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O que é feito de Lucas Lopes Azinheiro, o bicampeão gross do Grande Troféu de Vilamoura
15/12/2024 12:35 Hugo Ribeiro
Luca Lopes Azinheiro recebeu de Romeu Gonçalves (Details) o prémio para o melhor em gross © Estúdios Calero

O antigo vice-campeão nacional amador concluiu todos os seus estudos e poderá jogar mais em 2025

Lucas Lopes Azinheiro venceu pelo segundo ano consecutivo a classificação gross do Grande Troféu de Vilamoura, cuja 36.ª edição disputou-se nos campos do Pinhal, Old Course e Millennium, entre 302 jogadores, distribuídos por quatro categorias, em representação de 12 países. 

“Já joguei este torneio algumas vezes e é sempre bom ganhar este tipo de torneios, porque envolvem muita gente e têm muita visibilidade. É claro que não vamos encontrar aqui o mais alto nível de jogadores, mas há muitos com capacidade de fazerem boas voltas. E ganhar dá sempre mais confiança. Se chegasse aqui e fizesse 10 acima do Par em cada dia, não iria sentir-me muito realizado e a vontade de continuar a jogar não seria muita. Ganhando e jogando minimamente bom golfe, a motivação é outra”, salientou o português de 22 anos, ao GolfTattoo. 

O antigo vice-campeão nacional amador superou em 2 pancadas o seu resultado do ano passado e venceu ainda mais à vontade, com 226 pancadas, 9 acima do Par, após voltas de 76 (no Old Course), 76 (no Millennium) e 74 (no Pinhal). 

“No ano passado fiquei a 11 abaixo do Par e este ano fiquei abaixo das +10, o que é sempre bom. Claro que o melhor seria ficar abaixo do Par, mas não posso esperar muito quando nem tenho treinado», disse Lucas Lopes Azinheiro, referindo-se ao facto de não ter jogado entre outubro e dezembro, regressando ao golfe exatamente no momento em que deu a sua primeira tacada no Old Course. 

Há um ano venceu a prova pouco tempo depois de ter-se licenciado em Solicitadoria no ISCAL. Desta feita, terminou em setembro o estágio e em outubro enfrentou os exames à Ordem, ultrapassando-os com sucesso. 

“Houve ali umas semanas em que foquei-me mais nos estudos e parei um bocadinho o golfe. Desde os exames, em outubro, ainda não tinha voltado a jogar”, explicou. 

O jogador do Clube de Golfe de Vilamoura bateu por 10 pancadas o britânico Steve Jenkins (79+77+80), numa competição em que houve 36 jogadores a disputarem a primeira categoria. 

No regulamento da prova, o estatuto de campeão do torneio é, contudo, atribuído ao melhor classificado net e esse foi o marroquino Mehdi Chraibi, que, para um jogador de quarta categoria, fez o resultado assombroso de 196 (+45), após entregar cartões de 55 (no Pinhal), 75 (no Old Course) e 66 (no Millennium).

Mehdi Chraibi, o campeão do torneio, com Paulo Martins, da Vista Alegre © Estúdios Calero

Uma diferença de 15 pancadas face a dois jogadores da segunda categoria – Irene Baamonde (+70) e Carlos Fonseca (+55) –, ambos com 211. 

Houve uma elevada representação de Marrocos e de Espanha, para além dos habituais britânicos e escandinavos. 

“O balanço do Grande Troféu de Vilamoura de 2024 é altíssimo. Um sucesso. Foram 302 jogadores (passou-se de novo a barreira dos 300 dos tempos antes da pandemia), de 12 nacionalidades, e o mais interessante foi o facto de muitos dos clientes que vieram jogar o torneio serem jogadores novos, não novos em idade, mas novos neste evento. Significa uma nova vaga de jogadores a aderir ao Troféu", afiançou Nuno Sepúlveda. 

O presidente-executivo (CEO) da Details SA garantiu que o torneio "vai continuar. Esta foi a edição n.º 36 e a n.º 37 estará brevemente no mercado para ser vendida". 

Num ano em que o Clube de Golfe de Vilamoura regressou aos triunfos no torneio masculino do Campeonato Nacional de Clubes (Taça Visconde de Pereira Machado), ser um jogador da casa a mostrar-se com o melhor resultado da competição não passou despercebido. 

