Levar o CG Estoril ao título nacional de clubes e ser campeão sénior
Membro de uma das mais famosas dinastias do golfe português, Miguel Nunes Pedro fez 50 anos a 29 de Julho. Com a camisola do Lisbon Sports Club, foi um dos melhores amadores na década de 80: representou as equipas de Portugal durante 10 anos em todos os escalões etários, jogou três vezes o Open de Portugal (1983, 1985 e 1987) e foi campeão nacional de clubes três anos seguidos, em 1987-1988-1989.
Nunca lhe passou pela cabeça que o golfe viesse a ser a sua forma de vida, mas tornou-se profissional de ensino logo em 1989, e por acaso, no driving range do Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, no Estádio Nacional, Oeiras, onde deu aulas durante 24 anos, por ele passando milhares de alunos – diz que há uns anos fez as contas e já tinham sido mais de 10 mil.
Está desde o final de 2013 ao serviço do CG Estoril e, nesta entrevista que assinala seu o cinquentenário, melhor, nesta conversa, ele demonstra ambição para chegar ao título não só no Campeonato Nacional de Clubes da próxima semana, no Montado, como no Campeonato Nacional de Seniores em Setembro, no Oporto, num duplo desafio ao treinador do Clube de Golfe de Vilamoura e campeão nacional sénior Joaquim Sequeira, com quem até já fez uma aposta. Vilamoura venceu as últimas quatro edições, é tetracampeã nacional...
Relativamente ao Inter-Clubes, seria tanto mais notável quanto o Estoril, recordista de títulos empatado com Vilamoura (16 para cada), não ganha há 18 anos e não passou dos quartos-de-final nas duas últimas edições, ainda que com um terceiro lugar na fase de stroke play em 2015. “Reconheço que me deixou com uma certa azia o termos ficado tão cedo pelo caminho, mas sei, por experiência própria, que o Inter-Clubes se ganha na raça, no sentir o clube”, comenta.
Mas que importa isso? Afinal, quem acreditava que Portugal podia ser campeão da Europa de futebol? Fernando Santos acreditava e não se coibiu de o dizer. Será que com um discurso moderado do treinador a selecção nacional teria chegado lá?
Com o triplo campeão nacional Tomás Silva / © FILIPE GUERRA
GOLFTATTOO – Como é que surgiu o desafio de ires para o Estoril?
MIGUEL NUNES PEDRO – Surgiu ao fim de trabalhar 24 anos no [driving range] do Jamor. A FPG comunicou-me que iam mudar a estrutura e que eu não tinha lugar na mesma. Pessoas minhas amigas de há muitos anos e conhecedoras do meu trabalho, como o José Sousa e Melo, presidente do CGE, e Jorge Goeben, da direcção, convidaram-me para fazer parte do projecto do clube para desenvolver o golfe júnior e recriar, digamos assim, o espírito do clube.
Ou não fosses tu originário de um dos mais antigos e tradicionais clubes de golfe do país…
Também dei aulas também na Carregueira [como é conhecido o LSC] durante 10 anos. Quando o Jamor fechou estive lá fisicamente durante dois anos. Tenho alguns alunos de craveira internacional, como o Gonçalo Costa, que foi meu aluno toda a vida, desde os seus 6 anos de idade. Posso dizer que sou um entusiasta, um animador do clube. Tento estar envolvido e acho que já não há muita gente que tenha este espírito de amor e paixão pela modalidade.
E quando foste para o Estoril?
Finais de 2013. Portanto, Trabalhei no Jamor de 1989 a 2013.
Ficaste magoado com a FPG?
Fiquei sentido com a FPG, não pelo que foi feito, não por quererem montar lá uma coisa que se chama Escola Nacional de Golfe, não foi por isso, mas foi pela forma como o fez. Foram 24 anos de trabalho no Jamor e toda a gente sabe que durante esses 24 anos houve muita gente que aprendeu a jogar golfe ali naquele espaço. Bem ou mal, fez-se ali muita coisa. Há uns bons anos fiz as contas e já tinham passado por mim mais de 10 mil alunos.
E como é que a FPG o fez?
