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Portugueses começam mal no Montado
11/02/2015 20:13 Hugo Ribeiro/FPG
João Girão em actuação hoje: foi o melhor português a par de G. Costa / © FILIPE GUERRA

Cristopher Bring assinou hole-in-one para liderar Internacional de Portugal com 65 pancadas

Gonçalo Costa e João Girão foram os melhores dos 12 portugueses que hoje iniciaram a 85.ª edição do Campeonato Internacional Amador de Portugal Masculino, num dia em que o jovem dinamarquês de 16 anos, Christoffer Bring, estabeleceu um novo recorde do campo do Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela, em 65 pancadas, 7 abaixo do par-72, para o qual contribuiu um hole-in-one no buraco 18. 

João Girão e Gonçalo Costa são os únicos portugueses dentro do top 40 provisório, a marca do cut aos 54 buracos, figurando exatamente no grupo dos 40.ºs classificados, com 73 pancadas, 1 acima do par, mas a maioria dos outros golfistas nacionais ainda tem boas hipóteses, embora necessite de melhorar nos próximos dois dias. 

“O que é importante realçar é que, à excepção do João Girão, nenhum dos nossos jogadores começou muito bem, mas conseguiram todos manter a calma e jogar bem nos últimos buracos, para fazerem um resultado minimamente aceitável, mantendo tudo em aberto para as aspirações que têm neste torneio”, comentou o selecionador nacional, Nuno Campino. 

Um total de 30 jogadores conseguiu bater o par-72 do campo, provando, uma vez mais, a elevada qualidade dos 120 inscritos no principal torneio de golfe português para amadores de alta competição. 

“O Campeonato tem mostrado isso mesmo nos últimos anos. Os melhores da Europa têm estado presentes e não é por acaso que alguns dos últimos campeões estão a jogar agora no European Tour”, comentou Nuno Campino. 

Mas não foi só o nível dos jogadores a contribuir para estes bons resultados. O tempo também ajudou. “Esteve um dia perfeito para jogar, foi o melhor dia que apanhei em muitas semanas de treino que levo”, admitiu Gonçalo Costa. 

“Hoje o campo estava fácil de manhã, com as condições mais fáceis que se pode ter neste campo. Eles jogaram 10 ou 12 buracos sem vento, não estava frio, a temperatura estava boa, por isso, esperava um pouco mais de alguns jogadores, que jogassem abaixo do par”, corroborou Nuno Campino. 

Quem soube tirar partido desses factores benéficos foi Christoffer Bring, que, tal como João Girão, dobrou os primeiros nove buracos com 3 birdies e isento de bogeys. A diferença para o vice-campeão da Taça FPG/BPI foi que o português sofreu depois bogeys no 10, 14 e no 15, mais 1 duplo bogey no 16, antes de um último birdie no 17. Em contrapartida, o dinamarquês de 16 anos perdeu, é certo, pancadas no 13 e no 16, mas esteve brilhante na ponta final com birdies no 13 e 17 e eagles no 15 e no 18, sendo que, este último foi um hole-in-one

O ás foi executado com um full swing de ferro 8, perfeito, percorrendo os 171 metros até ao buraco: “Foi o meu melhor shot de sempre e no início fiquei especado a pensar no que tinha acontecido. Depois, levantei os braços e celebrei com os meus parceiros aos gritos”, disse Bring. 

Há duas semanas, a italiana Martina Flori jogou a segunda volta do Internacional Feminino em 65 pancadas, um novo recorde do campo. Hoje, Christoffer Bring igualou essa marca de 7 abaixo do Par e Marco Andrade, diretor do Montado Hotel & Golf Resort irá gravar ambos os recordes numa placa que será pendurada na club house

“Foi a melhor volta da minha carreira. Já tinha feito voltas assim ou melhores em treino, mas nunca em torneios”, elucidou o dinamarquês, que, obviamente, adorou o Montado: “É um bom campo, esteve bom tempo, o desenho é bonito e gosto do torneio, forte, com bons jogadores.” 

