AcyMailing Module

19
> Home / Artigos
Para o golfe do Belas Clube de Campo, baixar os braços não foi opção
13/05/2020 17:10 Rodrigo Cordoeiro
Paul Saunders: "Aproveitámos o fecho ao público para fazer trabalhos de fundo no campo e melhorias na sua apresentação" © PLANBELAS

Nas vésperas da reabertura ao público em geral, director Paul Saunders fala do trabalho feito durante o fecho

Como muitos outros campos de golfe pelo país fora, o Belas Clube de Campo. em Sintra, abriu o seu a 4 de Maio, dia em que as modalidades desportivas individuais praticadas ao ar livre receberam luz verde do Governo para reatar a sua actividade. Fê-lo, no entanto, de forma gradual: na primeira semana, exclusivo  a sócios do Clube de Golfe de Belas – e mesmo assim registou-se um aumento de 60 por cento de taxa de ocupação face ao período homólogo; na segunda, que começou dia 11, a convidados dos membros; e no dia 18 se dará o acesso ao público em geral, sempre com reservas obrigatórias. 

“Existe uma grande vontade por parte dos golfistas em retomar a prática da modalidade, o que justifica este aumento de jogadores, embora nesta segunda semana, devido à chuva, tenha decaído”, explica Paul Saunders, diretor do campo. “A reabertura está a ser efetuada de forma faseada, ainda com bastantes restrições, e implementámos o nosso próprio conjunto de procedimentos e recomendações. Apesar de o golfe ser uma atividade individual e ao ar livre, é fundamental uma atitude responsável para que possamos retomar a atividade com confiança e tranquilidade.” 

Porque a sua filha, a 20 de Março, acusou positivo ao coronavírus, Paul Saunders esteve 15 dias de quarentena, completamente isolado em casa, sem contacto com o mundo, as compras entregues ao domicílio. “Ela teve febres muitos altas, muitas dores de cabeça e no corpo. Com medicação, muitos líquidos e descanso, restabeleceu-se. Tivemos sorte – com 27 anos, ela não faz parte do grupo de risco. Mas uma pessoa fica sempre muito preocupada. Quanto a nós, a minha mulher e eu, fizemos o teste ao fim de 15 e estava tudo bem.” 

Durante o período de emergência, a empresa não aderiu ao sistema de lay-off. E mesmo com o staff de manutenção inicialmente reduzido ao mínimo – meias equipas revezando-se a trabalhar em semanas alternadas – aproveitou o fecho ao público para fazer trabalhos de fundo no campo e melhorias na sua apresentação. “Depois dos 15 dias iniciais convocámos toda a equipa, porque realizámos que, perante a lógica que se fazia sentir, os campos de golfe iriam poder abrir em breve, o que viria aacontecer a 4 de Maio.” 

Foram construídos quatros novos tees, nos buracos 1, 11, 13 e 18, que vão oferecer uma nova variedade de experiências, tanto para os jogadores profissionais como para amadores e iniciantes; foram introduzidos novos caminhos de buggies no buracos 6 e 8, dando seguimento a um trabalho iniciado em 2016, para garantir que o campo está em pleno funcionamento durante todo o ano e com todos os buracos com caminhos de buggies

Em termos de vegetação, aproveitou-se este período para retirar as árvores mortas e podar outras para que fiquem mais vigorosas e bonitas. O lago em volta do tee 18 faz parte de um projeto para o tornar num ex-libris do Belas Clube de Campo, tendo-se aproveitado esta altura para efectuar intervenções e limpezas de ampliação das vistas. Para além disto, manteve-se todo o trabalho de manutenção do campo, e intervenções diversas como a aerificação dos greens e tees (técnica que melhora as superfície, descompacta o solo e melhora a infiltração da água) e top-dressing (regulariza a superfície e melhora o rolar da bola, podendo tornar o green mais rápido). 

Em termos financeiros, Paul Saunders reconhece que esta paragem teve um “impacto”:“Os custos do golfe são fixos ou poucos variáveis. Já tínhamos muitas reservas da parte de operadores turísticos, hotéis e clientes diretos; esperávamos que esta fosse a nossa melhor Primavera de sempre, no seguimento do crescimento dos últimos seis anos, que ascende aos 60 por cento; e de um momento para o outro, tudo se reduziu a zero, embora algumas reservas tenham sido reagendadas para Setembro e Outubro.” 

Quando à Academia de Golfe do BCC, irá reabrir a 18 de Maio, tal como o restaurante da clubhouse, este “com algumas limitações, oferecendo um serviço mais reduzido mas onde se consegue satisfazer os requisitos dos nossos jogadores, com café, sanduíches, torrada, omoletes, bebidas e pratos do dia ao almoço”. 

O regresso dos torneios, está previsto para Julho, incluindo, nesse mês, as Qualificações Regionais do Expresso BPI Golf Cup, nos dias 15, 16, 17, 20, 21 e 22. “Houve 30 torneios que foram adiados ou cancelados. No que diz respeito aos do nosso clube, estamos neste momento com a tarefa de os calendarizar novamente, mas todos demonstram boa vontade e flexibilidade em encontrar novas datas.” 

Paul Saunders diz que esta crise pandémica foi “catastrófica”, que mudou muito a “nossa maneira de pensar” e que “o golfe não ficou fora”. Mas salienta que, em contrapartida, nunca a indústria do golfe em Portugal esteve tão unida, a trabalhar de perto, uns com os outros, a partilhar informação sobre a nova realidade e sobre as medidas a tomar para a reabertura e o pós-reabertura. “Gostava de que os jogadores percebessem o trabalho imenso que tem sido feito em conjunto nos bastidores”, diz. 

“No nosso caso”, adianta, “criámos um protocolo não só com base nas orientações do Governo e da Direcção Geral de Saúde, não só com base no Plano de Reabertura elaborado em conjunto pela Federação Portuguesa de Golfe, o Conselho Nacional da Indústria do Golfe, a Associação, a Associação de Gestores de Golf de Portugal (AGGP) e a Associação Portuguesa de Greenkeepers (APG), mas fomos beber igualmente à Real Federação de Espanha e a outros colegas europeus.”