Não avisou atempadamente. Quer dizer, um ano antes, já se sabia o que é que se ia passar – mas nada disse. O Jamor esteve fechado cerca de ano e meio e, depois de tanto tempo lá, uma pessoa fica na expectativa. Nesse período fui dar aulas para Carregueira e quando o Jamor reabriu fui um pouco posto de lado.
Sentes que perdeste algum tempo da tua vida e carreira profissional desnecessariamente?
Foi tempo perdido. Mas há males que vêm por bem… e bendita foi a hora em que fui contratado pelo CGE para trabalhar num projeto com pernas para andar, com futuro.
Como é que encontraste a escola do Estoril e como é que ele está agora?
O Estoril é um clube com todas as condições para se fazer uma grande escola de jovens, porque que tem um driving range, uma área de jogo curto e um campo de golfe adicional de 9 buracos, o chamado Blue Course. Só que estava um bocadinho morto, não havia aquilo a que se chama o “espírito da coisa”.
O golfe não é só jogar bem, é preciso que as pessoas entendam o seu espírito, que os clubes tenham envolvência, é preciso envolver os jovens não só com a modalidade desportiva que se chama golfe, mas também com outras coisas, como as amizades entre eles. A partir daí, com um bocadinho de técnica, é possível fazer uma boa escola. Eram 30 miúdos quando cheguei, agora são à volta de 70.
Isso é aumento significativo… Como é que fizeste para trazer mais do dobro dos alunos?
Modéstia à parte, acho que sou uma pessoa com algum currículo, isso aí fez com que viessem mais jovens. Depois tentei criar laços de amizades entre os jovens e dar-lhes competição.
Em termos de jogadores, no Estoril, há a grande referência que é o Tomás Silva mas também já houve outros que se têm destacado nomeadamente o José Maria Caeiro, que ganhou um torneio do Circuito FPG em 2014.
Sim, o Tomás Silva foi campeão nacional em 2010, eu ainda não estava lá, depois foi em 2014 e 2015 comigo lá. É um jogador que tem um grande potencial para ser profissional de golfe, acho que o foco dele já nem sequer está no circuito amador mas sim na qualificação para o Challenge Tour do próximo ano. O seu pensamento, a sua estrutura e a sua preparação está já virada para o profissionalismo e não para o amadorismo. Ainda tem de melhorar, mas tem uma boa cabeça, treina, tem de treinar ainda mais, mas acho que tem potencial para estar entre os melhores, se mudar algumas coisas do seu swing.
A seguir ao Tomás, temos outro grupo de jovens – o José Maria Pinto Basto, o José Maria Caeiro, o Vasco Figueiredo, o Salvador Brehm e o Bernardo Frére, antigo campeão nacional de sub-18 e vice-campeão nacional absoluto, que já está a trabalhar profissionalmente mas é sócio do clube. Contamos ainda com o nosso “capitão” para as equipas jovens, o Domingos Roque de Pinho, ele próprio um jogador de respeito.
Depois, temos outra fornalha, mais jovem, que são o Guilherme Brehm, o Francisco Anjos, o Martim Andrade, o Constantino Mikirtumov. Estes são produto da escola do clube.
A ideia da escola é formar jovens para depois eles entrarem na estrutura no clube, serem sócios, entrarem nas equipas e evoluírem naturalmente. Há uns que continuam, outros que não continuam, mas se tivermos uma taxa de manutenção de 10 por cento, acho que o trabalho está a ser bem feito.
Com alunos da escola do Estoril / © FILIPE GUERRA
Como é que te definirias como treinador de golfe? Segues alguma filosofia?
Sou amigo, sou amigo dos miúdos. Sou uma espécie de psicólogo.
E entre os grandes treinadores de golfe, qual é a tua referência internacionalmente?
John Jacobs.
Porquê?
Eu acho que o golfe, a nível de ensino, não passa de as pessoas perceberem o que são os fundamentos básicos da técnica, que são o grip, postura, alinhamento e ball position. No fundo é o stance. Depois, a partir daí, é ir desenvolvendo uma certa animação com os miúdos, eles irem aprendendo a gostar disto, metê-los na competição. Golfe é competição, se os miúdos não entram na competição, a todos os níveis, perguntam-se: “Então mas o que é que eu estou aqui a fazer?”