Christoffer Bring diz que os melhores resultados da sua curta carreira foram 5º lugares no British Boys, no Campeonato Nacional Amador da Dinamarca e no Campeonato Nacional de sub-18 do seu país. 

O dinamarquês é perseguido por três jogadores com 67 pancadas, 5 abaixo do Par, portanto, a duas de distância do líder, entre os quais o esloveno Zan Luka Strin, que integrou o grupo de Gonçalo Costa. 

Este membro da seleção nacional que foi ao Mundial do Japão no ano passado foi o mais consistente dos portugueses, com 1 birdie (no buraco 12) e 2 bogeys (11 e 3), tendo saído do 10: “Tive alguns azares no percurso, não estive no meu melhor dia de putting e isso influenciou o meu resultado, porque, de resto, estive muito sólido do tee ao green, falhei poucos greens, os que falhei consegui recuperar e logo aí nota-se a solidez do meu jogo. Mas há dias em que os putts não entram.” 

Gonçalo Costa, que regressou ao seu treinador de há uns anos, Miguel Nunes Pedro, preparou-se bem para o torneio: “É o campeonato mais importante que há em Portugal. Estou em forma, estive em semanas intensas de treino, após terminar os exames da faculdade, estou a conseguir corrigir o que falhava e, acima de tudo, a recuperar a consistência de jogo que tinha e o prazer de jogar que sempre tive.” 

Nota-se também que está mais musculado e não é por acaso: “Preparei-me especialmente nesta pré-temporada. Falei com o José Pedro Almeida, que é o meu preparador físico, ele orientou-me um plano de treino, tenho feito isso cinco vezes por semana e começo a sentir a diferença de um trabalho regrado e planeado. Parece que não, mas é cada vez mais uma peça fundamental no swing.” 

Confiante nas suas capacidades, visa alvos bem específicos: “O primeiro objetivo é passar o cut e depois é um top 20, um objetivo que não é muito ambicioso mas possível e da forma como estou a jogar e joguei hoje poderei atingi-lo." 

Quanto a João Girão, que saiu do buraco 1, o que sobressaiu mais da sua exibição em jeito de montanha russa foi a capacidade de superar aquele mau momento de 4 pancadas perdidas em três buracos e começa a ser visível o trabalho de Gonçalo Castanho, o psicólogo que a FPG contratou para as seleções nacionais. 

“Estava a sentir-me confiante, senti que iria fazer um bom resultado, pelo que foi um arranque proporcional à forma em que me sentia. Falhei umas pancadas na segunda volta, não foram erros estratégicos, mas eram importantes e não deveria tê-los falhado em três buracos seguidos, bogey-bogey-duplo. Estava com duas abaixo nessa altura e de repente fiquei com 2 acima, é sempre um choque. Depois recuperei mentalmente, ainda por cima o Gonçalo Castanho estava comigo e isso ajudou-me bastante. É um resultado que não compromete e ainda faltam três dias”, explicou o jogador que no ano passado foi o segundo melhor sub-18 português. 

Dos restantes dez portugueses, merece igualmente algum destaque José Maria Cunha. É certo que as suas 78 pancadas deixam-no no 104.º posto, mas se pensarmos que se trata ainda de um sub-16, com 4,6 de handicap, percebe-se que as suas 6 pancadas acima do Par acabam por ser um resultado encorajador. 

Os resultados dos portugueses foram os seguintes: 

40.º Gonçalo Costa, 73 (+1) 

40.º João Girão, 73 (+1) 

59.º Pedro Lencart, 74 (+2) 

59.º Vítor Lopes, 74 (+2) 

71.º João Ramos, 75 (+3) 

71.º Renato Ferreira, 75 (+3) 

71.º João Magalhães, 75 (+3) 

87.º Afonso Girão, 76 (+4) 

95.º Tomás Bessa, 77 (+5) 

95.º Tomás Silva, 77 (+5) 

104.º José Maria Cunha, 78 (+6) 

118.º Rui Morris, 85 (+13)