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“Nada é impossível, não deixo de acreditar”
28/08/2015 19:40 Hugo Ribeiro/FPG
Leonor Bessa vai dar o "tudo por tudo" amanhã na última volta / © FILIPE GUERRA

Leonor Bessa perde terreno para líder no Internacional de Sub-18 da Bélgica

Leonor Bessa segurou hoje o top 10 mas afastou-se bastante na luta pelo título no 37.º Campeonato Internacional Juvenil da Bélgica, enquanto Inês Barbosa passou o cut e Joana Silveira foi eliminada deste torneio sancionado pela Associação Europeia de Golfe (EGA), destinado ao escalão etário de sub-18. 

Doze das 72 jogadoras conseguiram uma melhor terceira volta do que Leonor Bessa, que apresentou um cartão de 76 pancadas, 4 acima do par-72 do Old Course do Royal Golf Club of Belgium, em Ravenstein. 

Não foi, por isso, o moving day que tantas vezes acontece na penúltima jornada e de que a portuguesa de 17 anos necessitava, pois estava no 6º lugar, a apenas 4 pancadas da liderança, quando tudo era ainda possível. 

“Hoje precisava de recuperar pancadas e cometi bastantes erros que me impossibilitaram fazê-lo. Fiz três greens a 3 putts e só fiz 2 birdies, para além de falhar alguns shots do tee. Os greens, a cada dia que passa, vão ficando piores, porque estão bastante degradados, mas, enfim, é para todas”, lamentou-se a campeã nacional de sub-18, que saiu do buraco 10 e sofreu 4 bogeys nos primeiros 13 buracos, atrasando-se irremediavelmente. Só então apareceram os birdies, no 5 e no 7, mas com bogeys logo a seguir no 6 e no 8, pelo que nem foi possível ganhar algum momentum

Mesmo assim, na classificação geral, Leonor Bessa aguentou-se no top 10, descendo apenas de 6.ª para 7.ª, com 226 (+10), empatada com a francesa Laura Van Respaille e a italiana Alessia Nobilio. A diferença é que agora, com apenas 18 buracos pela frente, está a 9 pancadas da nova comandante, a checa Johanka Steindlerova (73-75-69), que hoje foi a primeira e única jogadora do torneio a bater o par do campo em três dias de prova. 

“Agora é dar tudo por tudo, para amanhã sair em grande”, resignou-se a melhor portuguesa do torneio, que este ano foi 2.ª no Campeonato Nacional de Stroke Play da Argentina e tem tudo para arrancar mais um top 10 internacional, numa competição em que tem denotado enorme espírito de sacrifício devido à entorse no pé direito que a limita visivelmente: “O pé? Com mais uma volta de golfe em cima não está a 100 por cento, mas vai aguentando. Só posso ter dores quando acabar a prova!” 

Ao GolfTattoo, afirmou: “Nada é impossível e se amanhã estiver num grande dia poderei conseguir chegar à vitória, não vou deixar de acreditar...Vou jogar o meu jogo e esperar que as coisas saiam.” 

Não admira que Leonor Bessa seja de novo a melhor portuguesa, não só pela consistência dos seus resultados em provas internacionais há um ano a esta parte, mas também porque é dois anos mais velha do que as suas compatriotas que pertencem ainda às sub-16 e estão a jogar na Bélgica com as sub-18. A surpresa agradável foi aquela volta inicial de 72 no primeiro dia que deu então a coliderança a Inês Barbosa. 

Ambas melhoraram hoje os seus resultados em relação a ontem mas enquanto Inês Barbosa passou o cut reservado às 36 primeiras e empatadas, com 233 (+17), empatada em 26.ª com a belga Margaux Appart, Joana Silveira ficou pelo caminho, no 61.º posto, com 245 (+29), o mesmo resultado da norueguesa Michelle Forsland. 

“Já tinha passado o cut este ano no Campeonato Internacional de Espanha de Stroke Play e, sim, estou contente”, disse a jogadora que no ano passado se estreou no Campeonato do Mundo Amador. 

Inês Barbosa teve uma boa reação, dado que na véspera tombara do 1º lugar que ocupava aos 18 buracos para o 27.º posto e poderia acusar a pressão de tentar passar o cut, mas as 77 pancadas de hoje, bem melhores do que as 84 de ontem, permitiram-lhe atingir esse objetivo com bastante à vontade. A campeã nacional de sub-16 teve uns bons primeiros nove buracos em 1 pancada abaixo do par, com 2 birdies (4 e 9) e 1 bogey (5). O back nine foi bastante mais complicado, com 1 duplo bogey no 17 e 4 bogeys nos buracos 11, 13, 15 e 18. 

“O resultado não traduz muito bem o que foi o meu jogo porque joguei bem no primeiro dia e hoje também, tirando os últimos buracos. Só no segundo dia joguei mal”, considerou. 

Joana Silveira, por seu lado, com 82 pancadas, melhorou em relação às 86 da véspera, embora saiba que tem jogo para muito melhor, como já provou várias vezes neste verão, com um 3.º lugar na Finlândia, 8.º na Alemanha e 11.º em Inglaterra. Hoje saiu do buraco 10 logo com 1 birdie para lhe dar esperança, mas acabou por ser o seu único do dia, acumulando depois 2 duplo bogeys e 7 bogeys. A vice-campeã nacional de sub-16 tem um grande potencial, é uma jogadora mentalmente estável e este resultado não deverá desencorajá-la. 

Na Taça das Nações, que Portugal coliderava aos 18 buracos com a República Checa, a seleção nacional feminina terminou no 9.º lugar com 471 pancadas, 39 acima do par, entre 14 equipas. Ganhou a República Checa com 447 (150-150-147), +15. 

RESULTADOS E CLASSIFICAÇÃO DAS PORTUGUESAS APÓS TRÊS VOLTAS: 

Torneio Feminino 

7.ª – Leonor Bessa, 226 (73-77-76), +10
26.ª empatada – Inês Barbosa, 233 (72-84-77), +17
61.ª empatada – Joana Silveira, 245 (77-86-82), +29 (falhou o cut) 

Taça das Nações Feminina (classificação final) 

9.º – Portugal, 471 (150-63-158), +39