E a nível nacional, quem são as tuas referência no ensino?
Gosto do trabalho feito pelo Joaquim Sequeira, Eduardo Maganinho, Nélson Ribeiro e o seu irmão, Sérgio Ribeiro. Do da Patrícia Brito e Cunha também. São as pessoas que têm feito algum trabalho junto dos jovens em Portugal.
A fasquia está mais alta este ano para o Estoril no Campeonato Nacional de Clubes que se joga no início de Setembro no Montado?
Sim, está. Aliás, eu desde que lá cheguei disse que ia ser campeão nacional de clubes. É um campeonato que eu ganhei, como jogador, três anos seguidos, em 1987, 88 e 89. Tento incutir esse espírito nos jovens do clube para podermos ganhar um campeonato que nos escapa há 18 anos. O Estoril tem 16 títulos, Vilamoura tem 16 títulos e este ano tenho uma aposta com o Joaquim Sequeira [treinador do CG Vilamoura] como vamos ganhar e vamos ser campeões!
Mas tens que reconhecer que Vilamoura, o Oporto e Miramar são equipas que parecem ser na teoria mais fortes que o Estoril.
Não, não me parece… Para seres campeão nacional de inter-clubes, basta teres 4 bons jogadores.
Mas isso o Oporto Vilamoura e Miramar têm…
O Inter-Clubes ganha-se na raça. Eu falo por experiência própria, porque fui três vezes campeão nacional de clubes em anos seguidos e apenas ganhámos na raça. Tínhamos bons jogadores, mas na base de uma grande amizade, uma grande cultura de clube – e isso faz com que se tenha uma atitude ganhadora. A raça, a atitude, o sentir o clube.
Gostava que falasses um bocadinho desses anos dourados do tricampeonato do Lisbon. A vossa equipa tinha um grande jogador, Daniel Silva, o primeiro português a vencer no European Tour, em 1992.
O Daniel Silva só jogou uma vez. A base da equipa foi sempre o Ricardo Oliveira, o Carlos Alves, o meu irmão Pedro e eu. Acho que isto é tudo uma questão de geração espontânea, ou seja, há um ou dois jogadores do clube que sobressaem e o resto vem por arrasto, vai-se criando ali uma onda de incentivos. Acho que é o que se está a passar hoje em dia com Miramar. Miramar está com melhor equipa, tem melhores jogadores e isso veio provocar uma dinâmica ganhadora, mais jogadores, mais competição, mais incentivos da própria escola, da própria direção, dos clubes… A figura máxima em Miramar pode ser o Pedro Lencart, nós no Estoril temos o Tomás Silva. Acho que o CGE tem todas as condições para em 2016 ser campeão nacional de clubes.
Alguns episódios engraçados nesse tricampeonato da década de 80 do século passado?
Memoráveis são todos, mas tenho de destacar a edição de 1989 em Espinho, em que fomos campeões com apenas cinco jogadores. A final foi contra a equipa da casa, o Oporto. Estávamos empatado a 3-3 no último match, era um match decisivo e houve um episódio giro no 17. Eu jogava contra o Pedro Sousa Machado, estávamos all square, e a minha bola foi parar a uma zona de toupeira. Fiz um free drop e meti a bola daí, de fora, ficou resolvido o assunto.
Na varanda da clubhouse do Estoril / © FILIPE GUERRA
Sendo tu parte de uma das mais famosas dinastias do golfe português, tudo começou através do teu pai, o Fernando…
Eu nasci em Luanda em 1966 e foi lá que o meu pai começou a jogar golfe por volta de 1970, no Clube de Golfe de Luanda. Ele sempre foi um excelente desportista, desde o futebol ao básquete, passando pelo voleibol e o hóquei, e sempre tentou incutir nos filhos o gosto pelo desporto. De maneira que começámos lá, depois viemos para Lisboa em 1975, estivemos um ano e meio no Brasil e só em 1977 voltámos a Portugal assentando no Lisbon Sports Club.
Não te sentes tentado a competir nos torneios da PGA?
