Última volta em Coral Gables correu mal, mas saldo é positivo num dos ‘majors’ de boys
Pedro Lencart tem evoluído todos os anos e mesmo no crepúsculo de 2016 provou que já faz parte dos melhores jogadores do Mundo de sub-18, mesmo que esta temporada ainda tenha integrado o escalão etário de sub-16.
O campeão nacional amador terminou no 12º lugar, entre a elite de 56 participantes do 53º Junior Orange Bowl International Golf Championship, nos Estados Unidos.
É um dos ‘Majors’ internacionais de sub-18 e realizou-se durante quatro dias no Biltmore Golf Course, do Biltmore Hotel Miami Coral Gables, na Florida.
Tiger Woods venceu o Orange Bowl em 1991 e outros bons jogadores também elevaram o troféu como Camilo Villegas em 1999, Mark Calcavecchia em 1977, Kevin Na em 2000 e Romain Wattel em 2009.
Depois de em 2015 ter conquistado o Campeonato Internacional Juvenil da Finlândia e de ter ajudado Portugal a sagrar-se campeão da Europa de sub-18 (segunda divisão), o jogador do Club de Golf de Miramar impôs-se este ano no The Junior Open Championship, na Escócia, um dos ‘Majors’ mundiais de sub-16. Pode ser apenas o 272º classificado no ranking mundial amador, mas em sub-16 e sub-18 já dá cartas no panorama internacional.
«Sinto que quando jogo ao meu melhor nível consigo colocar-me entre a elite dos jogadores de sub-18», admitiu Pedro Lencart ao Gabinete de Imprensa da FPG.
«Apesar de hoje (última volta), faço um balanço positivo, porque tive três dias muito fortes do tee ao green, mas (reconheço) que em algumas situações tive dificuldades em finalizar», acrescentou.
Pedro Lencart disputou pela primeira vez o Junior Orange Bowl International Golf Championship, frente a alguns adversários que competiram no traçado de Donald Ross pela segunda ou terceira vez, mas não acusou a importância do evento e lutou todos os dias por um top-10, chegando mesmo a entrar no top-5.
O português de 16 anos começou no 8º lugar no final da primeira volta, empatado com o campeão do ano passado, o norueguês Kristoffer Reitan, para depois ascender ao 5º posto, graças a dois cartões consecutivos de 70 (-1). No terceiro dia exibiu-se ao mais alto nível, com o quinto melhor resultado dessa volta, em 68 (-3), para entrar na última volta no 6º lugar, mas a quarta volta foi-lhe fatal, somando mais 10 pancadas do que na véspera (78, +7), para concluir a prova no 12º posto, empatado com o norte-americano Davis Chatfield, com 286 (+2).
Com os seus parceiros de jogo na última volta
A última volta de 78 pancadas é compreensível. Partiu com 5 pancadas de desvantagem do líder, estava em causa um eventual recorde nacional e superar o seu ídolo de infância, Pedro Figueiredo, que foi 3º classificado em 2007, e as coisas não lhe correram de feição. Com bogeys nos buracos 2, 5 e 8, começou a deslizar para fora do top-10. Houve 1 birdie no 11, mas o duplo-bogey no 12 roubou-lhe tempo de recuperação e acabou por afundar-se mais com bogeys nos buracos 13, 16 e 17.
«Foi sem dúvida um mau dia de golfe. Comecei mal, ainda tentei recuperar com 1 birdie no 11, mas voltei a dar maus shots e a perder a confiança. O dia esteve mais difícil, com mais vento, numa direção que, na minha opinião, dificulta mais o campo. Mas já analisei os meus erros e vou continuar a trabalhar para diminuir estes dias maus e melhorá-los», admitiu sem problemas.
Em toda a sua curta carreira Pedro Lencart tem sido assim, analítico e a dar passos em frente. Terá, provavelmente, novas oportunidades de jogar no Orange Bowl, agora que percebeu que pode perfeitamente lutar pelos lugares cimeiros.
A 53ª edição foi ganha pelo australiano Karl Vilips, que liderou ou coliderou o torneio desde o início. Trata-se de um jovem prodígio de 15 anos, residente na Florida, que mostrou uma capacidade pouco usual de reagir bem à pressão e de responder sempre bem quando acossado pelos rivais. No penúltimo dia chegou a perder o comando mas recuperou-o com 4 birdies nos últimos 5 buracos e ontem estava empatado no topo com 10 abaixo do Par com outros dois jogadores e arrancou um eagle para vencer com 272 (65+67+71+69), -12, pela margem mínima de 1 pancada sobre o francês Edgar Catherine e 2 sobre o vencedor do ano passado, Kristoffer Reitan.
O torneio feminino foi conquistado pela sul-coreana Somi Lee, com 277 (68+69+69+71), -7, batendo por 1 a vice-campeã de 2015, a francesa Agathe Laisne.
Karl Vilips com o troféu