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Regresso de Nuno Henriques foi pelo Santo da Serra
18/09/2016 16:14 RODRIGO CORDOEIRO
Nuno Henriques é o quinto a contar da esquerda; de resto, aqui estão João Pedro Sousa (treinador), Pedro Araújo, Bernardo Silva, João Umbelino e Carlos Laranja / © RODRIGO CORDOEIRO

Campeonato Nacional de Clubes foi o seu primeiro torneio da FPG desde 2006

Incrível! 10 anos depois, Nuno Henriques voltou a entrar numa prova do calendário federativo – o Campeonato Nacional de Clubes Solverde, que decorreu de 1 a 4 de Setembro no Montado Hotel & Golf Resort. 

Quando falámos, ele e o resto da equipa a que pertence, a do Clube de Golfe do Santo da Serra, estava já a fazer o check-out do hotel. Conta-me que não jogava uma prova da FPG desde o Campeonato Nacional de Clubes de 2005 (prova que venceu em 2004, a jogar em casa), mas estava enganado, na verdade era desde a sua vitória na Taça da FPG de 2006 (no campo da Quinta de Cima), num ano em que venceu também o Internacional da República Checa e em que representou Portugal no Troféu Eisenhower (Campeonato do Mundo por Equipas) na África do Sul, juntamente com Pedro Figueiredo e António Rosado, terminando em 12.º na prova individual oficiosa e estabelecendo assim a melhor marca de um português no torneio, apenas superado em 2010 pelo 9.º lugar de “Figgy” em 2010, Buenos Aires. Naturalmente, seria eleito o Jogador Amador do Ano pela FPG. 

O motivo para esta longa ausência por parte de um dos melhores golfistas portugueses da sua geração prende-se com o facto de ter estado quatro anos nos Estados Unidos a estudar e a jogar pelos “Knights” da Universidade de Central Florida (onde viriam a estar Ricardo Melo Gouveia e José Maria Jóia) e depois ter virado jogador profissional, sem o sucesso que se desejava – que batia na bola como poucos, isso era um dado adquirido, mas, como referiu em entrevista em artigo de Hugo Ribeiro para o GolfTattoo de 4 de Fevereiro de 2015, tinha uma falha no chipping, perdendo demasiadas pancadas em redor dos greens

Pôs os tacos de lado em Setembro de 2014, com 27 anos, e recuperou o estatuto amador em Janeiro de 2016. 

"Surgiu a ideia de jogar o Inter-Clubes e claro que aceitei. Agora é completamente diferente, a competição é a mesma e o espírito competitivo continua, mas é um misto entre prazer, férias e o estar com amigos”, contou ao GolfTattoo, ele que no dia seguinte partiria para Bruxelas, onde mora e trabalha no… golfe, no Royal Waterloo Golf Club. “Sou assistente do director-geral lá do clube, faço a parte financeira mas também um pouco de tudo, e estou a gostar bastante, já estou lá há ano e meio”, explica.

Com João Umbelino. Dois madeirenses que jogaram o Troféu Eisenhower 

Nuno Henriques era uma das atrações do Campeonato Nacional de Clubes Solverde e, com efeito, fez uma prova notável, a começar por ter sido o melhor na única volta de stroke play, com o brilhante score de 67 pancadas, 5 abaixo do par. “Não estava à espera, tenho treinado pouco, foi daquelas voltas só a tentar fazer pares, para não pôr a equipa em perigo, para ficarmos no Flight A, mas as coisas foram surgindo, comecei logo bem, ganhei alguma confiança e correu bem.” 

As oito primeiras equipas, entre 16 participantes, apuravam-se para o Flight A, o Santo da Serra foi sétimo com 384 pancadas (24 acima do par) e no primeiro encontro de match play coube-lhe defrontar o CG Miramar, um dos favoritos. Os madeirenses ofereceram excelente réplica e tudo se decidiu no último encontro de singulares, com vitória de Miramar por 4-3. Nuno Henriques ganhou os seus dois matches, de manhã em pares (foursomes) com Carlos Laranja (frente a Tomás Bessa/João Maria Pontes) e de tarde bateu José Maria Cunha por 1up. 

Batido nos quartos-de-final da competição, o Santo da Serra derrotaria depois a Quinta do Peru e Tróia para terminar num honroso quinto lugar. “Para termos hipóteses, precisávamos de ter mais um Nuno Henriques e mais meio João Umbelino”, comentou o treinador do clube madeirense, João Pedro Sousa. Além de Nuno Henriques e João Umbelino, jogaram pelo Santo da Serra os seguintes jogadores: Carlos Laranja (da selecção nacional de boys), Pedro Araújo, Bernardo Silva e Brandon Hobley. 

Quanto a Miramar, perderia na final com o Oporto, repetindo o título de vice-campeão de 2014.