Portas abertas no Jamor e Manhã da Rádio Comercial ao vivo sob o signo da modalidade
Nunca o Dia do Golfista, que se celebra hoje, 10 de Abril, teve tanta actividade e animação. A Federação Portuguesa de Golfe (FPG) promoveu no Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, em Oeiras, a iniciativa “Golfe para Todos”, abrindo as portas do complexo a todos os que quisessem testar a sua habilidade, e o programa da Manhã da Rádio Comercial fez de lá uma emissão ao vivo, com Pedro Ribeiro, Nuno Markl, Luísa Barbosa, Vasco Palmeirim e Cesar Mourão.
Sob a batuta do Treinador Nacional Nelson Ribeiro, estes tiveram depois oportunidade de competir entre eles no driving range pela tacada mais longa. Vasco Palmeirim, mais familiarizado com o golfe apesar de ter reconhecido não saber o que significa a expressão green fee (“Tudo o que seja pagamentos é o meu contabilista que trata”, justificou), foi o vencedor, o que lhe valeu o prémio de duas noites num hotel da Solverde para duas pessoas ao volante de um Peugeot.
O fascínio pelas palavras do léxico do golfe foi uma constante, com brilhantes deduções. Por exemplo: driver é o motorista; par é a pessoa que joga contigo. Houve até quem dissesse não dispensar fruta no green, para um bom "putt com laranja". O próprio Rebenta a Bolha, a rubrica de César Mourão, versava "alguém do golfe que inventa novas expressões para a modalidade". A tacada que faz a bola entrar no buraco como se chama? "Zummmmm".
Dada a reconhecida inaptidão de Nuno Markl para a prática de desportos, havia grande expectativa em relação ao seu desempenho. "A humanidade clama por Markl no driving range", comentava-se. Vasco Palmerim até se mostrou disponível para lhe ceder um dos tacos do set que comprou outrora no OLX "sabendo que provavelmente nunca mais o vou ver".
Expectativa ou temor? Pedro Ribeiro recordou que da última vez que praticou uma modalidade com ele, no caso o ténis, ele cometeu a proeza de desafiar as leis da física, dando uma raquetada e indo a bola para trás. “O que pode acontecer no golfe?”, questionava-se. “Quando o Markl tem uma bola na mão e um taco para acertar, estão reunidas as condições para uma tragédia”, explicou. Assim, aconselhava a que quando chegasse esse momento, todos se afastassem um pouco, para a Margem Sul.
Miguel Franco de Sousa (presidente da FPG) e Ricardo, à direita, convidados do programa
E, com efeito, Markl foi um autêntico espectáculo, mais parecendo um agricultor de enxada na mão em pleno labor. “Tenho de vir um dia sem ninguém a olhar, porque acho que o problema é que estava muita gente à espera que eu fizesse asneira. Obviamente que eu teria de corresponder às expectativas. Para mais, estava genuinamente nervoso – e eu hoje em dia já não fico nervoso com muita coisa. Estava bastante tenso, fiquei com dores nos braços de estar ali agarrado ao taco, como se estivesse agarrado à minha própria vida.”
Mas não se pense que desistiu do golfe, compreende que “o zen é isto”, o” ambiente é maravilhoso” e ele até gostaria que as emissões do programa da Manhã fossem todos os dias num cenário assim tão verdejante e não num estúdio sem janelas. “Terei de voltar à modalidade sem ninguém a olhar, uma coisa sossegada. O meu objectivo é depois um dia surgir aclamado já como um mestre. Hoje foi toda a gente a rir, toda a gente rir, mas entretanto eu na penumbra ter-me-ei tornado de facto num campeão."
Miguel Franco de Sousa, Pedro Ribeiro e Vasco Palmeirim em pleno campo
Foi aliás engraçado ver como as “estrelas” da Rádio Comercial vestiram a camisola do golfe. César Mourão lamentou que o golfe seja visto como um “desporto de elite, o que afasta logo à partida muita gente”. “É uma pena que assim seja, porque o golfe é um tipo de desporto que, como poucos, nos passa uma tranquilidade, uma paz. O esqui também podia ser considerado um desporto de elite, mas há cada vez mais pessoas a praticá-lo. O Jamor abriu as portas e muito bem, para que as pessoas se apercebam que cada vez mais que o golfe é um desporto como outro qualquer e que adiram.”
Pedro Ribeiro alinhou pelo mesmo diapasão: “Acho que chegou a hora de se deixar de olhar para o golfe como uma coisa elitista, um clube fechado onde não entra ninguém e onde é preciso ter mais de 60 anos para se jogar. Isso é um disparate, eu hoje vi aqui imensas crianças a jogar… Agora o desafio em Portugal é abrir o golfe a mais gente de mais idades, a toda a gente, porque no fundo é um desporto fantástico, para todos, que ajuda a limpar a cabeça, a descontrair, em contacto directo com a natureza, só faz é bem.”
Com o notável apoio da Rádio Comercial, este foi sem dúvida um dia de grande promoção do golfe em Portugal, e os seus protagonistas não foram os únicos “conhecidos” a aparecer – estiveram também presentes o humorista José Diogo Quintela, o ex-guarda redes Ricardo Pereira, o presidente do ACP Carlos Barbosa, o director-adjunto do Expresso e director da Exame João Vieira Pereira, a velejadora olímpica Joana Pratas, o presidente do Comité Olímpico Português, José Manuel Constantino.
“Correu muito bem”, confirma o presidente da FPG, Miguel Franco de Sousa, que não deixou de ter a visita também do seu antecessor no cargo, Manuel Agrellos. “Conseguimos comunicar para fora, fazer aquilo que pretendíamos com esta acção, que era não só comunicar com os golfistas mas com a comunidade não-golfista, o exemplo disse é que vieram até ao Jamor muitas pessoas e até turmas de crianças que nunca tinham visto golfe e que só por terem ouvido o programa na rádio vieram cá jogar.”