Oporto e Vilamoura estão nas meias-finais. Defrontam Miramar e Quinta do Peru, respectivamente
O Clube de Golfe de Vilamoura e o Oporto Golf Club deram um sinal de força no torneio masculino da 51ª edição do Campeonato Nacional de Clubes Solverde, o torneio organizado pela Federação Portuguesa de Golfe (FPG) em Espinho, que hoje (sexta-feira) deu um dia de folga à competição feminina.
Vilamoura e Oporto já tinham sido os dois melhores clubes masculinos na primeira fase, ontem (quinta-feira) disputada em stroke play (por pancadas) e hoje, já a jogar em eliminação direta (match play), assumiram de forma convincente a sua candidatura ao título.
Nas meias-finais de amanhã (sábado), serão os dois grandes favoritos, com a equipa da casa, o Oporto, a defrontar os “vizinhos” de Miramar e os bicampeões em título, Vilamoura, a ter pela frente a Quinta do Peru.
Amanhã será também o dia das meias-finais femininas, ou seja, da Taça Nini Guedes de Queiroz, com a campeã em título, Quinta do Peru, a medir forças com a Quinta do Fojo, e as grandes favoritas, de Miramar, a digladiarem-se com as do Paço do Lumiar.
Resultados do Grupo-A
A primeira ronda da segunda fase do Grupo-A (ou “Flight”-A), equivalente aos quartos de final desta Taça Visconde de Pereira Machado (torneio masculino), terminou com os seguintes resultados:
Clube de Golfe de Vilamoura-Oporto B, 6,5-0,5; Oporto Golf Club-Lisbon Sports Club, 5-2; Club de Golf de Miramar-Belas Clube de Campo, 4-3; Quinta do Peru Golf & Country Club-Club de Golf do Estoril, 4,5-2,5.
Estes resultados têm uma consequência imediata que é a impossibilidade do Estoril conquistar o seu 17º título de campeão nacional de clubes, fazendo com que Vilamoura – que visa um 15º troféu – continue a perseguir esse recorde nacional na competição.
Vilamoura deixa craques no banco
A vitória de hoje de Vilamoura veio mostrar que se trata de um clube com qualidade e quantidade, dado que Joaquim Sequeira deu-se ao luxo de deixar “no banco” à tarde, para os singulares, dois dos seus melhores jogadores: o vice-campeão nacional amador, João Carlota, e o campeão nacional de sub-18, Nathan Brader, dois dos três elementos que em dezembro se sagraram campeões europeus de clubes pela coletividade algarvia.
“Quis poupá-los”, disse o sagaz treinador profissional de Vilamoura e também capitão de equipa este ano, devido à ausência (por doença) do habitual capitão, Jorge Batista.
Vilamoura ganhou os dois pares da manhã (foursomes) e depois arrasou nos quatro singulares. Mesmo aquele em que empatou, o do suplente Romeu Gonçalves (diretor do Oceânico Victoria Golf Club) com Lourenço Falley, era o algarvio quem liderava o marcador quando os capitães acordaram o empate.
Oporto teve de puxar pelos galões nos singulares
Se Vilamoura bateu a equipa secundária do Oporto, a formação principal “da casa”, que no ano passado só perdeu na final em Belas, continua à caça do seu 7º título na prova, o primeiro desde 2010.
E se é certo que o resultado final mostra algum à vontade no triunfo sobre o Lisbon (equipa 4 vezes campeã, mas em jejum desde 1989), ainda assim houvum susto matinal, quando terminaram os foursomes empatados, depois de Luís Costa Macedo e Tomás Mendes baterem Tiago Rodrigues e Alexandre Manuel Violas por 1 buraco (1 up).
O jogador-capitão Violas compensou depois com uma boa vitória nos singulares sobre Gonçalo Costa por 6-4 e note-se que Costa é um dos três jogadores selecionados pela FPG para o Campeonato do Mundo Amador do próximo mês no Japão.
Os outros sucessos de Afonso Girão e João Magalhães, nos singulares, tornaram irrelevantes os dois empates concedidos.
Foi uma boa vitória do Oporto, porque o Lisbon era uma equipa perigosa, não só pela presença de Gonçalo Costa, mas também do regressado José Maria Cazal Ribeiro, ex-campeão nacional amador neste mesmo campo de Espinho, com Luís Costa Macedo em boa forma e com a experiência de um capitão (Pedro Nunes Pedro) que já foi selecionador nacional da FPG.
“Era um confronto complicado – admitiu Manuel Alexandre Violas – porque eles têm uma equipa forte e eu hoje, a jogar com o Gonçalo, até o questionei sobre como é que ficaram em 7º (na 1ª Fase). Mas nós também temos uma boa equipa e sabíamos que, nos singles, poderíamos ganhar a qualquer outra, isto sem desrespeitar as restantes equipas e jogadores.”