“Dá-nos sempre um gozo muito especial”, frisou Nuno Sepúlveda. “O Clube de Golfe de Vilamoura – acrescentou – é uma instituição com muitos anos, a qual estamos muito empenhados em apoiar. Temos pessoas muito apaixonadas no clube como o David Moura, o Romeu Gonçalves, o Joaquim Sequeira e outros. Sempre que temos bons resultados de um atleta da nossa academia, do nosso clube, ficamos especialmente orgulhosos e esperamos que assim seja cada vez mais. Aliás, estamos a investir mais no golfe feminino, para que também cresça e não seja só o masculino a ter estes resultados. Temos jogadores de altíssima qualidade para os próximos anos e, à nossa realidade nacional, vamos apostar nos próximos anos no CG Vilamoura. É uma obrigação que temos com Vilamoura, a de continuarmos a desenvolver o talento e também a de criarmos profissionais que depois trabalhem connosco e contribuam para o golfe em Portugal.” 

É esse o caso de outra figura histórica de Vilamoura, Hugo Santos, que também brilhou este ano, mas na sombra. 

O antigo campeão nacional de amadores e de profissionais é agora treinador e mesmo antes do torneio deu algumas aulas a Caroline e Morgane Savary, duas francesas que há três anos residem em Vilamoura. Pois bem, a mãe, Caroline, venceu a classificação gross na segunda categoria. A filha Morgane foi campeã em net na quarta categoria. 

Quem sabe se estes sucessos irão motivá-las a tornarem-se sócias do Clube de Golfe de Vilamoura? 

Lucas Lopes Azinheiro, por seu lado, percebe o peso de jogar por uma marca de renome regional e nacional e sente a nova dinâmica de que fala Nuno Sepúlveda: “É um orgulho representar o clube neste torneio, com tantos estrangeiros a verem que Vilamoura tem bons jogadores. Este ano ganhámos o Campeonato Nacional de Clubes e sinto que é possível voltarmos a ter grandes equipas. Vejo muitas crianças envolvidas aos fins de semana e não estou a falar em algumas dezenas, são mesmo muitas, o que não acontece em muitos clubes. E aqui também praticamos preços acessíveis para os jovens.” 

Há não muito tempo, Lucas Lopes Azinheiro era um desses valores promissores. Sagrou-se vice-campeão nacional amador em 2020, no Oporto Golf Cub (Espinho), onde Pedro Lencart foi o campeão e Ricardo Melo Gouveia triunfou no torneio de profissionais. 

Antes disso, entre muitos sucessos desportivos, os momentos em que mais se destacou foram o vice-campeonato nacional de clubes ao serviço de Vilamoura em 2018, numa prova disputada no Bom Sucesso (Óbidos), em que a equipa algarvia perdeu na final com o Club de Golf de Miramar (Vila Nova de Gaia); e ainda, o vice-campeonato nacional de pares, ao lado de Carlos Conceição, em 2019, ano em que só foram batidos por Pedro Sousa Machado e Afonso Rodrigues, num evento jogado em Miramar. 

Os estudos universitários vieram travar essa carreira amadora. Admitiu que durante os três anos de faculdade o golfe foi posto de lado. Jogou “para aí uma vez por mês, às vezes nem isso”. A pandemia da COVID19 e os seus confinamentos obrigatórios também não ajudaram. 

A vitória gross no Grande Troféu de Vilamoura de 2023, motivou-o a jogar mais seriamente em 2024, mas, afinal, o estágio e o exame à Ordem moderaram esse objetivo. 

Mesmo assim, sempre jogou mais do que no ano passado: “Em junho e julho voltei a jogar um pouco mais e joguei uns torneios no verão que correram-me bem. Joguei uns dois ou três da FPG e outros do Vilamoura Series. Senti que voltei a ter algum nível no meu golfe.” 

Foi também evidente que Lucas Lopes Azinheiro surgiu este ano mais atlético, mais magro, mais musculado. 

“Nos tempos de universidade ganhei algum peso e tornei-me mais sedentário. Foi importante, no início deste ano, com a ajuda de um amigo meu, que representa a Herbalife em Portugal, ter feito um plano até junho. Nos meses de verão libertei-me mais e voltei a ganhar um pouco de peso, mas em outubro voltei ao ginásio, tenho treinado mais, tenho feito corridas, perdi peso e sinto-me muito melhor, mesmo em termos de saúde, mais ativo”, elucidou. 

