Diogo Gambini, de 15 anos, conquista título a jogar na sua casa da Quinta das Lágrimas
Diogo Gambini, de apenas 15 anos, conquistou hoje o mais importante título da sua ainda muito curta carreira golfística, ao sagrar-se campeão nacional de pitch & putt.
O jogador do Clube de Golfe da Quinta das Lágrimas teve o prazer suplementar de fazê-lo no seu próprio clube, no percurso Old Course, depois de uma derradeira jornada alucinante em que precisou de 5 birdies nos 5 últimos buracos para bater o campeoníssimo Hugo Espírito Santo pela margem mínima de 1 único shot, recuperando de uma desvantagem que chegou a ser de 6.
Diogo Gambini totalizou 147 pancadas, 15 abaixo do par (o par do campo é 54), após voltas de 49 e 50 ontem (sábado) e de 48 hoje, enquanto Hugo Espírito Santo (quatro vezes campeão nacional), do Clube de Golfe de Rilhadas, agregou 148 (-14), com voltas de 48, 48 e 52. Se não tivesse sofrido 1 bogey no último buraco, o conceituado treinador de Rilhadas teria levado a decisão do título a um play-off.
João Maria Pontes, que no ano passado sagrou-se bicampeão nacional de P&P, pretendia defender o título mas não pode fazê-lo pois viajou ontem para a Áustria, integrado na seleção nacional masculina de sub-18 que vai disputar nos próximos dias a primeira divisão do Campeonato da Europa por Equipas neste escalão etário.
A 8.ª edição do Campeonato Nacional de P&P foi organizada, em Coimbra, pela Federação Portuguesa de Golfe, com a colaboração do C.G. Quinta das Lágrimas, que preparou especialmente o campo para este efeito. Participaram 33 jogadores de cinco clubes diferentes.
O torneio Integrou as Festas da Cidade e da Rainha Santa Isabel, foi dirigido pelo árbitro internacional Amadeu Ferreira (igualmente presidente da Associação de Golfe do Norte de Portugal) e na cerimónia de entrega de prémios esteve presente o vereador com o pelouro do Desporto da Câmara Municipal de Coimbra, Carlos Cidade.
Os resultados do top-3 do Campeonato Nacional de P&P foram os seguintes:
1º Diogo Gambini (Clube de Golfe da Quinta das Lágrimas), 147 (49+50+48), -15
2º Hugo Espírito Santo (Clube de Golfe de Rilhadas), 148 (48+48+52), -14
3º Luís Azenha Bonito (Quinta das Lágrimas), 155 (52+55+48), -7
Oito Campeonatos Nacionais de P&P
ANO LOCAL CAMPEÃO NACIONAL
2016 Qtª. Lágrimas Diogo Gambini (Qtª. Lágrimas)
2015 CityGolf João Maria Pontes (Oporto)
2014 Vidago João Maria Pontes (Oporto)
2013 Cantanhede Hugo Espírito Santo (Qtª. Lágrimas)
2012 CityGolf Hugo Vieira (Oporto)
2011 Rilhadas Hugo Espírito Santo (Qtª. Lágrimas)
2010 CityGolf Hugo Espírito Santo (Qtª. Lágrimas)
2009 Porto Santo Hugo Espírito Santo (Qtª. Lágrimas)
Declarações
Diogo Gambini (campeão nacional)
“O meu objetivo primordial era triunfar e alcançar o título que há tanto tempo desejava. Durante a semana anterior treinei no campo todos os dias, de manhã e tarde, na medida de me preparar o melhor possível para o campeonato. Tinha consciência da concorrência, e de que haveria grandes resultados durante o decorrer da prova.
“No início do ano estabeleci esta prova como uma das mais relevantes no calendário, principalmente pela grande oportunidade que é disputar em casa o campeonato nacional de P&P.
“Não só esta prova constituía uma grande oportunidade para mim, para me afirmar como jogar da modalidade, como também inspirava um certo sentido de responsabilidade por jogar a prova em casa.
“Como em Coimbra não tenho acesso a um campo de golfe, jogar no P&P é, por vezes, a minha única alternativa. Portanto treinar e jogar no campo da Quinta das Lágrimas é algo ao qual já estou habituado. No golfe tradicional, um dos meus pontos fortes é o jogo curto, associado à prática regular de P&P.
“Para este torneio treinei ainda mais do que o normal, dediquei-me por uma semana ao estudo do campo, desde os shots do tee, até às linhas no green, acompanhado e individualmente. No final, foi tudo recompensado com uma vitória fantástica e uma aprendizagem que levarei para a vida.
“Esta vitória tem um significado de valor inestimável, não só pelo título, como também pelo aquilo que aprendi durante o decorrer da prova. Desde o início dos meus anos desportivos nesta modalidade, que via grandes provas como estas a serem realizadas e questionar-me qual seria a sensação de triunfar numa. Agora chegou a minha vez, e não podia estar mais satisfeito, é uma sensação incrível ver anos de trabalho e aprendizagem a fazerem sentido num momento como este.
“Superar o Hugo nesta prova foi um feito fantástico. Embora só tenha jogado com ele em duas das três voltas, vi o Hugo dar grandes shots do tee e meter grandes putts. Ao reconhecer o seu currículo de vitórias e reputação como jogador de P&P, dou ainda mais valor a esta vitória. O Hugo é um jogador incrível e alguém que tomo como modelo num grande número de aspetos do P&P, portanto, superá-lo foi algo que teve sem dúvida um significado especial.
“Ao terminar a primeira volta, levava uma considerável distância (atraso) do Hugo. Após recuperar 1 pancada no buraco 9 (primeiro buraco da segunda volta), acreditei que, embora fosse muito complicado, seria ainda possível forçar um play-off. Ao jogar os últimos buracos, fui fazendo algumas contas para verificar o número de pancadas de que precisava recuperar para igualar o seu resultado. No buraco 4 da segunda volta, consegui recuperar 2 pancadas e o mesmo sucedeu nos buracos 6 e 8.
“Embora estivesse sempre consciente de que era muito difícil alcançar o Hugo, mantive a esperança até ao fim, e consegui fazer -6 na segunda volta, terminando com 5 birdies seguidos. Mesmo no último buraco ainda tinha 1 pancada de diferença (atraso) para ele. Precisava de fazer birdie no buraco, acreditando no Par do Hugo. No entanto, ele fez 1 bogey e consegui ganhar sem play-off.
“Esta volta foi, não só fantástica de se jogar, como também uma lição de vida, ensinando-me que por muito remotas que sejam as hipóteses, não deve perder-se a esperança e há que acreditar no nosso trabalho e esforço até ao fim.”
Hugo Espírito Santo (vice-campeão nacional)
“Após 36 buracos, eu liderava com -12, tranquilamente, seguido do Diogo Gambini, a 3 pancadas, e de Ricardo Paredes, a 6. Na última volta, a de hoje, consegui ampliar a diferença e estive 6 pancadas à frente de Diogo Gambini, quando faltavam 6 buracos.
“Mas o Diogo Gambini fez nos últimos 5 buracos o impensável, ou seja, 5 birdies, enquanto eu fiz 3 bogeys e um birdie. Eu ainda levava uma vantagem de 1 pancada para o último buraco, mas 1 birdie do Diogo Gambini e 1 bogey meu ditou a vitória do Diogo.”