São os novos campeões nacionais de seniores em prova realizada no Aroeira I
Marta Lampreia culminou Domingo duas semanas de competição ao mais alto nível, enquanto Sérgio Pereira, que Sábado fez a volta da sua vida, conquistou hoje, pela primeira vez, um título nacional. A jogadora do Club de Golf do Estoril e o representante da Aroeira, venceram o Campeonato Nacional de Seniores, que a Federação Portuguesa de Golfe (FPG) organizou no percurso n.º1 do Clube de Campo da Aroeira, em Almada, o antigo palco dos Opens de Portugal feminino e masculino.
Há exatamente oito dias, Marta Lampreia sagrou-se vice-campeã nacional de mid-amateur (escalão de 30 ou mais anos) e hoje levou mesmo para casa o troféu principal na faixa etária de 50 ou mais anos, mostrando que pode jogar a um nível elevado em campos de características distintas, como o Royal Óbidos na semana passada ou o Aroeira-1 esta semana.
Marta Lampreia © Vasco Vilhena/FPG
A jogadora do Estoril partiu para a última volta com uma desvantagem de 3 pancadas em relação à líder, Patrícia Nunes Pedro, do Lisbon Sports Club, mas acreditou sempre que seria recuperável e a verdade é quem nem um “duplo-bogey” no último buraco impediu-a de triunfar com um total de 164 pancadas, 20 acima do Par, após voltas de 83 e 81.
Marta Lampreia, a competir pelo segundo ano consecutivo no escalão de seniores, ganhou com uma vantagem de 2 pancadas sobre a sua companheira de clube, Teresa Matta (81+85), e Patrícia Nunes Pedro (80+86). O 2.º lugar foi atribuído a Teresa Matta, a campeã nacional destronada de 2019 e 2013, devido a ter efetuado uma melhor segunda volta.
Foi o quarto título nacional de Marta Lampreia e o primeiro de seniores, depois dos sucessos no Campeonato Nacional de Mid-Amateur BPI de 2007 e 2011, e ainda no Campeonato Nacional de Pares Mistos de 2006, ao lado de Filipe Salazar de Sousa. Note-se que Marta Lampreia também foi hoje a 1.ª classificada de 2.ª Categorias.
A vitória de hoje teve um grande valor por ter sido obtida diante de duas das melhores amadoras de sempre da FPG. Teresa Matta é multicampeã nacional absoluta, venceu sete vezes a Taça FPG BPI e em cinco ocasiões o Campeonato Nacional de Pares femininos. Patrícia Nunes Pedro também arrecadou o Campeonato Nacional Absoluto, uma Taça da FPG BPI, um Campeonato Nacional de Juniores e três Campeonatos Nacionais de Pares Mistos.
Em condições de jogo e bastante calor, a boa condição física de Marta Lampreia foi importante, sendo igualmente uma jogadora de ténis e de padel, que teve algum cuidado durante o período de confinamento obrigatório, tendo treinado bastante mal foi possível regressar-se aos campos de golfe. O mesmo pode dizer-se de Sérgio Pereira que foi jogador de futebol nos escalões juvenis, praticou dança nos tempos de faculdade e ainda hoje em dia, para além do golfe, é professor de Educação Física no Secundário e responsável pela cadeira de Expressão Artística (Dança) na Universidade Lusófona.
Sérgio Pereira © Vasco Vilhena/FPG
Sérgio Pereira totalizou 148 pancadas, 4 acima do Par, entregando cartões de 70 e 78, com destaque para o primeiro dia que resultou na sua melhor volta de sempre no Aroeira-1. Mesmo assim, na partida para o buraco 15 de hoje tinha sido apanhado pelos seus rivais, mas o birdie no 15 e o cumprimento a Par dos buracos 16, 17 e 18, deram-lhe um triunfo por 3 pancadas sobre João Fortes (75+76), do Oitavos Dunes, e de 5 ‘shots’ sobre Luís Bleck da Silva (79+74), do Belas Clube de Campo, que foi campeão nacional de seniores em 2015.
