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“Sou melhor jogador do que há três meses”
25/07/2015 17:41 Rodrigo Cordoeiro
Nathan Brader deixou de ser um simples anónimo no seu país, Inglaterra / © FILIPE GUERRA

Nathan Brader fala do sensacional terceiro lugar no Open Amador Inglês para sub-18 anos

Filho de pais britânicos, Nathan Brader reside desde os 10 anos no Algarve e nós habituámo-nos a olhá-lo como um dos nossos, até porque há anos que o encontramos nos torneios do calendário federativo que se realizam pelo país fora, em representação do Clube de Golfe de Vilamoura, tricampeão de clubes de Portugal em homens. Mas se ele ainda não é português, será para breve. Está neste momento no processo de aquisição de cidadania portuguesa e gostaria de jogar por Portugal, embora nesta entrevista não descarte a hipótese de representar a Inglaterra se para tal for chamado. Seja como for, por tudo isto, acompanhámos atentamente a sua prestação no English Boys' Under 18 Open Amateur Stroke Play. E vibrámos com o seu brilhante desempenho no Little Aston Golf Club, em Sutton Coldfield, a culminar no terceiro lugar empatado com o dinamarquês Jonathan Goth-Rasmussen. À sua frente, ficaram apenas o dinamarquês John Axelsen e o inglês Bradley Moore, que foi o campeão. Participaram na prova 131 jogadores, e convém não esquecer que a Inglaterra tem perto de 700 mil jogadores filiados na respectiva associação de golfe. Foi uma prestação memorável para Nathan, que fará 18 anos em Agosto e que, a partir de agora, terá de ser visto com outros olhos.

Nathan Brader com motivos para sorrir / © FILIPE GUERRA 

GOLFTATTOO – Nathan, parabéns por este excelente desempenho. Foi a primeira vez que participaste no English Boys' Under 18 Open Amateur Stroke Play? 

NATHAN BRADER – Joguei nos últimos três anos, mas só este ano joguei bem. Não passei o cut nas duas primeiras participações. 

O que mudou este ano para melhor? 

Não sei. Acho que simplesmente sou melhor jogador este ano. 

Como te sentes depois deste terceiro lugar? 

Um pouco desiludido porque podia ter sido facilmente segundo classificado. Sucedeu que somei 6 acima do par nos últimos quatro buracos no conjunto dos quatro dias de prova. Queria muito este título, até porque é o meu último ano nesta faixa etária. 

Já conhecias o campo em que jogaste ou foi a primeira vez? 

Não conhecia de todo – e foi uma experiência completamente diferente. Os greens e os fairways estavam duros, o rough era longo e espesso e a bola andava muito. Além disso, os greens tinham muitos slopes e a leitura de alguns era muito difícil. No último dia esteve a chover todo o dia, com muito vento e depois até começou a ficar frio. 

Não deixa de ser notável teres ficado entre os quatro melhores numa prova com tanto prestígio, que já foi ganha por jogadores como Justin Rose (ex-campeão do US Open) e Tom Lewis (ex-campeão do Portugal Masters), entre outros vários jogadores do European Tour. Mas é uma surpresa, tendo em conta que este ano ainda não te tínhamos visto a jogar desta forma… Há duas semanas perdeste o título de campeão de Portugal em sub-18 anos para Afonso Girão… 

Nesse torneio, não estava com o estado de espírito certo para jogar. Na verdade não estava com muita disposição, tinha muitas coisas para tratar em casa. 

E sobre o Campeonato Nacional Absoluto que se jogou em Abril, e em que terminaste em 11.º. Um jogador que termina o Open Amador de Inglaterra de sub-18 em terceiro, tem de ser um jogador que deve lutar pelo título de campeão de Portugal… 

É verdade, mas sinto-me hoje mais confortável com o meu jogo do que há três meses. Sinto-me melhor jogador. Tenho trabalhando intensamente no meu jogo depois do Absoluto. 

“Posso ser um dos melhores jogadores do mundo.” Por acaso pensaste nisto quando concluíste a tua prestação? 

Sim, se treinar duramente. 

Tens planos de ser profissional de golfe? 

Vou manter-me amador por mais dois anos, acho que até ganhar um torneio internacional. 

Consegues conciliar os estudos com o golfe? 

Deixei a escola no 11.º ano. 

Então estás totalmente dedicado ao golfe? 

Sim, é isso. Também trabalho de noite no restaurante dos meus pais. 

Onde fica exactamente o restaurante? 

Chama-se Bunkers Bistro & Grill e fica em Almancil, na entrada para a Quinta do Lago e Vale do Lobo, para quem vem da Fonte Santa. 

Estás a trabalhar com algum treinador? 

Em Portugal tenho o Joaquim Sequeira e em Inglaterra o Steve Robinson. 

Joaquim Sequeira é treinador do Clube de Golfe de Vilamoura, de Steve Robinson nada sabemos… 

Ele trabalha comigo desde os meus seis anos, foi a minha principal influência para eu querer ser um bom golfista. Sempre esteve lá para mim e viaja com frequência para Portugal para me ver e para me ajudar a progredir na minha carreira. 

Sabemos que estás no processo de adquirir cidadania portuguesa. Quando isso acontecer, pretendes jogar por Portugal. E se te chamarem de Inglaterra? 

Se for chamador para jogar por Inglaterra, não sei o que farei, terei de pensar sobre o assunto. 

O que vais fazer no resto do Verão? 

Vou jogar um Open júnior na Holanda que serve de qualificação para o KLM Open [ European Tour] e também alguns torneios em Portugal.

E o que vais fazer hoje [sábado]?

Vou ao ginásio, vou relaxar e vou gastar o voucher em equipamento de golfe que ganhei como prémio [risos].