É o novo director de golfe do Lisbon Sports Club, onde cresceu como jogador
Foi a 3 de Janeiro que Miguel Lourenço iniciou funções como director de golfe do Lisbon Sports Club, conhecido pelos mais próximos como Carregueira, na serra da Carregueira, em Belas, Sintra. Curiosamente, o primeiro torneio do ano no respectivo calendário teve o seu nome – S. Miguel Trophy. E ele mostrou ao que vinha fazendo de starter no mesmo, para conhecer os swings de cada sócio. É o regresso a um clube a que pertenceu durante uma década, entre 1981 e 1990 ou 1991, e que esteve sempre no seu coração. “Cresci lá com o meu irmão e com a malta toda da nossa idade. Chegámos a ser campeões nacionais de clubes em juniores em 1989, em Tróia, recordo-me da equipa: além de mim, era o meu irmão, o Ricardo Oliveira, o Carlos Alves, o Miguel Rocha e Nick Hordjick, um estrangeiro que falava perfeitamente português.” Como bom jogador que é, é claro que se trata também, no âmbito desportivo, de um reforço de Inverno para a equipa da Carregueira, como que a colmatar a saída de Gonçalo Costa para o vizinho Belas Clube de Campo.
Com Pedro Nunes Pedro, presidente do clube © NUNO PRESA CARDOSO
GOLFTATTOO – Como aconteceu a mudança do Bom Sucesso, em Óbidos, para o Lisbon Sports Club?
MIGUEL LOURENÇO – Basicamente, foi saber que no mercado estava aberta a vaga. Estando aberta, foi fácil falar com o Pedro Nunes Pedro e o João Salgado, da direcção. As coisas falaram-se, proporcionaram-se. Passei ali grande parte da infância, é um clube que estava e está no meu coração, portanto foi muito fácil voltar. No primeiro dia de trabalho, até pus um post no Facebook, em que dizia: “It’s time to pay back.” Ou seja, está na altura de eu retribuir tudo aquilo que o clube me ensinou, vendo-me crescer como jogador, como homem.
Também pesou o facto de, morando eu na zona do Estoril, estar assim mais perto de casa e da família. E o de se tratar de um clube com uma direcção jovem e com ideias fora da caixa, não esquecendo as suas tradições e valores. A edição dos 100 anos da Lisbon Cup, no Verão passado, foi um torneio espectacular, gostei imenso de ter participado e da dinâmica que foi criada à volta do torneio, cativou-me.
Qual é a tua função?
Director de golfe, o que passa por ser responsável por todo o clube em termos de operação. Implica os sócios, os torneios, a operação diária, a manutenção do campo. Na parte da manutenção, entrou em simultâneo comigo o Tomás Bento, que está nesta área da agronomia e sempre teve intenção e gosto de trabalhar no golfe. É ele o responsável da manutenção, debaixo da minha alçada.
Como têm sido estes primeiros dias?
Têm sido dias de arrumar a casa e de tentar pôr um bocado do meu cunho. Estive seis anos em Vila Sol num resort de cinco estrelas, passei pelo Mangais, em Luanda, e também pelo Bom Sucesso, que tem uma parceria com European Tour que lhe impõe determinadas regras que é preciso cumprir. A minha intenção – e foi o que na altura eu disse ao Pedro [Nunes Pedro, presidente do clube] – é tirar partido de todas estas experiências em benefício do clube.
Em que situação encontras o Lisbon Sports Club?
O clube tem vindo a crescer, tanto a nível de sócios como a nível de turistas. Nos últimos quatro anos, é capaz de ter triplicado o número de turistas. O clube não deixará nunca de ser de sócios, porque lhes pertencem o campo e as instalações, mas tem de acompanhar o desenvolvimento – e isso passa por abrir as portas a novos visitantes, sejam portugueses ou estrangeiros. Principalmente no mercado britânico, há muitos golfistas que gostam daquele ambiente da Carregueira, com tradição, com muita história.
A equipa do Lisbon vai contar contigo para os campeonatos nacionais de clubes?
Esse é o meu objectivo, e é algo que já está a ser discutido e trabalhado. Anunciei ao meu grupo de amigos que tinham de procurar outro clube que não o Bom Sucesso, porque eu iria representar a Carregueira a partir de agora. Sou como que um reforço do mercado de Inverno [risos].
Que balanço fazes do tempo em que estiveste no Bom Sucesso, onde estiveste nos últimos dois anos?
O Bom Sucesso foi uma porta que se abriu para eu voltar ao mercado nacional, depois de ter estado em Angola. Porque não é fácil estar cinco anos fora e depois reentrar. Foi uma excelente experiência, aprendi muito no campo de golfe, na manutenção – porque eu tinha não só a operação toda do golfe, que implicava a manutenção do campo, mas também a parte de manutenção de muitos jardins e condomínios do resort.