Antigo ministro das Finanças e presidente do Banco BIC é praticante da modalidade
Coisas estranhas – e cómicas – acontecem amiúde nos campos de golfe. Imagine que está a jogar uma partida com amigos; outro, atrasado, junta-se-lhes entretanto – e faz um hole-in-one na primeira tacada que bate. Este episódio à Charlie Chaplin foi contado Fernando Teixeira dos Santos, o convidado que se segue das entrevistas que aqui temos feito no suplemento do GolfTattoo no jornal público, com figuras públicas, casos de António Pires de Lima, Carlos Barbosa, Luís Figo, Luís Filipe Pereira, Ricardo Pereira.
E porquê agora com o ministro das Finanças de 2005 a 2011, o homem que desencadeou o pedido de assistência financeira no ocaso da era Sócrates? Porque é praticante de golfe há três anos e meio e preside a um banco – BIC – que se revê na modalidade, investindo nela e apoiando-a, com destaque para o patrocínio à Associação Nacional de Seniores de Golfe, sabendo-se que os seniores (acima dos 50 anos) constituem mais de metade da população golfística de Portugal.
Uma conversa que foi originalmente publicada no passado sábado, 22 de Julho, no suplemento de golfe do Público.
GOLFTATTOO –Como é que tudo começou para si no golfe?
FERNANDO TEIXEIRA DOS SANTOS – Durante muitos anos um amigo insistiu para que eu me dedicasse à modalidade. Outros amigos, jogadores, falavam sempre do golfe com muito entusiasmo. Após ter saído do Governo, houve disponibilidade para experimentar e fui “apanhado”. Jogo em média uma vez aos fins-de-semana.
Não lamenta não ter começado mais cedo?
Creio que não sou diferente de muitos outros. De facto, lamento não ter começado mais cedo. Mas o que importa agora é que aqui estou e espero poder jogar durante muitos anos.
O que lhe agrada neste desporto?
A prática ao ar livre, normalmente num contexto paisagístico agradável. O aprender a conviver com os erros e alimentar a esperança que a seguir vai ser melhor.
Quais foram os seus momentos mais memoráveis no golfe até ao momento?
Ter vencido a segunda edição da Taça do Duque do Porto, da Real Associação do Porto. Algumas boas classificações em torneios em que participei. Não há mais momentos pois só comecei a jogar há três anos e meio. Mas há sempre aqueles pequenos momentos numa partida em que uma boa pancada nos salva o dia e nos faz sentir que vale a pena persistir em melhorar.
Que momentos mais insólitos ou engraçado é que já vivenciou no golfe?
Recordo uma vez na Estela em que fui jogar com uns amigos. Um deles chegou mais tarde e juntou-se a nós no buraco 2 quando já estávamos no green. Bateu e bola e fez hole-in-one. Acima de tudo há os bons momentos de convívio.
E quais os campos onde mais gostou de jogar?
Estela Golf Club, Vidago Palace e Old Course.
Qual é a sua perspectiva, em termos gerais, do golfe em Portugal?
Portugal tem condições excecionais de oferta e é já um destino privilegiado. O golfe é um ativo importante para a promoção turística do País.
Costuma acompanhar os principais torneios na televisão?
Confesso que nem por isso. Prefiro participar em torneios em vez de os ver na TV.
Qual é o seu clube e porquê?
Estela. É um campo desafiante e fica perto do Porto. Agora, que passo, novamente, mais tempo em Lisboa, tenho que escolher um segundo campo que me permita praticar durante a semana.
Qual é o seu handicap e até que patamar ambiciona chegar?
24,1. Bom, bom era chegar a um dígito. Mas, sendo realista, a curto prazo quero ficar abaixo de 20.
No apoio ao golfe o Banco BIC Português distingue-se por ser o patrocinador principal da Associação Nacional de Seniores de Golfe Portugal. Porquê este organismo em concreto?
O apoio a este segmento etário justifica-se pelo facto de se tratar de praticantes mais regulares, pois têm disponibilidade de tempo. Tratam-se de pessoas que, pela fase em que estão no seu ciclo de vida, têm potencial para serem bons clientes do Banco.
Fernando Teixeira dos Santos com António Rebelo o presidente da ANSG, durante a Taça Vencedores Banco BIC / © Ramiro de Jesus
Que balanço faz desta parceria?
Claramente positivo. É para nós importante este apoio, pois dá visibilidade ao banco e abrange uma camada etária que são potenciais clientes e com perfil de fidelização. Aliás, quando decidi começar a jogar, além de então ter mais disponibilidade de tempo, tive em conta ser uma modalidade que posso praticar durante muitos anos – e espero que sejam muitos
Apoiamos também a Associação Nacional de Seniores de Golfe Portugal e promovemos um torneio do Circuito Golfe & Comunicação.
Recentemente jogou-se a Taça Vencedores do Banco BIC. Que tal lhe correu o torneio?
Foi uma volta normal e dentro das minhas capacidades, para um recém-chegado a esta modalidade. Mas diverti-me. Foi a segunda vez que joguei no Belas Clube de Campo, um campo que tem buracos interessantes. Mas é também para usufruir da paisagem e da boa companhia.
Têm sido boas oportunidades de promoção da imagem do Banco, pelo que acho que devemos continuar a promover estes torneios.
A partir do final de Julho, o Banco BIC terá uma nova marca, será o EuroBic. Fale-nos desta reestruturação e sobre o que se poderá esperar da nova imagem?
É uma mudança que temos de fazer e que procuramos integrar numa estratégia de transformação do Banco, visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos nossos clientes. Uma alteração que, tornando a marca inconfundível com qualquer outra, preserva a sua origem e afirma, de forma clara, a sua inserção e aposta no espaço europeu.
Que avaliação faz da actual situação do Banco?
O Banco tem um balanço robusto. O seu nível de liquidez é muito confortável, está bem capitalizado, tem estabilidade accionista e, em comparação com o sector, não padece de elevados níveis de malparado.
E como tem sido a sua experiência como presidente do mesmo?
Em boa hora aceitei o desafio que há um ano me foi colocado pelos acionistas. Iniciámos um processo ambicioso de transformação e modernização do Banco. Queremos ser um banco líder entre os bancos de média dimensão em Portugal. Este é um grande desafio nos tempos ainda conturbados vividos pelo setor bancário nacional e europeu.