Stream Plan fecha época de golfe nos Açores com as finais do Troféu Açores, Circuito Ibérico e Taça Vinhos de Portugal
O inglês David Richards entrou para a história do Troféu Açores por ser o primeiro vencedor estrangeiro e logo no primeiro ano em que houve participantes de um clube do Reino Unido.
O Clube de Golfe da Ilha Terceira tornou-se no primeiro clube açoriano a conquistar o Troféu Ibérico de Clubes, sucedendo à Associação Nacional de Seniores de Golfe e assegurando, ao mesmo tempo, a manutenção da prestigiada Taça André Jordan na sede da coletividade açoriana.
A Final do 5.º Troféu Ibérico realizou-se em simultâneo da Final do 3.º Troféu Açores e com mais uma edição da Taça Vinhos de Portugal, um “três em um” organizado pela Stream Plan e o Club Golf Ibérico, no Batalha Golf Course, na ilha de São Miguel, na Região Autónoma dos Açores.
Perante um total de 20 equipas – o mesmo número de 2015 – e 37 jogadores, depois de 22 torneios qualificativos, que passaram por Portugal (incluindo as ilhas de São Miguel e Terceira), Espanha e Inglaterra, as Finais dos três eventos confluíram aos percursos A e B do Batalha Golf Course, 18 buracos que no passado receberam provas do European Seniors Tour, PGA EuroPro Tour e PGA Portugal Tour.
Embora mantenha a designação de Troféu Ibérico, a verdade é que esta competição foi pela primeira vez às Ilhas Britânicas e há planos para continuar a sua expansão a outros destinos emissores de turismo para a Região Autónoma dos Açores.
Aliás, é sintomático que um dos vencedores seja exatamente um inglês, David Richards, do Bukinghamshire Golf Club, que ganhou o 3.º Troféu Açores (classificação individual), com 148 pancadas, 36 acima do Par (medal net), após voltas de 72 e 76.
«Foi um evento incrível, o campo de golfe é espantoso e passámos aqui um tempo muito bom. Devo dizer que isto significa muito para mim e estou muito feliz», disse, na cerimónia de entrega de prémios, depois de receber o troféu e os prémios dos patrocinadores das mãos de Isabel Barata, antiga diretora regional de Turismo dos Açores e atual membro do conselho de administração da SATA-Azores Airlines.
David Richards deixou a 4 pancadas de distância Fernando Sequeira, antigo presidente de Os Belenenses e membro da Secção Centro da Associação Nacional de Seniores de Golfe (ANSG), que assinou dois cartões de 76, para um agregado de +36.
A ANSG tinha ganho a classificação coletiva em 2015, embora com a sua Secção Norte, e este ano voltou a estar bem representada, com a Secção Centro a terminar no 3.º lugar, com Fernando Sequeira e José Cândido de Oliveira a concluírem o 5.º Troféu Ibérico de Clubes com 312 pancadas, 68 acima do Par, apresentando jornadas de 152 e 160.
A 2.ª posição foi para o eterno Clube de Golfe de Viseu, um dos maiores apoiantes desta competição desde o seu nascimento, graças ao envolvimento ativo do seu presidente, Carlos Tinoco. O C.G. Viseu ganhou em 2013 e 2014, foi 6.º classificado no ano passado e vice-campeão este ano, com José Marques Oliveira e Carlos Rodrigues a somarem 311 (150+161), +84.
Os campeões ibéricos de clubes são agora o Clube de Golfe da Ilha Terceira, que alinhou com João Ferreira (o vencedor da etapa qualificativa) e João Valadão, com 304 pancadas, 84 acima do Par, depois de duas voltas de 152, com grande destaque para os excelentes resultados de 72 de Valadão no primeiro dia e de 74 de Ferreira no segundo.
Jõao Ferreira e João Valadão, os jogadores do Clube de Golfe da Ilha Terceira, o vencedor do 5º Troféu Ibérico de Clubes / © Stream Plan
As 72 pancadas de João Valadão foram o melhor resultado do torneio, igualado pelo espanhol Santiago Campo Barquilla (do Golf Guadiana), pelo inglês David Richards (Buckinghamshire) e pelo português José Melão Silveira (CampoReal).
Paralelamente ao 3.º Troféu Açores e ao 5.º Troféu Ibérico de Clubes, realizou-se a Taça Vinhos de Portugal, destinada a acompanhantes e sócios dos clubes participantes, incluindo o VerdeGolf Country Club, o clube residente no Batalha Golf Course, em São Miguel. O vencedor foi Luís Lindo, exatamente do VerdeGolf, com 37 pontos stableford net, superando Frédéric Denecker, dos Tigres do Bosque, com 32.
Luis Lindo da VerdeGolf, vencedor da Taça Vinhos de Portugal com Isabel Barata do Grupo Sata / © Stream Plan
Como sublinhou Pilar de Melo Antunes, diretora da Azores Golf Islands, é notável que Luís Lindo tenha ganho um torneio, pois «só começou a jogar há um ano», apresentando um handicap de 30,5 EGA, mas o fator casa fez-se, sem dúvida, sentir.
Também João Ferreira, um dos vencedores da Taça André Jordan, só começou a jogar golfe «há 17 meses», como o próprio quantificou, e a sua história merece ser contada, por ser um exemplo de perseverança, de andar com a vida para a frente, de encarar sempre o lado positivo das coisas.
