Português foi o melhor no terceiro dia e amanhã pode discutir vitória no Junior Orange Bowl
A vitória de Vítor Lopes, a 10 de Outubro, no Telegraph BMW Junior Golf Championship, na Quinta do Lago, entre outros títulos e bons resultados em 2014, não passou ao lado de “olheiros” norte-americanos: desde então o jogador do Clube de Golfe de Vilamoura, de 18 anos, já recebeu vários convites para universidades dos Estados Unidos, nomeadamente de Kansas State e de Florida Gulf Coast, ambas da Divisão 1 da NCAA (National Collegiate Athletic Association).
O interesse é real e hoje, quando iniciou a terceira volta do Junior Orange Bowl Golf Championship, em Coral Gables, Miami (Florida), havia, segundo o jogador, 6 ou 7 treinadores de universidades no tee do 1 à sua espera para o acompanhar. O português esteve à altura do desafio e, depois de ter ficado aquém das expectativas nas duas primeiras jornadas (72-74), protagonizou uma exibição de luxo debaixo de vento – 67 pancadas (-4), a melhor volta do dia, o que lhe valeu a subida de 24º para 7º, com um total de 213 (par).
O título, que ontem parecia demasiado longínquo, está perfeitamente ao seu alcance, amanhã, na última volta. Ao fim dos primeiros 36 buracos, eram 10 as pancadas que o separavam do líder. Agora, aos 54, está somente a 3 shots da dupla de líderes, constituída pelo argentino Alejandro Tosti (68-72-70) e o chileno Joaquim Niemann (67-71-72), ambos com 210 pancadas (-3). “Desde o início do torneio, sempre pensei que consigo vencer”, disse a GOLFTATTOO.
No tee do 1, Vítor sentiu-se “sozinho”. Não tinha a presença do seu companheiro de viagem aos EUA, o seu irmão mais velho, Cristophe Robert, afastado por indisposição. E depois sentiu a “pressão” de estar sob escrutínio de tantos treinadores, entre os quais o da universidade que Ricardo Melo Gouveia representou até ao Verão passado, a UCF (Central Florida, em Orlando). Mas sabia que não se podia “iludir com tudo isso e tinha um objectivo: fazer abaixo do par”.
Arriscando mais, Vítor cometeu desde logo a loucura de fazer dois eagles e um birdie nos primeiros quatro buracos. Depois teve o seu período crítico, perdendo 3 pancadas com duplo bogey no 5 e bogey no 8. Mas estabilizou com o registo de 2 birdies e 8 pares nos restantes 10 buracos.
O primeiro eagle do algarvio foi no 1, um par-5 com 458 metros. “Drive no meio, e tive 208 metros para o green; usei o meu ferro 4 que vai a 210m e dei um shot perfeito, fiquei com um putt a 2 metros a subir”, conta o jogador.
O segundo eagle foi no 4, um par-4 de 315 metros: “Joguei drive e tive 81 metros para o green; sabia logo que o taco perfeito era o 60° a 3/4 do swing, dei um bom shot, a bola bateu no green e no segundo salto entrou... Isto com os treinadores todos a ver. Mantive a compostura e não celebrei.”
Já o duplo bogey no 5, considera que foi “puro azar”: “Dei um bom shot para a frente com o ferro 3 e tive um ferro 9 para o green: a bola bateu na bandeira e saltou para a direita rolando pela lomba e era o sítio errado para falhar, porque acabou por ficar dentro de um arbusto. Tive de fazer um drop com penalidade. Depois disse para mim mesmo: ‘Bem, hoje é um dia difícil e muito ventoso, -3 é bom, agora é só manter a calma’”
Vítor Lopes está empatado em 7º com mais três jogadores e um deles é o líder nos dois primeiros dia, o belga Giovanni Tadioto, que hoje fez 77. À sua frente, apenas seis jogadores. Tudo é possível amanhã.