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“Preparei-me bem. Agora é deixar o meu golfe aparecer”
Sofia Sá procura escrever mais uma página de glória na sua brilhante carreira amadora © Filipe Guerra

Sofia Sá vai tentar superar o 12.º lugar de 2021 no Internacional de Portugal no Montado

O 92.º Campeonato Internacional Amador de Portugal Feminino começa quarta-feira e decorre até sábado no seu tradicional palco do Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela. Nas hostes nacionais, as atenções centram-se na campeã nacional absoluta Sofia Barroso Sá, de apenas 17 anos e número 228 no ranking mundial amador feminino. Na última edição (realizada em Maio e não na última semana de Janeiro, como é habitual, devido à pandemia), ela obteve a melhor classificação de uma portuguesa desde que, em 2008, o torneio mudou o seu formato de match play para stroke play. 

A anterior melhor marca lusa pertencia a Marta Vasconcelos (Oporto GC), com um 13.º lugar precisamente em 2008, numa edição realizada no Benamor Golfe e que contou com apenas 55 participantes. Em 2021 eram 104 participantes e Sofia fez quatro voltas sem nunca perder para o Par 72 do campo, totalizando 285 (-3) pancadas (72-71-70-72) e ficando às portas do top 10, com o mesmo agregado da francesa Charlotte Liautier, que vencera em Março o Internacional Amador de Itália e que fez exactamente os mesmos resultados. 

Então, Sofia pode ter ficado a 11 pancadas da vencedora, a francesa Lucie Malchirand, que somou -14, e a 7 da vice-campeão, a também gaulesa Vairana Heck, com -10. Mas foram apenas cinco as pancadas que a separaram da terceira, a espanhola Andrea Revuelta Goicoechea (-8). Lucie Malchirand era de outra galáxia, já que duas semanas depois cometeria a proeza de vencer o Ladies Italian Open, do Ladies European Tour, o principal circuito europeu feminino de profissionais. 

Lucie Malchirand tornou-se entretanto profissional, pelo que não estará presente no Montado para defender o título. Mas entre as 90 concorrentes neste 92.º Internacional de Portugal há varias jogadoras de renome global, como a escocesa Louise Duncan, actual 19.ª no ranking mundial e campeã em título no Women’s Amateur Championship, um dos ‘majors’ amadores; a sul-coreana Jeong Hyun Lee, 28.ª mundial; ou a italiana Francesca Fiorellini, 56.ª mundial, que somou vários títulos em 2021, entre os quais no Internacional de França Sub21, e que foi 10.ª classificada no último Internacional de Portugal, com uma pancada a menos que Sofia Sá. Em prova está também a vice-campeã de 2021 Vairana Heck. 

Na entrevista que se segue, a craque portuguesa de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, mas representante do clube da Quinta do Lago, no Algarve, onde tem o seu treinador, José Ferreira, afasta qualquer pressão adicional, mesmo que esta seja a sua última oportunidade para brilhar no Internacional de Portugal. É que em Agosto ela irá para os EUA, para a Texas Christian University, em Fort Worth, para estudar e jogar pela equipa de golfe das Froggs, seguindo os passos da sua arqui-rival Leonor Medeiros, que está desde o Verão passado na University of South Florida, em Tampa. 

Além de Sofia Sá, a selecção nacional no Montado, liderada pelo Treinador Nacional Adjunto Hugo Pinto, conta com Ana Costa Rodrigues (CG Miramar), Constança Mendonça (CG Orizonte), Francisca Rocha (Oporto GC), Inês Belchior (CG Quinta Peru), Ivete Rodrigues (Verdegolf) e Luciana Reis (CG Miramar). 

GOLFTATTO – Tendo em conta que vais para os EUA em Agosto, este será provavelmente o teu último Internacional de Portugal. Como o encaras? 

SOFIA SÁ – Encaro este torneio da mesma maneira que os anos anteriores. É um torneio bastante prestigiado, com excelentes jogadoras. 

A escocesa Louise Duncan e a sul-coreana Jeong Hyun Lee são as principais figuras. Dizem-te alguma coisa? 

Não, mas gostava de ter o prazer de jogar com elas visto que são das melhores do mundo. 

A vitória é um objectivo ou é um sonho? 

Preparei-me bem para este torneio e agora é só deixar o meu melhor golfe aparecer. 

Em Maio do ano passado terminaste em 12.ª, às portas do top-10. Que aprendizagem sentes que podes tirar da última edição? 

Percebi que posso estar entre as melhores do mundo, para além de me ter dado confiança para os torneios internacionais que tive no ano passado. 

Sentes-te mais forte hoje com o teu jogo do que quando iniciaste a última edição? Técnica e mentalmente… 

Sinto. Não só pela maturidade que fui ganhando, mas também pelo estágio que tivemos este fim-de-semana [da seleçção nacional], que acabou por me dar ritmo e confiança. 

De que maneira é que evoluíste nestes últimos oito meses? 

Naturalmente que oito meses de torneios e treino técnico me acrescentaram experiência e melhorias técnicas para aplicar nesta época. 

Talvez te possas queixar de alguma falta de rodagem em termos competitivos, visto que em Dezembro não houve torneios e em Janeiro houve apenas 1º Torneio do Drive Tour… 

O Internacional de Portugal é caracteristicamente jogado com pouca rodagem, embora o ano passado o facto de ter sido realizado em Maio tenha ajudado. 

Por outro lado, tens um conhecimento do campo do Montado que a maioria das outras jogadoras não tem... 

É verdade que nós, portuguesas, conhecemos muito bem o campo, mas não considero que isso seja determinante, uma vez que muitas das jogadoras não estão a jogar aqui pela primeira vez. 

Vais ter alguém como caddie? 

Não, em princípio não. 

Tirando o Internacional, quais os teus objectivos para este ano, antes da ida para os EUA? 

Os meus objetivos são ser novamente Campeã Nacional Absoluta, jogar bem os circuitos nacionais e também os torneios internacionais. 

Conta-nos o processo que levou à tua assinatura com Texas Christian University, para jogar pelas Froggs… 

Foi a universidade com que tive melhor relação com os coaches, e que tem as melhores condições para eu evoluir a nível amador e mais tarde passar para profissional. 

O que esperas da tua experiência americana? 

Espero jogar pela equipa o maior número de torneios possível e tirar o curso que pretendo.