A nº3 mundial, Maria Parra, dobra vantagem na liderança
Maria Parra Luque, a campeã da Europa e nº3 do ranking mundial amador, dilatou hoje (quinta-feira) a sua vantagem no comando do 86º Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal, de 3 para 6 pancadas sobre a 2ª classificada, enquanto Inês Barbosa manteve-se bem dentro do cut provisório.
O mais importante torneio de golfe feminino português para amadoras de alta competição prolonga-se até sábado, no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela e nem as piores condições meteorológicas do segundo dia de prova travaram a grande favorita, que juntou uma volta de 68 à de 66 da véspera, para atingir os 36 buracos com um agregado de 134 pancadas, 10 abaixo do Par.
No 2º lugar surgem duas jogadoras empatadas com 140 (-4), a alemã Esther Henseleit (72+68) e a suíça Albane Valenzuela (70+70). Depois de no dia de hoje os resultados terem sido sensivelmente piores do que no primeiro dia, só seis jogadoras estão abaixo do Par a meio da prova.
“Hoje voltei a sentir-me muito sólida no campo, joguei muito bem, mas as bandeiras estavam um pouco mais difíceis do que ontem e o campo estava um pouco mais molhado, mas foram condições iguais para todas. Hoje foi outra pessoa da minha família – ontem foi o Juan, hoje foi o Rafa – que fez de meu caddie e estou muito satisfeita. Sinto confiança porque estou a bater bem na bola e a meter bons putts”, disse a espanhola à FPG-TV.
“Claro que nada está seguro, faltam ainda duas voltas e nesta modalidade tudo pode mudar num único buraco”, acrescentou, depois de uma segunda volta em que converteu 5 birdies e sofreu apenas 1 bogey.
Com apenas 17 anos, Maria Parra Luque está a pensar tornar-se profissional em 2016, embora provavelmente só depois do Campeonato do Mundo Amador. Durante o ano irá competir tanto entre amadoras como entre profissionais, para que a transição seja mais fácil.
“Talvez no final do ano passe a profissional. Com o jogo com que estou sinto-me com capacidades. Este ano já vou jogar o LETAS”, disse a andaluza, sócia do clube de Siga-Sotogrande, referindo-se à segunda divisão do golfe profissional feminino português. É, pois, bem provável, que a vejamos de novo em outubro no Açores Ladies Open, o único torneio português do LETAS.
Um ano depois de Portugal ter tido pela primeira vez três representantes na última volta do Campeonato Internacional Amador Feminino, só Inês Barbosa está para já dentro do top-40 provisório, entre 90 das melhores amadoras europeias, com sete classificadas no top-100 do ranking mundial amador.
A campeã nacional de sub-16 também sentiu as superiores dificuldades da volta de hoje, mas as suas 76 pancadas, embora mais 3 do que ontem (quarta-feira), não a impediram de poder sonhar com esse feito de passar o cut.
Com um agregado de 149 (+5), Inês Barbosa desceu de 32ª (empatada com a 19ª) para o 39º lugar (empatada com a 30ª), após uma segunda volta em que começou mal, com 4 pancadas perdidas nos primeiros 4 buracos (incluindo 1 duplo-bogey no 13), mas depois terminou bem, com os seus segundos nove buracos (o front nine do campo) jogados a Par, com birdie no 2 e bogey no 8.
“Fiquei satisfeita com o meu resultado porque no início foi bastante mau, principalmente os putts. No buraco 13 não estava confortável, devia ter saído, mas optei por jogar, foi uma má opção, e a bola saiu logo completamente para a direita (para a água), mas consegui manter-me equilibrada e acabar bem. O resultado de hoje não comprometeu e se amanhã conseguir jogar ao mesmo nível do primeiro dia irei passar o cut”, disse Inês Barbosa, que beneficiou da presença da campeã nacional, como sua caddie de luxo.
“Estou a gostar muito, tenho-me divertido no campo, principalmente com a Susana (Ribeiro). Ela tem sido muito boa amiga, tem-me ajudado muito nas linhas dos putts ou quando estou mais insegura em algum shot e ela dá-me uma motivação extra”.
Há um ano, Susana Ribeiro foi uma das três portuguesas que passou o cut no Montado e meses depois passou a profissional. Ontem iria ser a caddie de Leonor Bessa, mas a lesão da nº1 amadora nacional deixou-a livre para assumir agora esse papel junto de Inês Barbosa.
Entretanto, Leonor Bessa, via Facebook, informou ter “um osso da mão partido. Vou voltar em breve e com muita vontade. As perspetivas apontam para daqui a um ou dois meses, meses dependendo da recuperação! Desejo a maior sorte para todas as portuguesas em prova e que estão a representar com dignidade e qualidade o golfe português! Força meninas!”
A segunda melhor portuguesa é Beatriz Themudo, uma das jogadoras que foi capaz de fazer um melhor resultado no segundo dia. A vice-campeã nacional amadora fez 75 pancadas, menos 1 do que ontem, para um total de 151 (+7), que lhe permitiu subir do 61º posto (empatada com a 56ª), para o 52º lugar (empatada com a 47ª).
Uma boa terceira volta poderá levá-la amanhã a passar o cut pelo segundo ano seguido. Em contrapartida, afiguram-se como muito mais complicadas as tarefas das duas portuguesas mais jovens em prova, Joana Silveira e Sara Gouveia, ambas de 15 anos.
Joana Silveira é 85ª (empatada com a 84ª) com 160 (78+82), +16, enquanto Sara Gouveia é 87ª com 166 (85+81), +22.
O torneio disputa-se em 72 buracos e aos 54 há um cut para as 40 primeiras e empatadas. A Taça das Nações só tem 54 e contabiliza os dois melhores resultados de cada dia, de cada país, sendo que uma equipa só pode apresentar o máximo de três jogadoras.