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João Maria Pontes está de volta à competição
06/01/2016 11:14 RODRIGO CORDOEIRO
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João Maria Pontes não compete a sério desde Julho de 2015 / © FILIPE GUERRA

Recuperado de tumor no cérebro, vai estrear-se com a camisola do CG Miramar

João Maria Pontes vai regressar às competições oficiais já na próxima semana. O vice-campeão nacional no escalão de sub-16 anos e bicampeão nacional de pitch & putt está totalmente recuperado de um tumor no cérebro e será um dos participantes no 1.º Torneio do Circuito FPG, na Penina. Algarve. E, o que é uma novidade, vai estrear-se com a camisola de Miramar, ele que sempre representou o Oporto GC. 

“Depois da operação, que foi a 7 de Setembro, mudei-me para Miramar e regressei ao golfe progressivamente, comecei a treinar suavemente, shots curtos, putts, e depois com o tempo fui aumentando a carga de treino. Agora já tenho autorização dos médicos para treinar para a alta competição. Ultimamente até tenho feito melhores resultados do que antigamente, mas a treinar: Tenho jogado bem, vou tentar dar o meu melhor”, disse o jovem jogador do Porto, um 2,3 de handicap e um +7 no pitch & putt, com 15 anos feitos a 5 de Setembro. 

João Maria Pontes estava em clara ascensão na cena golfística nacional, quando lhe foi diagnosticado um tumor no cérebro. Os primeiros sintomas – convulsões, tonturas e mais tarde um zumbido no ouvido direito – surgiram no final de Junho, mas não o impediram de continuar a jogar ao mais alto nível – a 26 de Junho foi 8.º no Internacional da Finlândia para juniores (no escalão de sub-16 anos), entre 61 participantes; e duas semanas depois, sagrou-se vice-campeão nacional de sub-16, apenas batido pelo então seu companheiro de clube Vasco Alves; pelo meio, foi bicampeão nacional na variante do pitch & putt. 

Mas entretanto fez uma ressonância magnética e os resultados foram conhecidos a 29 de Julho, quando ele estava em Lugo, na Galiza, a representar a Associação de Golfe de Norte do Portugal no III Match Internacional Juvenil do Noroeste Ibérico, em que participavam também as federações da Cantabria, Galiza e Castilla y Leon. Então, a conselho dos médicos, os seus pais foram-no imediatamente buscar… 

“Quando percebi qual era o meu problema, sempre pensei positivo, mas havia sempre aquele receio natural de que a operação não corresse bem e eu perdesse os movimentos do lado esquerdo e a coordenação motora”, conta. “Quando acordei da operação, pedi para fazer testes de mobilidade e de força. Estava tudo bem. Depois, a primeira coisa que perguntei foi quando podia jogar golfe.” 

A recuperação foi extremamente rápida, como ele conta: “Até me disseram que me tinha saído o Euromilhões. Era para ficar uma semana no hospital, fiquei apenas quatro dias. Era previsto recomeçar com o golfe só em Janeiro, recomecei em Outubro. E ainda consegui ir ao primeiro dia de aulas [está no 10.º ano, na Escola de Secundário Aurélia de Sousa, no Porto]. Fiz uma ressonância há duas semanas e estava tudo bem, já não tenho preocupação, agora é continuar para a frente, embora tenha de ser vigiado. Tenho treinado bastante, para recuperar o tempo de golfe que foi perdido. Vou tentar conciliar os estudos com o golfe.” 

O regresso à competição no golfe faz-se em paralelo com o início de um trabalho de preparação física que teve ontem, terça-feira, o seu arranque, no CMEP (Clínica Médica de Exercício do Porto), nas instalações do Fluvial Portuense, com acompanhamento médico de Jaime Milheiro e André Guimarães como PT. Mas antes de começar fez uma avaliação física cardiopulmonar e outras análises para ver como seu corpo reagia depois da operação. 

Sobre a sua mudança do Oporto para Miramar, diz que “era uma vontade que tinha já há alguns meses”: “Miramar está a apostar num projecto que se enquadra com o meu futuro – objectivos, sonhos – que eu quero ter. Gosto do clube, gosto dos parceiros, do ambiente, mas não quero deixar de realçar o apoio do Oporto e do seu treinador, o Eduardo Maganinho, por tudo o que fizeram por mim ao longo deste anos.” 

Welcome back, João!