Tal como no ano passado, também este ano sentiu que a vitória neste histórico evento deu-lhe alento para pensar na próxima temporada, mas as dúvidas são grandes: “Em janeiro vou inscrever-me na Ordem (dos Solicitadores e dos Agentes de Execução). Pretendo trabalhar no setor e ganhar alguma experiência. Em relação ao golfe, o meu objetivo é perceber se ainda quero dar-lhe uma última oportunidade. Sinto que o mais alto nível exige muito de mim e não sei se vale o sacrifício, mas quero continuar a jogar, seja nestes torneios, seja com amigos, até mesmo em torneios da FPG, com mais um pouco de treino. Se os bons resultados surgirem, quem sabe? Afinal, este ano estive quase a qualificar-me para a equipa de Vilamoura do Campeonato Nacional de Clubes.”

Todos os premiados © Estúdios Calero 

O 36.º Grande Troféu de Vilamoura é muito mais do que um torneio desportivo. Integra uma série de eventos sociais como os jantares volantes no Hilton Cascades Vilamoura e no Forum Dom Pedro, ou o jantar no Casino de Vilamoura, com o respetivo espetáculo de ‘cabaret’ e o hilariante resumo filmado com a produção da Tee Video Golf. 

Eventos bem organizados por uma histórica equipa, com diretores que atravessaram as administrações do Grupo André Jordan, do Grupo Oceânico, do Grupo Dom Pedro e agora estão integrados na Details SA. 

Essa continuidade garante a qualidade a que se habituaram aqueles jogadores que regressam ano após ano, alguns deles com 30 participações na prova. 

Esses veteranos notaram grandes progressos no Old Course, com uma nova clubhouse e o campo renovado, com destaque para os greens a uma velocidade de 11,5, dignos de um torneio do Challenge Tour. 

“Devo dizer que o Old Course está mesmo em condições formidáveis”, sublinhou Lucas Lopes Azinheiro. “Foi um trabalho incrível feito pelos novos donos e está fantástico. Ficou um campo muito distinto do que era. Sempre foi um campo muito fechado, muito técnico e complicado. Neste momento, é muito mais espaçoso, com menos árvores, as árvores e os matos foram limpos. Por exemplo, agora é quase impossível as bolas ficarem em cima das árvores. É uma mudança muito boa em tão pouco tempo. Se me lembro bem, os greens, nos anos passados, tinham enfrentado algumas dificuldades e agora é o que se vê. A clubhouse e a loja foram renovadas e estão bonitas. A qualidade elevou-se a todos os níveis… e o preço também. Continuará a ser aberto ao público, mas, com este novo preçário, será um pouco mais exclusivo”, acrescentou. 

O Laguna (que este ano não fez parte do programa do torneio) também sofreu obras “para ser mais sustentável” e o Pinhal deverá ser melhorado em 2025, ano em que será reaberto, a 4 de julho, o Victoria, com desenho do múltiplo campeão de majors, Ernie Els. Aliás, foi divulgado neste mês de dezembro que o Victoria será o primeiro Els Club na Europa continental, ou seja, um clube de luxo, extremamente restrito, para um segmento diferente, quiçá inédito em Portugal. 

E Nuno Sepúlveda promete que um dia o Victoria – a casa do Portugal Masters – voltará a ter um grande torneio de golfe, se calhar superior aos eventos do DP World Tour. 

Os vencedores do 36.º Grande Troféu de Vilamoura foram os seguintes: 

Net geral (o campeão), Mehdi Chraibi

Gross geral, Lucas Lopes Azinheiro

Gross quartas categorias, Isabel Maria Mendes e Mário Casimiro Paiva

Gross terceiras categorias, Ana Monserrat Perez e Eugene McMahon

Gross segundas categorias, Caroline Savary e Olav Maaland

Gross primeiras categorias, Kareen How e Steve Jenkins

Net quartas categorias, Morgane Savary e Alejandro Guijarro

Net terceiras categorias, Josette Renzi e Manuel Cândido de Oliveira

Net segundas categorias, Maria Luisa Ruiz e Rui Mário Meireles

Net primeiras categorias, Joana Meireles e Manuel Muelas.