32.ª edição coroou Stéphane Castro Ferreira em gross e Manuel Cândido de Oliveira na classificação geral net
Manuel Cândido de Oliveira deu continuidade a uma dinastia de campeões da família Cândido de Oliveira no Grande Troféu de Vilamoura, um dos mais prestigiados e históricos eventos para amadores em Portugal.
A 32.ª edição decorreu em três dos cinco campos da Dom Pedro Hotels & Golf Collection, em Vilamoura: o Dom Pedro Old Course (que foi palco do Portugal Ladies Open do Ladies European Tour), o Dom Pedro Pinhal (que recebeu o Campeonato Nacional da PGA de Portugal) e o Dom Pedro Victoria (a casa do Portugal Masters do European Tour).
De acordo com dados recolhidos pelo jornalista Valdemar Afonso, que há anos cobre e joga o evento, em 2019 estiveram presentes “quase 300 jogadores de 15 nacionalidades diferentes e cerca de 50 acompanhantes”, fazendo com que em determinadas cerimónias – como o jantar de gala no Casino Solverde – tenham-se reunido perto de 400 pessoas.
Numa época baixa para o turismo algarvio, o Grande Troféu de Vilamoura continua a esgotar as suas listas de inscritos todos os anos e é uma importante fonte de receita para a região.
A sua história tem vivido momentos diferentes. Como nos contou Romeu Gonçalves, antigo membro das seleções nacionais amadoras da Federação Portuguesa de Golfe e atual diretor de golfe de dois campos do Grupo Dom Pedro, “o Grande Troféu de Vilamoura nasceu como uma reunião dos campeões e dos presidentes de todos os clubes do país. É por isso que desde o seu nascimento se revestiu de tanto prestígio”.
Alice Carlota, diretora comercial e de vendas do Grupo Dom Pedro e também a apresentadora da cerimónia de entrega de prémios, acrescentou que “é devido a esse passado que ainda hoje se joga em medal net. Há participantes que nos pedem para recorrermos a sistemas mais fáceis, mas para isso há outros torneios e a identidade deste torneio é o medal net”.
Houve anos em que a organização chegou a ter acordos com a FPG para que a prova contasse para o Ranking Nacional BPI e houve também uma edição, a 25.ª, em que alguns dos melhores profissionais portugueses foram convidados a participar por serem ex-campeões da prova. Basta recordar que em 2000 o vencedor foi Ricardo Santos, o único português a competir a tempo inteiro no European Tour em 2020.
“Estou impressionado com o torneio e temos grande planos para ele no futuro”, disse-nos Paulo Mesquita, diretor geral de golfe no Grupo Dom Pedro, que esteve pela primeira vez na competição.
Independentemente das evoluções que foi sofrendo, este torneio internacional tem sabido manter o seu estatuto, tanto a nível nacional como internacional e há jogadores que regressam ano após ano.
É o caso de Manuel Cândido de Oliveira que, no seu discurso de campeão de 2019 recordou: “Foi há exatamente 20 anos que comecei a jogar golfe e estreei-me neste torneio. Já tinha ganho as 3.ª Categorias, mas agora, ao vencer finalmente a classificação geral, igualei o meu irmão e o meu filho”.
Com efeito, José Cândido de Oliveira venceu em 2007 e Ricardo Cândido de Oliveira em 2008.
Agora foi a vez de Manuel, sócio do Clube de Golfe do Sport Lisboa e Benfica, de handicap 17, que jogou nas 3.ª Categorias e venceu a classificação net geral, com 218 pancadas, após voltas de 73, 72 e 73.
O vencedor gross foi um ilustre campeão do golfe português, Stéphane Castro Ferreira, que também ganhou a classificação net e gross de 1.ª Categorias mas – como uma das características importantes do Grande Troféu de Vilamoura é não permitir a acumulação de prémios – contentou-se com o estatuto de vencedor da classificação gross geral.
Stéphane Castro Ferreira, jogador do Clube de Golfe do Santo da Serra, com 4 de handicap, agregou 241 pancadas, 24 acima do Par, depois de rondas de 83, 83 e 75.
Foi o melhor jogador do torneio e não admira, pois estamos a falar do campeão nacional amador da FPG em 1997 e 1998, que depois tornou-se profissional e chegou a ganhar alguns torneios do circuito da PGA de Portugal, antes de recuperar o estatuto amador. Nos últimos anos evidenciou-se também como comentador televisivo de golfe na SportTV e no Eurosport.
Não é habitual os dois prémios principais terem ido para portugueses, mas isso não quer dizer que tenham sido os golfistas nacionais a dominarem o 32.º Troféu de Vilamoura.
Bem pelo contrário, para além de Manuel Cândido de Oliveira e de Stéphane Castro Ferreira só mais um português ganhou uma das provas em disputa – José Valente, do Clube de Golfe dos Economistas, de handicap 9, que triunfou na classificação net de 2.ª Categorias com 222 pancadas, juntando voltas de 76, 72 e 74.
A lista completa de vencedores do 32.º Grande Troféu de Vilamoura é a seguinte:
Campeão do torneio (net geral)
Manuel Cândido de Oliveira, 218 (73+72+73).
Gross geral
Stephane Castro Ferreira, 241 (83+83+75), +24.
1.ª Categoria Gross feminina
Liesbeth Van Den Dool, 254 (84+90+80), +37
1.ª Categoria Net feminina
Arrate Garate, 234 (81+80+73)
1.ª Categoria Gross masculina
Walter McDonagh, 241 (75+84+82), +24
1.ª categoria Net masculina
Willie O`Neill, 227 (78+78+71)
2.ª Categoria Gross feminina
Arminda Von Kaenel, 274 (93+91+90), +57
2.ª Categoria Net feminina
Emilie Rola, 229 (80++77+72)
2.ª Categoria Gross masculina
Enda O`Donnell, 248 (79+90+79), +31
2.ª Categoria Net masculina
3.ª Categoria Gross feminina
Anneli Rosengren, 289 (93+94+102), +72
3.ª Categoria Net feminina
Ana Montserrat Perez Martinez, 222 (76+77+69)
3.ª Categoria Gross masculina
Anthony Kavanagh, 268 (87+94+87), +51
3.ª Categoria Net masculina
Hugh O`Donnell, 224 (72+80+72)
4.ª Categoria Gross feminina
Sinead Conneely, 320 (104+111+105), +103
4.ª Categoria Net feminina
Anne Christine Nilsson, 235 (78+81+76)
4.ª Categoria Gross masculina
Finbarr Thomas, 287 (100+96+91), +70
4.ª Categoria Net masculina
Mark Bowman, 224 (75+75+74)