João Fortes, que às vezes treina com o profissional João Ramos, perdeu 1 pancada no último buraco, e Luís Bleck da Silva sofreu bogeys no 16 e no 18. Quando a José Cândido de Oliveira (73+80), do Clube de Golfe do S.L. Benfica, o 2.º classificado aos 18 buracos, encerrou a prova com duplos-bogey nos buracos 17 e 18. João Fortes foi o vencedor em 1.ª Categorias. Sérgio Pereira em 2.ª Categorias, António Costa (84+86) em 3.ª Categorias, e Carlos Manuel Pelado (85+88) em Super Seniores, para jogadores com 70 ou mais anos.
Ainda em relação ao novo campeão nacional, note-se que, tal como Marta Lampreia, também Sérgio Pereira admitiu ter treinado mais nos últimos tempos, sobretudo com o seu filho, João Pereira, o vice-campeão nacional de sub-16 (o n.º2 do ranking) em 2019, que até ganhou um torneio do Drive Tour no ano passado, e que representa o Quinta do Peru Golf & Country Club.
DECLARAÇÕES DOS CAMPEÕES DE 2020:
Marta Lampreia (Club de Golf do Estoril)
“É sempre bom ganhar, mas não consigo comparar o gozo desta vitória com as dos outros três Campeonatos Nacionais que ganhei. O Campeonato Nacional de Mid-Amateur BPI da semana passada foi para rodar. A Lara Vieira é uma jogadora consistente e forte. Mas neste Campeonato Nacional de Seniores achei que era mais possível a vitória, apesar da Teresa e da Patrícia terem muito jogo.
“Ontem senti que comecei mal, mas que o jogo estava bom. Estava 3 pancadas atrás, mas acreditei que poderia recuperar e joguei de novo bem até relaxar um pouco demasiado no final, daí o duplo-bogey no 18.
“Quando ganhei os outros Campeonatos Nacionais dedicava-me muito ao golfe, mas depois fiz um ano sabático. No ano passado voltei a jogar mais, mas o Campeonato Nacional não me correu bem em 2019. Faltava-me calo competitivo. Este ano estive mais calma e controlei melhor as emoções.
“As condições de jogo foram boas. Esteve calor, não esteve muito vento, e eu preparei-me bem. Durante a fase de confinamento foi impossível treinar golfe, mas fiz ioga e treino aeróbico. Quando os campos abriram fui uma semana para o Algarve e joguei todos os dias. Fisicamente estou em boas condições, bato a bola comprida, os drives entraram e isso fez muita diferença.
“Senti-me sempre segura estas duas semanas. Consegue-se jogar golfe minimizando os riscos e a FPG fez um bom trabalho na definição de normas”.
Sérgio Pereira (Clube de Campo da Aroeira)
“É um gozo muito especial ser campeão nacional pela primeira vez e é motivador para o meu filho, mostrando-lhe que há objetivos que podem traçar-se. Este foi o meu primeiro título nacional individual, embora a Aroeira ganhe há três anos seguidos o Campeonato Nacional de Clubes Seniores.
“A pandemia tem muitas coisas más, mas com o ajustamento dos meus horários de teletrabalho fiquei com as tardes mais disponíveis e o meu treino aumentou de jogar uma vez por semana para três, frequentemente com o meu filho João e na Aroeira. Ele já joga a sério, mas por vezes consigo equilibrar.
“Não creio que no golfe o fator casa seja muito relevante e ainda menos na Aroeira, um campo que quase todos os jogadores conhecem bem. Mas é verdade que comecei muito bem. Fiz a volta da minha vida em 2 pancadas abaixo do Par. O melhor que tinha feito com os meus amigos neste campo, a brincar, tinha sido o Par do campo. Foi um dia em que só falhei um fairway e dois grens. Ora o Aroeira-1 é um campo fechado, com muitas árvores. Quem fizer muitos fairways tem meio caminho andado. Ganhei nesse primeiro dia uma vantagem que permitiu-me poder jogar hoje com alguns sobressaltos.
“Hoje comecei bem nos buracos 2, 3 e 4, que são determinantes para um bom resultado. Ontem passei esses buracos a -1 e hoje a Par. Pensei que iria ser uma volta como a de ontem, mas tive uns sobressaltos e os adversários aproximaram-se. No 14 estávamos empatados. O birdie no 15 foi determinante e consolidei a vantagens nos últimos buracos.
“Senti-me sempre seguro a jogar. Quem joga golfe sabe que é uma modalidade muito segura nesta conjuntura de pandemia e as normas da FPG são seguríssimas”