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Montado e FPG trazem Europeu a Portugal
03/03/2017 12:40 RODRIGO CORDOEIRO
Marco Andrade: fala em “ponto de viragem para uma nova realidade” / © FILIPE GUERRA

Marco Andrade, General Manager do resort, explica sucesso de candidatura conjunta

O Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela, goza de um estatuto privilegiado em Portugal, já que é o palco permanente dos Campeonatos Internacionais Amadores de Portugal, desde 2011 em Homens, desde 2012 em Senhoras. O general manager Marco Andrade diz que a experiência acumulada nesses torneios terá sido um dos factores que pesou na decisão da EGA (Associação Europeia de Golfe) de lhe atribuir a organização do seu primeiro major amador, o European Ladies Amateur Team Championship, o Campeonato da Europa de Senhoras por Equipas, de 11 a 15 de Julho. 

Isto vai acontecer seis anos depois de o Victoria Clube de Golfe, palco de sempre do Portugal Masters, ter recebido a prova congénere masculina, com vitória da França de… Alexander Levy e com Andy Sullivan a jogar pela Inglaterra – dois jogadores que viriam a vencer o Portugal Masters. Thomas Pieters também estava lá pela Bélgica, numa edição em que Portugal desiludiu com o 17.º lugar entre 20 países, alinhando com Ricardo Melo Gouveia, Pedro Figueiredo, Gonçalo Pinto, José Maria Jóia, Tiago Rodrigues e Miguel Gaspar. 

Marco Andrade explica o sucesso desta candidatura conjunta com a Federação Portuguesa de Golfe e mostra-se entusiasmado e optimista com o futuro do Montado, agora sob a égide do fundo Discovery. E sobre o facto de acumular desde 2011 a responsabilidade do golfe e do hotel, afirma que é “uma relação exigente mas ao mesmo tempo fácil, porque há muita paixão por um espaço que me orgulho de dizer que me ajudou a crescer mas que também ajudei a crescer”. 

E lembra que essa relação começou ontem [2 de Março] há precisamente 19 anos.

Campo e hotel lado a lado / © FILIPE GUERRA 

GOLFTATTOO  Fala-me do processo que levou à candidatura do Montado ao European Ladies Amateur Team Championship... 

MARCO ANDRADE  Partiu da Federação Portuguesa de Golfe o desafio de uma candidatura conjunta apresentada junto da EGA (European Golf Association) em 2014 tendo em conta o sucesso das sucessivas organizações dos Internacionais de Homens e Senhoras desde 2011 até aos dias de hoje. 

Seguiu-se uma visita dos responsáveis da EGA em conjunto com a FPG, onde foram apreciados diversos factores, destacando-se obviamente a qualidade, ou ausência desta, do campo de golfe desde layout, manutenção, condições de jogo, zonas de práctica, etc.          

Convite este que nos deixou sobejamente orgulhosos pois é o reconhecimento do empenho de toda a equipa do Montado.  

O facto de o resort ter hotel e campo é uma mais-valia, mas se calhar havia outros nessas condições. Quais eram os outros candidatos e quais foram os vossos trunfos?

Sem conhecer os outros candidatos fomos informados de que o facto de termos um hotel on site foi factor determinante na tomada de decisão. Sendo um torneio de equipas, a EGA atribui uma importância extrema ao facto de os atletas poderem estar no campo de prática ou mesmo no tee de saída 5 minutos depois de saírem dos quartos, é muito confortável.

De facto tem sido uma mais-valia o aparecimento do hotel, factor este que é transversal à organização de grandes eventos internacionais, bem como no atrair do mercado internacional de golf & leasure. Neste segmento, resorts são cada vez mais procurados, pois reduz ou quase que anula a necessidade de transporte para o campo de golfe.

Queremos acreditar também que a experiência acumulada nos últimos anos aquando da organização dos últimos sete e seis Internacionais de Homens e Senhoras, respectivamente, nos colocou numa posição privilegiada quando chegou o momento de decidir.   

Quantos países e pessoas esperam receber?

Para esta prova contamos receber 20 países/equipas, que entre atletas e acompanhantes deverão ultrapassar as 200 pessoas.

Serão feitos alguns trabalhos específicos no campo ou no resort para a ocasião, mais do que no Internacional?

Desde o aumento da procura pelo Montado, principalmente após o aparecimento do hotel, que o nível de exigência do campo se elevou exponencialmente. Procuramos que os standards de qualidade se mantenham todo o ano e o feedback que temos tido por parte dos nossos clientes nacionais e internacionais é extremamente positivo.

Obviamente que sermos os anfitriões dos Internacionais de Portugal obriga-nos a um maior rigor no que diz respeito ao set up do campo, em particular no corte de greens e consequente velocidade dos mesmos. Nestas competições cortamos os greens de manha e à tarde.

Para o Europeu iremos manter o mesmo rigor que temos tido na organização dos Internacionais estando a trabalhar numa melhor definição de fairways através de uma nova sementeira dos roughs.

Qual é a actual situação do Montado sendo que opera desde 2015 sob a égide da Discovery.

Desde o aparecimento do hotel que o Montado tem apresentado um crescimento sustentado. Antes do hotel nós fazíamos, num bom ano, cerca de 10.000 voltas. No ano de 2016 quase que atingimos as 25.000. O nosso objectivo é atingir as 35.000 voltas/ano. Para isso temos de trabalhar mais, mais e melhor. Temos que comunicar melhor, temos de nos dar a conhecer de uma forma mais global.

É nossa intenção já em 2017 abrir novos mercados, sendo que a nossa operação de mercado internacional está muito focada na Escandinávia e queremos crescer para outros mercados como França, Holanda, Reino Unido, Benelux e Alemanha.

Espanha, apesar de ali termos crescido no último ano, é um mercado complicado, porque os espanhóis, apesar de estarem tão perto, teimam em jogar pelos seus campos – o clima, que é um dos factores determinantes pela procura de Portugal e o de Espanha é muito semelhante ao nosso

Em 2015, integrámos o fundo Discovery ficando apenas formalizada a aquisição em 2017. Estamos exactamente num ponto de viragem para uma nova realidade. A marca Discovery cresce de ano para ano, o que só nos deixa optimistas relativamente ao futuro. É uma marca que já está implementada no mercado da hotelaria portuguesa, detentora de hotéis que desde a sua integração na mesma têm conquistado vários prémios.

Neste momento estamos já a trabalhar com a equipa comercial, e-commerce, marketing e marketing digital no sentido de colocarmos o Montado num patamar acima daquele que atingimos até aqui. Existem novidades que prefiro mantê-las comigo para já mas que nos deixam encarar o futuro com muito optimismo.      

Qual tem sido a importância do Internacional de Portugal para o Montado?

Os Internacionais assumiram uma importância extrema na operação do Montado. Objectivamente, são duas semanas de hotel e campo lotados, o que na nossa operação tem impacto. 

Por outro lado é um excelente argumento de venda do resort. Quando visitamos mercados que não nos conhecem, o facto de sermos os anfitriões dos Internacionais de Portugal – dá-nos um carimbo de qualidade. Já vendi grupos apenas assim, operadores que começaram a vender o Montado apenas por sermos os anfitriões dos Internacionais de Portugal. 

Aproveitamos também estes eventos para pôr à prova as nossas reais capacidades. São eventos que exigem muito da equipa, nomeadamente a de  manutenção (começam a trabalhar às 4h da madrugada), housekeeping, front office, bar e restaurante. No último dia soltamos um suspiro que é um misto de orgulho e alívio (risos).