«Tenho 44 anos e foi-me diagnosticado um cancro no pulmão. Não conseguira respirar e o médico recomendou-me jogar golfe. Foi por isso que comecei, mas posso dizer que se não fosse pelo golfe, provavelmente hoje em dia não estaria aqui.
«No início só conseguia jogar um buraco e ficava cansado, depois joguei dois e por aí em diante. Hoje em dia faço 18 buracos sem grande esforço, mesmo no Batalha Golf Course que é bem mais acidentado do que o Clube de Golfe da Ilha Terceira onde costumo jogar. Nunca jogo de buggy.
«Não me admira que as jogadoras (do Ladies European Tour Access Series) tenham considerado este o campo mais difícil do circuito porque acredito que seja dos mais difíceis da Europa. É muito competitivo e é obviamente um orgulho suplementar saber que fomos nós a vencer, pela primeira vez para os Açores, este Troféu Ibérico de Clubes.
«Quando ganhei o torneio de qualificação, escolhi outro parceiro, com quem costumo jogar em pares, mas ele tinha já uma viagem marcada para esta data e então o clube decidiu chamar o João (Valadão) que tinha ficado em 2º. Foi uma boa escolha, não o conhecia muito bem mas é um bom parceiro, é seguramente uma dupla para repetir e para o ano lá estarei de novo a tentar qualificar-me para a Final para defender o título.
«Este ano ganhei cinco torneios mas esta foi a primeira vez que saí da Ilha Terceira para jogar um torneio de golfe. É a minha primeira vitória fora. Foi um excelente convívio. Os espanhóis e ingleses demonstraram ser boas companhias e ficaram amizades para o resto da vida».
Foi em 2005, para comemorar a vinda da World Cup/Taça do Mundo de profissionais a Portugal, na qual esteve envolvido o promotor António Carmona Santos, fundador da Stream Plan, que se realizou a primeira edição do Troféu Ibérico, vencendo o Alto Golf.
Em 2013 o Troféu Ibérico regressou e foi completamente dominado pelo Clube de Golfe de Viseu, que revalidou o título em 2014. A ANSG-Delegação Norte impôs-se em 2015 e o novo detentor da Taça André Jordan é o C. G. da Ilha Terceira.
Em todos os torneios qualificativos as jogadoras e jogadores foram brindados com prémios patrocinados pela Murganheira e pela Azores Gourmet, mas mesmo os que não tiveram direito a prémio, puderam degustar os produtos dos patrocinadores, alguns dos quais verdadeiras especialidades regionais açorianas.
Este evento “três em um” tem o alto patrocínio da Associação de Turismo dos Açores. O promotor é a Stream Plan, empresa que encerra nos seus quadros e em parcerias diretas uma vasta equipa com grande experiência na organização de eventos desportivos (Volta a Portugal em Bicicleta, Volvo Ocean Race, Rali Dakar, Campeonatos do Mundo de Vela, Troféu de Portugal TP52, Lisbon Grand Prix Offshore, WCT Figueira Pro, etc.).
Em golfe, alguns dos seus elementos foram responsáveis ou colaboraram, para além das edições do Açores Ladies Open, na realização de mais de 30 eventos de golfe do European Tour, incluindo o Open de Portugal, Estoril Open de golfe, Madeira Islands Open e Brasil Open, e ainda inúmeros eventos do European Challenge Tour, Ladies European Tour e European Seniors Tour. A organização do Troféu Ibérico de Clubes está ainda a cabo da Azores Golf Islands / Ilhas de Valor.
Jorge Monteiro / Wines of Portugal:
«Perguntamo-nos muitas vezes se desporto e bebidas alcoólicas podem associar-se. Provavelmente no caso genérico diremos que não, mas no caso do golfe e dos Vinhos de Portugal não terei dúvidas em responder que sim. Trata-se de dois “produtos-prazer” que, como tal, devem ser seraficamente degustados, procurando-se extrair o melhor que têm. Curiosamente, poderemos acrescentar que ambos – o produto (vinho) e o serviço (golfe) – são também duas estrelas neste Portugal, destino turístico que nestes últimos anos se revelou como uma estrela mundial. Estas duas razões, por si só, justificam a associação da marca Wines of Portugal ao 3.º Troféu Açores / 5.º Troféu Ibérico de Clubes. Que o vencedor tenha celebrado a vitória saboreando um bom Vinho de Portugal».
Luis Cogumbreiro / PanAzorica
«De todos os Produtos Turísticos que compõem a oferta do destino Açores, o golfe é dos que mais vai de encontro ao que se pretende para as nossas Ilhas. Antes de mais, os golfistas de todos os mercados emissores, querem vir aos Açores fora da nossa época alta. Nessa altura podem jogar nos seus campos. São de um segmento económico médio/alto; deixam dinheiro, não só nos hotéis, nos campos de golfe, nos restaurantes, em viaturas de aluguer ou em autocarros, mas também numa miríade de empresas dos mais diferentes tipos. Os golfistas que vem aos Açores são também nossos promotores, não só da qualidade dos nossos campos de golfe, mas também da nossa incontestada beleza natural. Eventos como o Açores Ladies Open, o Troféu Açores ou a Taça Vinhos de Portugal, são prova da capacidade e proficiência da Stream Plan que, com muito esforço e perseverança, tem conseguido projetar o golfe dos Açores em Portugal e no estrangeiro».