Este ano tenho um objetivo, que é ser campeão nacional de seniores. Faço 50 anos, então é o meu primeiro ano como sénior e penso em destronar o Joaquim Sequeira, não só no Inter-Clubes, como no Campeonato Nacional de Seniores. Durante estes 27 anos como profissional de ensino, dei muitas aulas e pura e simplesmente deixei de competir, quase que não jogo, mas este ano estou motivado para esse torneio.
Quando é que percebeste que era tua vocação ser profissional de golfe ou que era aquilo que querias fazer profissionalmente?
Nunca. Nunca pensei em ser profissional de golfe. Eu gostava era de jogar, joguei toda a vida até aos 23 anos, fiz a tropa, depois não estudei o suficiente para nada. Um dia convidaram-me para dar aulas de golfe no Jamor e foi assim que tudo começou.
Como é que vês a evolução do golfe em Portugal ao fim destes anos todos?
É evidente que houve uma evolução, porque há mais conhecimento daquilo que é o golfe e houve um certo desenvolvimento a nível de resultados, as condições são outras, o material é outro e os miúdos que estão na seleções treinam mais. Mas em relação a outros países essa evolução foi muito fraca. Eu comparo por exemplo com a Bélgica. Quando lá joguei um torneio de amadores em 1986, tinha mais ou menos o mesmo número de federados que Portugal, que era na altura de cerca de 7 mil. Passados 30 anos, Portugal tem 12 mil federados e a Bélgica 100 mil.
Isto porquê? Acho que o trabalho que tem sido feito nos clubes não é bonificado. Há escolas como as do Estoril, Lisbon Sports Club, Miramar, Oporto, Vilamoura, Santo da Serra e alguns outros clubes em que esse trabalho devia ser bonificado. Chegamos ao ponto de haver apenas 12 equipas no Campeonato Nacional de Clubes, quando temos mais de 100 clubes de golfe. Não tenho nada contra os clubes sem campo que existem em todo o mundo, agora esses clubes sem campo deviam ter mais atenção à formação. Até a Aroeira, que já foi campeã nacional, não tem uma equipa.
Como avalias o resultado final do novo Centro Nacional de Formação de Golfe do Jamor, com academia, campo de 9 buracos e clubhouse?
O Jamor é um espaço único com uma localização privilegiada, perto da cidade, da linha, das empresas. Estão a dar muita importância aos jovens mas estão a esquecer-se de captar pessoas. O campo é um luxo dentro da cidade que não está, nem de perto, nem de longe, dentro daquelas expectativas de enchentes que se esperavam. Ou seja, é preciso captar mais pessoas que não sejam os jovens. Pessoas, pessoas… No fundo, era aquilo que se fazia antigamente. Não se dava tanta atenção aos jovens, estes só apareciam por acréscimo, com os pais. Mas essas pessoas foram formadas no Jamor, deram jogadores. Tenho muitos alunos que são sócios de clubes por aí fora, na área de Lisboa.
E como vês o trabalho que tem sido desenvolvido na PGA Portugal?
O José Correia tem feito um trabalho fantástico. A PGA Portugal passou ali uma fase complicada, em que os profissionais de golfe não era uma classe bem vista, e de há uns anos para cá, tudou mudou, para melhor. Mais antigamente, os profissionais eram conotados com os caddies, hoje em dia qualquer miúdo bom jogador pensa ser profissional de golfe. O José Correia vem de um meio mais ligado às selecções amadoras, veio incutir na classe profissional um espírito diferente, criando outra envolvência, novos patrocínios.
"O Espírito e a Cultura do Golfe, 40 dias de Miguel Nunes Pedro" / © RODRIGO CORDOEIRO
Ontem, antes de preparar esta entrevista com o Miguel Nunes Pedro, reli o livro que ele publicou em 2013, “O Espírito e a Cultura do Golfe, 40 Dicas de Miguel Nunes Pedro”. Foi muito bom, porque tem o condão de nos fazer rir.
Dizia o seu pai, Fernando Nunes Pedro, patriarca da família, no prefácio do livro: “Conheço o Miguel desde que nasceu e de todas as qualidades que lhe reconhecemos há uma que sempre me interessou: a sua capacidade de fazer humor na escrita. Sei que o Miguel faz uns ‘belos’ discursos. Mas é do humor, da capacidade de encontrar algo divertido em cada acção, por fortuita que seja, a que me refiro quando escreve."
