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Europa domina no masculino, Ásia/Pacífico no feminino
17/03/2016 09:45 HUGO RIBEIRO/FPG
A dupla inglesa A. Turner/B. Moore perdeu um match, ganhou outro / © FILIPE GUERRA/FPG

Sentidos opostos nos troféus Bonallack e Patsy Hankins no Vidago Palace Golf Course

A força do golfe feminino asiático marcou a histórica edição inaugural do Patsy Hankins Trophy, enquanto no setor masculino, a Europa mostrou por que é a grande favorita à conquista da 9.ª edição do Michael Bonallack Trophy. 

No Vidago Palace Golf Course, a seleção feminina da Ásia/Pacífico comanda por 5-2, enquanto a equipa masculina da Europa exerce um domínio avassalador por 7-2. 

O confronto entre as seleções amadoras da Europa e da Ásia/Pacífico, em representação da EGA e da APGC (Confederação de Golfe da Ásia/Pacífico), é uma das mais importantes competições de match play do golfe mundial e disputa-se no mesmo sistema da Ryder Cup. 

Ontem deveria ter-se jogado um total de dez duelos de pares, cinco foursomes de manhã e outros tantos fourball à tarde, mas o nevoeiro matinal provocou um atraso de 1h45 no programa e a consequência foi terem ficado por terminar quatro embates, três deles do torneio feminino. 

Hoje, depois de recuperar-se de manhã o programa perdido, irá dar-se início à segunda jornada, de novo com foursomes (pares, com pancadas alternadas) seguidos dos sempre espetaculares fourball (pares, com quatro bolas em jogo, cada equipa escolhe a sua melhor). 

Dos encontros de hoje, dois tiveram uma relevância primordial. No Michael Bonallack Trophy, a vitória dos chineses de Taipé, Chiu Han-Ting e Yu Chun-An, sobre os ingleses Bradley Moore e Ashton Turner. No Patsy Hankins Trophy o sucesso da espanhola Maria Parra Luque e da suíça Albane Valenzuela diante das coreanas Choi Hye-jin e Park Hyunkyung. 

Os dois duelos decorreram nos foursomes da manhã, ambos ganhos por 1 up e qualquer um deles permitiu à sua equipa não ir para a tarde desmoralizada com um resultado desfavorável de 5-0. 

Foi a réstia de esperança a que se agarraram os restantes membros das respetivas equipa e a verdade é que se verificou que, de tarde, quem perdeu de manhã por 4-1 tentou reagir da melhor maneira, proporcionando espetáculos mais equilibrados. 

Em declarações à FPG-TV, os capitães e selecionadores fizeram os seguintes balanços desta primeira jornada incompleta: 

A neo-zelandesa Libby Steele (formação feminina da Ásia/Pacífico): 

"Estou muito contente, tivemos um grande início. Conseguimos uma boa vantagem esta manhã (4-1), o que fez com que as coisas ficassem mais fáceis, mas sabemos que ainda temos muito caminho pela frente. Não tivemos muito tempo para almoçar, porque tudo se atrasou devido ao nevoeiro, mas elas estavam em êxtase. Depois do almoço fizemos algumas mudanças nas equipas, porque houve duas que não jogaram de manhã e eu quis que todas jogassem neste primeiro dia, de modo a fazer com que estejam rodadas quando chegarem os singulares de sexta-feira." 

A inglesa Elaine Ratcliffe (formação feminina da Europa): 

"Foi um duro dia de trabalho e gostaríamos de ter mais alguns pontos no quadro de resultados. A Ásia/Pacífico arrancou a todo o gás e jogaram muito bom golfe rapidamente, fazendo com que fosse difícil recuperar. Mas ainda temos três equipas no campo para amanhã de manhã e se conseguirmos fazer esses pontos o quadro ficará muito mais composto. O que vi das adversárias foi um golfe fantástico neste lindo campo. Têm muito bom voo de bola, têm jogo curto apurado. As nossas é que talvez não tenham jogado tudo o que sabem, mas isso também poderá estar relacionado com o início de rompante da Ásia/Pacífico. À tarde decidimos fazer algumas alterações na equipa e fomos mais de acordo com as nacionalidades. É preciso dizer que tínhamos feito anteriormente um treino específico de foursomes e os pares que organizámos para hoje pareciam funcionar bem. Ainda esperamos que dêm resultado, embora esta manhã isso não se tenha visto. À tarde coloquei duas jogadoras novas e houve bom golfe da parte da equipa europeia, mas houve putts que ficaram por entrar." 

O australiano Matt Cutler (equipa masculina da Ásia/Pacífico): 

"Foi uma manhã dura para nós, acho que não lidámos bem com as alterações do programa e nos quatro primeiros buracos vi os nossos jogadores algo apáticos. Depois começámos a carburar e tornámo-nos muito competitivos. Ficámos contentes por termos somado um ponto de manhã. Esse ponto foi muito importante, deu-nos a convicção de que poderíamos competir com os europeus à tarde, como se verificou. De tarde colocámos dois jogadores novos e descansámos outros dois. E a verdade é que os dois novos deram-nos uma grande vitória de 5-4, o Gregory Foo (Singapura) e o Samarth Diwivedi (Índia). É uma longa semana, viajámos de muito longe para chegar aqui, pelo que haverá jogadores a descansar todos os dias. Temos ainda dois jogadores da China Taipé no campo (Chiu Han-Ting e Yu Chun-An), estão empatados no tee do buraco 16 e eles ganharam hoje de manhã, pelo que estamos à espera que façam o mesmo e nos deem esse ponto. Gostei também muito de ver juntos o Takumi Kanaya (Coreia do Sul) e o Yun Sung Ho (Japão), vêm de diferentes culturas, falam idiomas distintos, mas deram-se bem. Foi uma pena terem perdido no último buraco, porque lideraram várias vezes." 

O francês Alexis Godillot (equipa masculina da Europa): 

"Estamos muito satisfeitos com o resultado porque lideramos por 7-2 e deixámos no campo um duelo no final do buraco 15 que está empatado. Estamos com um resultado confortável, mas não é tão fácil como parece. Ganhámos os foursomes de manhã por 4-1 mas à tarde nos fourball todos os embates foram equilibrados. Ganhámos os dois primeiros fourball no último green e poderíamos perfeitamente tê-los perdido. Tivemos um pouco de sorte. Creio que na Europa estamos mais habituados a jogar em foursomes e isso deu-nos uma pequena vantagem de manhã e daí termos construído uma vantagem de 4-1. Os europeus também estão mais habituados às interrupções e aos inícios de jornada atrasados por nevoeiro e mau tempo, seja tempestades ou nevoeiro. Isso acontece com os escoceses, ingleses, mas mesmo com os franceses e italianos. Os jogadores estão bem treinados e sabem esperar. À tarde foi tudo muito mais renhido. Nos fourball é mais difícil de fazer a diferença. Mas a verdade é que tudo terminou bem. Ganhámos o primeiro duelo no buraco 18 quando durante grande parte do tempo não estivemos bem colocados (o sueco Robin Petersson e o holandês Jeroen Krietemeijer) e foi uma boa surpresa. Espantou-me a qualidade do jogo da Ásia/Pacífico no foursome n.º1 desta manhã (os australianos Brett Coletta e Zach Murray) porque jogaram seis dos nove últimos buracos abaixo do Par, o que foi extraordinário. Não estava nada à espera disso."