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Do golfe na escola ao Campeonato do Mundo
19/08/2014 11:08 Rodrigo Cordoeiro
É trabalhadora e ambiciosa no golfe: quer seguir carreira profissional / © FILIPE GUERRA

Inês Barbosa, 15 anos, foi a surpresa na selecção que vai estar no Japão em Setembro

Ocupas a quinta posição no Ranking Nacional BPI. Ficaste surpreendida com a tua convocatória para seres uma das três jogadoras a representar Portugal no Campeonato do Mundo (Troféu Espírito Santo)?

Fiquei, embora fosse um dos meus objectivos para este ano. Fiquei muito contente.

Já falaste com a Susana Mendes Ribeiro ou com a Leonor Bessa, que vão ser as tuas companheiras de equipas e jogaram o último Mundial, em 2012, na Turquia?

Já estive com elas, mas ainda não falámos sobre o Campeonato do Mundo. Temos tempo para isso.

Esta convocatória veio dar-te motivação?

Tenho trabalhado imenso para representar Portugal. É muito motivador para continuar.

Tens conseguido conciliar os estudos com o golfe?

Sim. Aproveito as tardes livres para treinar no clube de Paredes, onde resido, e estudo mais ao fim do dia. Aos fins-de-semana, encontro-me com a minha treinadora [Patrícia Brito e Cunha] na Quinta do Fojo e muitas vezes no jogo na Estela [Golf Club]. Agora, nas férias, tenho treinado todos os dias. Como não tenho aulas, é uma boa altura para apostar no golfe.

Como é que tudo começou no golfe para ti?

Foi por incentivo do meu irmão [João Pedro Barbosa, 5,8 de handicap, 18 anos], depois de ele ter entrado para o golfe no Desporto Escolar, em Amarante. Íamos com o professor António Bessa, pai da Leonor. Entretanto entusiasmei-me, comecei a ter aulas com o João Silva em Amarante e a participar no Projecto Drive e nos torneios da Federação.

E quando te encontraste com a Patrícia Brito e Cunha?

Foi quando decidi ir para a Estela, aconselhada por uma rapariga de Amarante que também tinha ido. A Estela dava-nos mais apoio.

Quais são os teus objectivos no golfe?

Quer ter cada vez mais bons resultados e continuar a evoluir, de maneira a tornar-me um dia profissional. Os meus pais têm-me apoiado ao máximo e tenho de lhes agradecer muito por isso.

Em Julho, um ano depois de te teres sagrado campeã nacional no escalão de sub-14, perdeste por uma pancada num duelo com Leonor Bessa no Nacional de Sub-16…

Foi renhido, foi difícil. Joguei bem nos dois primeiros dias, não tão bem no terceiro, mas o segundo lugar não foi mau.

Qual foi a tua melhor volta de sempre?

 72 pancadas [par] na Estela, num torneio do clube.

Quem são as tuas jogadoras de referência?

A nível nacional, a Susana Mendes Ribeiro, que é a nº1 do ranking e uma excelente jogadora. A nível internacional, a Alexis Thompson e a Suzann Pettersen.

E entre os homens?

Tiger Woods e Rory McIlroy. Entre portugueses, o Pedro Figueiredo e o Ricardo Santos, dois grandes jogadores.

Na próxima quinta-feira começa o Campeonato Nacional de Clubes, no Oporto, no qual vais representar a Quinta do Fojo. Como encaras esta prova?  

É uma preparação, para aferir o meu jogo para o Campeonato do Mundo, e será diferente porque é por equipa, o que é sempre divertido. Sei que não vai ser fácil para o Fojo, mas vamos dar o melhor e acho que sim, que temos hipóteses.

O QUE DIZ A TREINADORA PATRÍCIA BRITO E CUNHA  

Pupila e treinadora antes de uma volta no Internacional de Portugal 2014 / © FILIPE Guerra

SOBRE A CONVOCATÓRIA DE INÊS PARA O MUNDIAL

“Foi uma boa escolha. É natural dar um wild card a uma rapariga de 15 anos que se tem dedicado mais do que é normal. A outra jogadora que poderia ter sido convocada, a Rita Félix, joga e treina, mas não tanto como Inês, visto que a Faculdade de Medicina, que ela frequenta, é prioritária.”

SOBRE A SUA RELAÇÃO DE TRABALHO COM INÊS

“A Inês começou a trabalhar comigo há seis anos, na Estela. Era muito novinha, tem menos um ano do que a Leonor Bessa. Claro está, ainda não ganhou nada porque não lhe saiu, mas prevejo que num futuro próximo vai ser das que vai estar sempre a ganhar.”

SOBRE INÊS COMO JOGADORA

“Tecnicamente é óptima jogadora, das melhores em Portugal, com grande potencial. É muito nova, falta-lhe experiência, calo. E é das que trabalha mais, não deixo de frisar. A Leonor Bessa também trabalha bem mas não é tão boa tecnicamente.

SOBRE OS PONTOS FORTES DE INÊS

“Bate comprido”

SOBRE OS PONTOS FRACOS

“Precisa de meter mais putts, e na rotina do putting é rápida, precipita-se. Tem de se dedicar mais à bola.”