Foi o melhor no arranque do Europeu por Equipas (2.ª Divisão); Portugal é 4.º entre 10 países
João Girão está pela primeira vez na liderança de uma classificação de um Europeu amador e é graças à sua grande prestação que Portugal conseguiu terminar nesta quarta-feira o primeiro dia no 4.º lugar, o último de apuramento para o primeiro grupo que irá discutir o título da Segunda Divisão do Campeonato da Europa Amador Masculino por Equipas e a consequente subida à primeira divisão em 2016.
O torneio organizado pela Associação Europeia de Golfe (EGA), em conjugação com a União Polaca de Golfe (PZG), a 26 quilómetros de Gdansk, realiza-se no Postolowo Golf Club, o campo mais longo da Polónia e um dos mais compridos da Europa, com 7.101 metros. Já acolheu o Open da Polónia em 1997, 1998 e 2007, para além de dois torneios da EGA, embora nenhum tão importante quanto este Europeu.
Para este Europeu foi encurtado para 6.405 metros e com os seus bunkers dantescos assusta qualquer um, ao ponto de só seis jogadores, entre 60 participantes, terem quebrado o par-72 do campo.
O melhor foi João Girão, que somou 68 pancadas, 4 abaixo do par, perseguido por dois islandeses, Haraldur Magnus com 69 (-3) e Axel Boasson com 70 (-2), este com o mesmo resultado do norueguês Jarland Arnoy.
“Individualmente fiz uma boa volta e consegui ajudar os meus parceiros. Infelizmente, por equipas, estamos no 4.º lugar. No entanto, sentimo-nos bem, confiamos no nosso e no jogo dos nossos parceiros para melhorar a posição”, disse o jogador que garantiu a sua presença na seleção nacional ao ganhar o torneio de apuramento que a FPG organizou no campo n.º1 de Ribagolfe.
João Girão, que este ano foi o melhor português no German Boys (28º), juntou 7 birdies, tendo sido o português com mais birdies nesta primeira jornada, seguido de Gonçalo Costa com 5, Tomás Bessa com 4, Vítor Lopes com 3, Tomás Silva com 2 e Pedro Lencart apenas com 1.
Na classificação individual, a menos importante, os portugueses estão posicionados da seguinte maneira:
1.º João Girão 68 (-4)
17.º (empatado) Gonçalo Costa 73 (+1)
20.º (empatado) Tomás Silva 74 (+2)
28.º (empatado) Tomás Bessa 75 (+3)
28.º (empatado) Pedro Lencart 75 (+3)
44.º (empatado) Vítor Lopes 79 (+7)
É interessante verificar nesta classificação que os dois melhores portugueses foram os dois beneficiários de wild cards da equipa técnica, enquanto os restantes jogadores integraram a seleção via critérios previamente definidos.
Como o regulamento do Europeu dita que nesta fase qualificativa de stroke-play (que se prolonga por dois dias e termina esta quinta-feira) cada país conta com os cinco melhores resultados em seis possíveis, foi o 79 (+7) de Vítor Lopes, o n.º1 do Ranking Nacional BPI, que ficou de fora na primeira jornada.
E foi também esse cartão a enviar Portugal para o 4º lugar, deixando a Áustria no 3º posto. Os dois países têm o mesmo número de pancadas – 365 (+5) – mas o pior resultado austríaco foi de 77 (+5).
Esta questão não é de somenos importância, porque, como explica o diretor-técnico nacional, João Coutinho, “no final da primeira fase de dois dias, os confrontos de match-play irão colocar frente a frente o país 1º classificado ao 4.º e o 2.º ao 3.º. Ou seja, Portugal, que até tem teoricamente equipa para lutar pelo 1.º posto, tem todo o interesse em conseguir pelo menos o 2º lugar para evitar os adversários mais fortes.
Portugal chegou a liderar a classificação a meio do dia, quando Vítor Lopes, Tomás Silva e João Girão já tinham terminado as suas provas, e os outros portugueses ainda estavam em campo. Gonçalo Costa e Tomás Bessa ainda andaram bem dentro do top-10!
Mas, como analisou o selecionador nacional Nuno Campino, “continuamos a falhar nas mesmas situações. Nos últimos seis buracos perdemos 14 pancadas no total da equipa! Temos trabalhado para eliminar estas situações, apesar de tudo estamos em 4º e acredito que amanhã será melhor”.
O responsável máximo da equipa técnica (o preparador físico José Pedro Almeida também se encontra na Polónia) referia-se às pontas finais negativas dos nossos jogadores: 2 bogeys nos dois últimos lugares para Tomás Silva, 1 triplo bogey no 17 e um duplo bogey no 18 para Tomás Bessa, 1 duplo bogey para Vítor Lopes no penúltimo buraco. Safaram-se João Girão com birdies no 16 e 18, bem como Gonçalo Costa e Pedro Lencart com birdies no 18.
A 11ª edição da 2ª Divisão do European Amateur Team Championship realiza-se até sábado.
No ano passado, Portugal ficou em 15º e penúltimo lugar da 1ª Divisão, na Finlândia, e o objetivo este ano é subir de novo – prémio que só está reservado aos três países primeiros classificados.
Os resultados do primeiro dia mostram que Portugal tem todas as condições de conseguir os seus objetivos, uma vez que Vítor Lopes, o português que melhores resultados internacionais tem conseguido nos últimos oito meses, poderá mostrar todo o seu potencial na segunda jornada.
Mesmo assim, a seleção nacional masculina deixou a Eslovénia, a 5ª classificada, a 5 pancadas de distância e o primeiro objetivo é mesmo garantir um lugar entre os 4 primeiros países, dos 10 que competem na Polónia.
O top-5 da classificação coletiva está organizado do seguinte modo, após 18 buracos concluídos:
1.º Islândia 358 (-2)
2.º Noruega 359 (-1)
3.º Áustria 365 (+5)
4.º Portugal 365 (+5)
5.º Eslovénia 370 (+10)