Teve época de sonho em 2013 sagrando-se campeão nacional com 16 anos. Depois desapareceu
Foi em Abril do ano passado que Pedro Almeida, do Oporto Golf Club, se tornou um dos mais jovens vencedores de sempre do Campeonato Nacional Amador Absoluto, no Aroeira 1. Tinha 16 anos. Mas nessa época teve outros pontos altos, como a revalidação do título de campeão nacional no escalão de sub-16 e o segundo lugar no European Young Masters, que foi a melhor marca de sempre de um português neste campeonato da Europa de sub-16.
Tudo apontava para uma carreira promissora, o seu talento não enganava, e ele até foi distinguido pela Câmara Municipal de Espinho, cidade onde reside, com o prémio de Atleta Revelação do Ano. Mas eis que, em 2014, quase desapareceu do mapa golfístico nacional. A única prova da Federação em que participou foi, em Abril, o Campeonato Nacional Absoluto na Quinta do Peru, em que defendia o título.
Eduardo Maganinho, profissional e treinador do Oporto, mostra-se desconsolado. “Que mais motivação pode um atleta ter do que isto?”, questiona-se a propósito dos êxitos do seu pupilo em 2013. “Ele tinha o caminho pronto para seguir uma carreira de sucesso, e, em vez disso, abandonou. Eu estive perto dele, telefonei-lhe, mandei-lhe mensagens através do telemóvel ou do Facebook, mas, para pena minha, não jogou nenhuma prova de apuramento do clube.”
Pedro Almeida explica que optou pelos estudos em detrimento do golfe / © FILIPE GUERRA
Pedro Almeida dá a sua explicação: “O ano passado chumbei no 10º ano. Depois, no primeiro período do ano lectivo seguinte, joguei várias provas no estrangeiro, na Argentina e na Eslováquia, o que me fez perder bastantes as aulas. As notas escolares voltaram a ser desagradáveis e eu não podia voltar a chumbar, pelo que este ano tive de abdicar um pouco do golfe. E, com efeito, recuperei no segundo e terceiro períodos e acabei o ano com boas notas.”
Para o Campeonato Nacional Absoluto de Abril último, Almeida treinou apenas alguns dias antes, o que não é a melhor maneira de se apresentar na defesa de um título tão importante. Mesmo assim, terminou no sétimo lugar, com um total de 298 (78-76-69-75), 10 acima do par-72 no campo da Quinta do Peru. Ficou a 13 shots de Tomás Silva, que lhe sucedeu na lista dos vencedores. “Acusei falta de competição nos dois primeiros dias”, reconhece.
Mas quais são os seus planos para o futuro? “Agora que estou de férias tenho treinado mais. Quero estar em boa forma para a Taça da Federação, em Setembro. O Campeonato e a Taça eram os dois torneios que eu tinha previsto jogar em 2014. Faltam-me dois anos para acabar o liceu e depois logo vejo o que farei, há várias hipóteses: posso dedicar-me ao golfe a 100 por cento, posso ir para uma universidade lá fora estudar e competir ao mesmo tempo, ou simplesmente tirar um curso cá em Portugal.”
O certo é que um talento precoce como Pedro Almeida faz falta ao golfe nacional. Fez falta, por exemplo, no último Campeonato da Europa por Equipas, em que Portugal foi 15º classificado entre 16 países. E faz falta também ao Oporto Golf Club, que não conta com ele este ano para o Campeonato Nacional de Clubes que vai jogar-se na última semana de Agosto no… Oporto, em Espinho.