A história desta marca de tacos inicia-se no ano de 2013 pelo fundador da GoDaddy

Chegados ao mês de Fevereiro, há um acontecimento desportivo gigantesco que é a final do campeonato norte-americano de futebol, o Super Bowl, já amanhã no Levi’s Stadium, em Santa Clara, Califórnia, entre os Carolina Panthers e os Denver Broncos. Não é o nosso futebol, mas o chamado futebol-americano. Este acontecimento é dos maiores espetáculos televisivos do mundo. Como tal, o período comercial dos intervalos do jogo, que é muito limitado, é dos mais valiosos do mundo, sendo que cada minuto de publicidade ascende aos vários milhares de dólares. Logo, para capitalizar ao máximo a sua presença comercial, as marcas vão buscar os  maiores criativos de publicidade para que possam mostrar os seus produtos o melhor possível. Graças a este facto, é bastante comum haver uma grande excitação sobre quais os anúncios que cada marca irá criar. Há até no Youtube colecções inteiramente ligadas aos melhores anúncios do Super Bowl. 

Uma das marcas que é famosa pelos seus anúncios, é a GoDaddy. A GoDaddy é uma marca cuja principal actividade é o registo de domínios de internet. A nível desportivo estão presentes em várias frentes, desde NASCAR, INDYCar, entre muitas outras. O seu fundador, Bob Parsons, sempre foi um grande entusiasta de golfe, e, como qualquer bom entusiasta e golfista que se preze, está-se sempre à procura de uma maneira qualquer de melhorar o jogo. 

No caso particular do Bob Parsons, ele observou que tinha atingido um ponto em que estava a gastar bastante dinheiro em material e lições sempre em busca das tão almejadas melhorias de jogo. Até que chegou a um ponto que disse: ‘’Basta! O melhor que tenho a fazer é ser eu a criar material que realmente traga melhorias ao jogo e aos jogadores em geral’’. Assim nasceu a PXG, Parsons Xtreme Golf, o modo que ele encontrou para melhorar o jogo de golfe, foi pura e simplesmente lançar uma nova marca de tacos de golfe, a PXG Golf.

Cabeça dos ferros 0311 / © D.R. 

A visão principal desta marca foi a de criar os melhores tacos de golfe de sempre. Como qualquer marca nova que queira lutar contra as velhas guardas do golfe, o processo de levar uma marca para o mercado requer um elevado custo financeiro, quase todo à base de marketing. Outro factor que ajuda a lançar uma marca são os jogadores da sua ‘”equipa’’. 

Neste caso particular chamou a atenção o facto de, recentemente, terem aparecido um conjunto de notícias na net que anunciavam a contratação de alguns dos grandes nomes do golfe. Entre estes pode-se contar o vencedor do Masters de 2007 e do The Open de 2015, Zahk Johnson, para além de outros nomes sonantes, como o vencedor da FedEx Cup de 2014, Billy Horschel, Ryan Moore, etc…  

Ora então quais foram as inovações tão significativos que levaram a que o Bob Parsons lançasse uma marca de golfe e que também levou alguns jogadores de topo a mudarem-se de armas e bagagens para esta nova marca? 

A história da PXG Golf, no que respeita ao mercado, inicia-se no ano de 2013, quando Bob Parsons contratou dois engenheiros da Ping, que já tinham no seu currículo alguns dos tacos mais emblemáticos da marca, os famosos S55 e os drivers da série G, entre muitos outros grandes tacos da Ping, e lhes disse que queria produzir os melhores ferros de golf  sem qualquer restrição ao nível de custos, materiais ou processo de fabrico. 

Para além deste requisito, já de si complicado, ainda colocou no caderno de encargos o objectivo de criarem um ferro que fosse idêntico a um blade, mas com a tolerância aos maus shots característica dos ferros de cavidade, e ainda o facto de garantir que fossem mais longos e tão ou mais suaves que os ferros já existentes no mercado. 

O que os ex-engenheiros da Ping fizeram foi criar um ferro um bastante diferente to que existia no mercado. Para obter os parâmetros de lançamento pretendidos, sabia-se que a única solução possível era que os ferros fossem ocos. No entanto, este factor leva a um problema, que é o facto de com esta solução perder-se muito em sensibilidade nas pancadas. Logo, era necessário encontrar um material que permitisse preencher este vazio, sem comprometer o “toque’’ do ferro. 

Após experimentarem com vários materiais de enchimento, desde silicone a vários tipos de colas, no final, o processo escolhido para colmatar este facto foi a injeção de um material thermoplastic elastomer’, TPE, directamente dentro da cabeça do ferro. Este material tem como característica principal o facto de praticamente não se deformar. Isto permite que se construa um ferro com uma face muito mais fina do que é normal, levando a um maior velocidade de saída de bola. 

Com as características acima descritas, a cabeça do ferro ficou mais leve, o que permitiu que se colocassem vários pesos de tungsténio  distribuídos ao longo do perímetro da cabeça do ferro, por forma a garantir a melhor distribuição de pesos possível, permitindo assim afinar a melhor localização do centro de gravidade, de foma a garantir tolerância máxima aos maus shots e as melhores condições de lançamento. 

Quanto ao processo de construção destes ferros, também seguem um conjunto de procedimentos que diferem dos utilizados por outras marcas.  Inicialmente o ferro é forjado, a partir de um bloco de aço S25C. Depois, a cabeça é maquinada de modo a criar a zona interior oca. Após esta operação é então soldada, a laser, a face do taco. Após já se estar na presença de uma cabeça oca, esta então é injectada com o tal material especial, TPE. Finalmente, num último processo, são colocados os ‘’parafusos’’/pesos de tungsténio ao longo do perímetro da cabeça. 

O problema de todas estas inovações? O custo. Cada cabeça de um ferro desta marca ronda os 300 dólates, dependendo das varetas que se escolham para acompanhar esta cabeça tecnologicamente avançada. No entanto, conhecendo todo o processo de fabrico, tecnologias empregues, o currículo dos engenheiros que os criaram e todo o investimento feito na marca, o valor elevado poderá não ser assim tão significativo quando se procura a perfeição no jogo de golfe.