O jogador-capitão não vê a sua equipa nervosa por atuar em casa e ter uma pressão suplementar. Bem pelo contrário: “Tirando dois novatos que estão a ganhar experiência, todos os outros jogadores andam calmos, sabem o que são estas competições, e somos todos bons amigos, o que também é importante. Essa calma vê-se pelo facto de quando saímos do golfe, quase não falamos mais de golfe.”
Quinta do Peru com jogada estratégica
Se Vilamoura e o Oporto tiveram vitórias confortáveis, Miramar e Quinta do Peru obtiveram grandes vitórias, diante adversários de respeito.
A Quinta do Peru, que nunca foi campeã nacional de clubes, vergou os campeoníssimos do Estoril, que contam nas suas fileiras com o campeão nacional amador.
E Tomás Silva fez o que lhe competia, vencendo tanto em pares como em singulares, mas o Estoril foi penalizado por ter perdido um dos “foursomes”, indo para os singles da tarde empatados.
“Os foursomes foram importantíssimos – explicou Salvador Costa Macedo – porque seria muito difícil recuperar de 0-2. E ganhámos um bem renhido, no 21º buraco. No 1º buraco de play-off o Estoril deixou a bola colada à bandeira, mas o Miguel Miranda meteu um putt de 4 metros para birdie. E depois, no 3º buraco de play-off, nós fomos parar ao bunker, lá conseguimos safar com shot e putt e eles fizeram 3 putts para perderem. Poderia ter caído para qualquer lado.”
Outro momento importante foi a decisão do jogador-capitão de alterar a equipa. Fez sair Ricardo Pessoa porque “poderia não aguentar os 36 buracos, depois do cansaço da manhã”, mas também porque “com esta substituição ficávamos com melhores emparelhamentos nos singulares. Eu, o Tiago Tavares e o Miguel Miranda ficávamos com mais hipóteses de vencer.”
Uma jogada acertada, pois foram mesmo os três pontos da vitória do clube de Azeitão, com o próprio Costa Macedo a bater Domingos Roque de Pinho, jogador que chegou a ter vantagem de 2 buracos e dobrou os primeiros 9 com 1 buraco à frente. “Houve mais vento à tarde – explicou Salvador Costa Macedo – e ele teve uma quebra física. Não fui eu a jogar muito bem no final, foi ele a ir abaixo. Quando ganhei os buracos 2, 3 e 4, passei de 1 buraco abaixo para 2 acima e acabou aí.”
Miramar viu-se aflito
Miramar persegue um 4º título desde que somou o 3º em 1994 e hoje protagonizou com Belas o melhor match dos quartos de final. Houve qualidade em simultâneo dos dois lados, resultando em grandes duelos.
Belas, que nunca ganhou o Nacional de Clubes, contou com André Serra Carvalho em grande e Rafael Gaspar consistente. Teve ainda o contributo extra da vitória nos singulares do suplente Robert Stewart. Bem capitaneado pelo sempre concentrado Bento Louro, Belas pode dizer que caiu de pé.
A Miramar valeu-lhe a importantíssima vitória nos pares matinais. E quando, à tarde, o “bombardeiro” Tomás Bessa venceu facilmente o seu duelo com Gustavo Takata, o clube de Vila Nova de Gaia sabia que só precisava de mais 1 ponto e ele veio do bicampeão nacional de sub-14, Pedro Lencart Silva, tão fiável e rigoroso nos seus approaches como um relógio suíço. João Pedro Azevedo bateu-se como um leão, mas Pedro Lencart Silva é um competidor feroz, apesar daquele semblante circunspecto.
“As meias-finais eram o nosso objetivo e cumprimos – declarou, satisfeito, Nelson Ribeiro – mas é preciso dizer que temos trabalhado muito para isto. Ainda na semana passada fomos à final do Regional, organizado pela Associação de Golfe do Norte de Portugal, aqui mesmo, no Oporto. Só perdemos com o Oporto no último buraco.”
O treinador profissional de Miramar considerou “muito importante a vitória cedo do Tomás Bessa, porque os outros ficaram mais soltos e porque sabíamos que o Rafael Gaspar (de Belas) está a jogar bem, que o André Serra Carvalho (de Belas) jogou 3 abaixo do Par e, portanto, precisávamos mesmo destas vitórias do Tomás e do Pedro.”
Teremos, assim, amanhã, nas meias-finais, um duelo emocionante entre dois clubes rivais e vizinhos, que ainda há uma semana decidiram o título Regional e agora querem ir à final do Nacional.
Terceira e Oitavos vencem no Grupo-B
Na jornada de hoje houve ainda quatro equipas no Grupo-B, portanto, já afastadas do título, mas a decidirem entre si as posições entre o 9º e o 12º lugar.
Oitavos Dunes, equipa campeã nacional em 2008, vergou o Clube de Golfe do Centro por 5-0, enquanto o Clube de Golf da Ilha Terceira superiorizou-se à formação secundária da Quinta do Peru por 3-2.
Amanhã começa a jogar-se às 8 horas dos tees dos buracos 1 e 10