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Maria Parra com família lidera no Montado
30/11/-0001 00:00 Hugo Ribeiro / FPG
Maria Parra no Montado com pai, Paco, ao centro e os tios Juan e Rafa / © Jorge Figueira/FPG

Campeã da Europa faz 66 no arranque do Internacional de Portugal, Inês Barbosa melhor portuguesa

Maria Parra Luque, a campeã da Europa e nº3 do ranking mundial amador, assumiu ontem (quarta-feira) o comando do 86º Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal, numa jornada inaugural marcada pela desistência da melhor jogadora portuguesa, Leonor Bessa, lesionada no pulso esquerdo.

O mais importante torneio de golfe feminino português para amadoras de alta competição prolonga-se até sábado, no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela.

Entre a elite de 90 participantes, sete das quais do top-100 mundial, Inês Barbosa foi a única das quatro portuguesas a colocar-se no cut provisório, reservado às 40 primeiras classificadas no final do terceiro dia de prova.

A campeã nacional de sub-16 cumpriu a primeira volta em 73 pancadas, 1 acima do Par, ocupando o 32º lugar mas empatada com a 19ª, a belga Diane Baillieux, a 7 pancadas da líder. É um bom resultado para a jovem portuguesa, que fez 2 birdies e 3 bogeys.

“Acho que joguei muito bem, os únicos erros que cometi foram dois greens a 3 putts, de resto estive impecável nas saídas, nos shots ao green e fiquei muito satisfeita com a minha prestação” disse Inês Barbosa à FPG-TV, que tem como “grande objetivo passar o cut”, algo que nunca conseguiu, mas sente agora estar em boa posição.

Quem passou o cut pela primeira vez, no ano passado, foi Beatriz Themudo, que em 2015 chegou a andar no top-10 da prova. Ontem, a vice-campeã nacional amadora somou 76 pancadas, 4 acima do Par do traçado desenhado por Jorge Santana da Silva.

A filha do ex-presidente da PGA de Portugal, João Pedro Themudo, está na 61ª posição, empatada com a 56ª, a italiana Carolina Caminoli, tendo sido muito penalizada por 1 duplo-bogey no buraco 15, mas o birdie no 17 poderá tê-la animado para amanhã, dado estar a apenas 2 pancadas do cut provisório.

Joana Silveira surge no 79º posto, com 78 pancadas, 6 acima do Par, empatada com a 78ª, a escocesa Hannah McCook. “Entrei no campo um pouco nervosa e comecei logo com 1 bogey, acabei a primeira volta (primeiros nove buracos) com 4 acima, mas na segunda volta tentei recuperar e comecei com 4 pares seguidos, só que sofri 2 bogeys no final”, queixou-se a ex-campeã da Taça FPG/BPI, ainda de 15 anos, muito jovem, a ganhar cada vez mais experiência ao mais alto nível.

Quanto a Sara Gouveia, igualmente ainda no escalão de sub-16, terminou os primeiros 18 buracos no 89º lugar, com 85 pancadas, 13 acima do Par.

Leonor Bessa ainda aparece no 90º e último lugar mas praticamente nem competiu pois agravou uma lesão no pulso esquerdo (tendinite), logo na primeira pancada do primeiro buraco e teve de desistir.

“Já tinha uma dorzinha desde o estágio da seleção nacional (no início de janeiro), fui ao médico e estava a ser tratada. Ontem, no tee do buraco 1, dei o shot e senti uma dor terrível. Já nem consegui agarrar o taco no segundo shot e a única solução era desistir. Vim logo para o Porto para ver o médico. Acabei agora de sair da consulta, fiz uma ressonância magnética e tenho uma fissura. Vou falar com outro médico para perceber melhor e saber mais pormenores. Sinto-me triste e frustrada, mas agora há que recuperar, espero que rapidamente, e há que olhar para a frente”, disse já esta noite a campeã nacional de sub-18, ao Gabinete de Imprensa da FPG.

A nº1 do Ranking Nacional BPI de 2015, que vinha de ganhar o primeiro torneio do Circuito FPG de 2016, estava em boa forma e motivada para lutar “pelo top-15”, sofreu, assim, um revés. Susana Ribeiro, a campeã nacional, que se tornou profissional no ano passado, estava a fazer de caddie da sua amiga e ao site especializado “Golftattoo” disse que “a Leonor é uma lutadora e vive muito este desporto. Para ela, ter que desistir é um balde de água fria porque não faz parte da maneira de ser dela. Para mim custa-me muito ver uma amiga assim e fiquei triste também. Apenas lhe disse que são coisas que acontecem e que não será a primeira nem a última vez que vai acontecer na vida dela”.

O selecionador nacional, Nuno Campino, explicou que “a Leonor já no estágio da seleção tinha estado com uma tendinite, aconselhámo-la a ir ao médico, que lhe recomendou fisioterapia, ela já estava a fazer tratamento. É triste para a Leonor ter-se preparado para estar aqui na melhor forma e para jogar bem, mas as lesões acontecem aos atletas. Só posso desejar-lhe as melhoras e desejar-lhe que continue a treinar o que tem treinado porque ela vai ter muitas oportunidades de jogar em 2016”.

A grande favorita do torneio é Maria Parra Luque, a campeã da Europa e nº3 do ranking mundial amador, que ontem colecionou 7 birdies e apenas 1 bogey, para uma muito boa volta de 66 pancadas, 6 abaixo do Par, ficando com 3 de vantagem sobre duas inglesas, Emily Slater e Gemma Clews. Um total de 10 jogadoras logrou bater o Par-72 do campo, mostrando o elevado nível de inscritas.

“Senti-me muito cómoda a jogar, gosto muito deste campo, esteve um dia estupendo e a verdade é que joguei muito bem, fiz todos os greens menos um, o que significa que em quase todos os buracos estive a “patar” para birdie”, disse Maria Parra Luque, que contou à FPG-TV que está a jogar pela terceira vez o Campeonato Internacional Amador Feminino de Portugal: “No ano passado joguei mal e não passei o cut e há dois anos era ainda muito miúda, passei o cut e não fiz melhor do que um top-20”.

O torneio disputa-se em 72 buracos e aos 54 há um cut para as 40 primeiras e empatadas. A Taça das Nações só tem 54 e contabiliza os dois melhores resultados de cada dia, de cada país, sendo que uma equipa só pode apresentar o máximo de três jogadoras.

O ‘Portuguese International Ladies Amateur Championship’ integra o calendário oficial da EGA (Associação Europeia de Golfe), atribui pontos para o ranking mundial amador de golfe e atrai uma rica lista de participantes.