Na 21.ª Dica, intitulada “Os Ídolos do Golfe”, fala de José Sousa e Melo, histórico do CG Estoril, referência a nível europeu na década de 1970, que intimidava os seus fellow competitors com o seu “olhar meio tresloucado”, mas fala também do seu irmão mais novo, Pedro, actual presidente do Lisbon Sports Club (no que sucedeu ao pai), em Belas, Sintra, o clube de sempre da família.
Diz Miguel sobre Pedro: “O meu outro ídolo em Portugal era o meu parceiro habitual de jogo, o meu irmão Pedro. Nunca na minha vida poderei dar shots como eu o vir dar. Impressionante. A bola ia longe e alta, parecia que nunca mais parava. Ai tanta inveja! A sua paixão pelo jogo também é enorme.” E havia a irmã Patrícia, uma das melhores golfistas dos 90, antiga campeã nacional.
Bem, trago isto à baila, não porque tem graça, mas porque me lembro de no início da década de 1990 (ou terá sido antes?), num campo algures no Algarve, assistir ao Pedro Nunes Pedro a bater bolas num driving range. Não me recordo se o Miguel estava ou não presente, mas lembro-me que estava o grande Daniel Silva, o primeiro português a vencer no European Tour, em 1992. E lembro-me que o Daniel Silva estava de queixo caído com os shots do Pedro, sem querer acreditar no que via. E lembro-me que também eu pasmava, era belíssimo.
Nostalgia só para demonstrar que, além de humor, existe fidedignidade e um enorme conhecimento de golfe no livro do Miguel, que conheço desde os anos 80, desde que tudo começou para mim no golfe, quando os meus pais se fizeram sócios do Lisbon Sports Club, melhor, da Carregueira, sem alguma vez suspeitaram, nem eu, que, como para o Miguel, seria o golfe a minha forma de vida – not as a player or a teacher, more like a writer.
Fala-nos do teu livro...
O livro foi publicado em 2013, fruto das minhas experiências de toda a vida no golfe. Tudo começou numa fase em que o Jamor estava semi-fechado, eu tinha menos trabalho e veio-me à baila começar a escrever umas coisas. Acho que tenho um certo jeito para escrever, coisa herdada do meu pai. Então comecei a escrever uns artigos para uns endereços de mails, que eram pouquíssimos, e aquela coisa começou a ser um bocadinho viral. A minha mailing list, que era para aí de cinco pessoas, passou aí para 5000.
A certa altura, parei de escrever. Mais para quê? E ao falar com alguns amigos, eles diziam que eu devia era fazer um livro. Tenho um grande amigo, que não é fotógrafo de profissão mas está ligado a filmagens e essas coisas, o Tiago Arnaut, e juntos decidimos fazer o livro, que eu julgo ter tido algum sucesso.
Continua à venda?
Esteve no El Corte Inglés, mas hoje em dia, passados três anos, só é possível adquiri-lo contactando-me pessoalmente.
Famosas são as tuas famosas viagens de golfe na Andaluzia…
Sim, organizo-as, e desde 1994 que tenho um torneio, que se chama “Troféu Marisco e Pata Negra”. Como eu escrevo numa das dicas do meu livro, fazer uma viagem de quatro ou cinco dias com um grupo de amigos é imprescindível, para qualquer golfista, pelo menos uma vez por ano. Simplesmente para fugir à rotina, a rotina de jogar sempre no mesmo campo, com aqueles três ou quatro parceiros do costume. Se fizerem uma viagem seguramente que o vosso ano golfístico vai melhorar. Às vezes, conhecemos melhor uma pessoa amiga do clube em quatro dias de viagem do que em 10 anos de convívio semanal. É tudo diferente.
Já fizeste alguma este ano?
Já, foi em Porto Santa Maria, três dias em outros tantos campos. Cheguei a organizar três viagens por ano, mas hoje em dia, com o trabalho que tenho para o Estoril, uma chega.