações foram significativas”, elucidou João Paulo Pinto. 

A consolidação da credibilização da carreira de árbitro de golfe não se compadece, doravante, com uma atitude estática. Não mais será possível a um árbitro manter a sua “carteira” se não praticar, se não estudar permanentemente. No fundo, como sucede aos árbitros de outras modalidades que são sujeitos a avaliações todos os anos. 

“Aprovado pela Direção da FPG – especificou João Paulo Pinto –, existe um processo para cada árbitro e cada árbitro terá de adquirir um determinado número de créditos em cada dois anos civis. A obtenção desses créditos pode ser feita em workshops, cursos, dias de arbitragem no campo, dias de preparação e marcação de campo, e só esses serão posteriormente credenciados. Implica que todos aqueles que queiram manter-se no ativo tenham de mostrar empenhamento e ir-se atualizando.” 

O presidente do Conselho de Arbitragem não se esquece, contudo, de todos quantos ao longo dos anos contribuíram, num regime cem por cento amador, dado os árbitros de golfe não auferirem qualquer compensação pecuniária, gozando apenas de todas as despesas pagas pela FPG. 

“É uma função que exige muitos sacrifícios nas suas vidas pessoais, familiares e profissionais, para que, semana após semana, possam colaborar graciosamente com a FPG”, sublinhou João Paulo Pinto. 

Daí que “os árbitros tenham sido, obviamente, os primeiros elementos de toda esta cadeia de agentes desportivos a receberem o novo conjunto de regras e as novas ferramentas de aprendizagem e de estudo. Foram eles que, depois de se terem submetido a exame e de terem sido certificados, que nos ajudaram a visitar quase todos os clubes nacionais, passando esta mensagem aos associados de cada clube, bem como a outras associações profissionais”. 

A cerimónia no Montado, seguida de jantar foi, assim, um tributo “a todos os árbitros que se qualificaram ou requalificaram para o novo código de regras. Pretendeu-se reconhecer toda a sua disponibilidade e empenho, quer nos anos que passaram, quer como incentivo para o ano que vem. Sem o esforço de todos não seria possível à FPG ter um quadro competitivo tão rico como tem”. 

Mesmo a encerrar o jantar, João Valente Coutinho, o diretor-técnico nacional, fez um sentido brinde a Amadeu Ferreira, o presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Golfe, que mereceria seguramente estar presente neste grupo histórico de primeiros 20 árbitros certificados depois das novas regras entrarem em vigor a 1 de janeiro, mas que, devido a doença prolongada, não pode proceder à sua requalificação.