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Susana Ribeiro: “Se puder fazer história, melhor”
22/04/2015 10:17 Rodrigo Cordoeiro
Susana Mendes Ribeiro em busca de proeza histórica em Santo Estêvão / © FILIPE GUERRA

Jogadora de Miramar tenta terceiro título consecutivo no Campeonato Nacional Absoluto

Amanhã, quinta-feira, Susana Mendes Ribeiro, do Club de Golf de Miramar, parte em busca do seu terceiro título consecutivo no Campeonato Nacional Absoluto, no Santo Estêvão Golfe. Nos últimos 25 anos, já houve quatro jogadoras que estiveram na mesma situação, sem nunca conseguirem o ambicionado “tri”: Teresa Matta (campeã 1993-1994); Branca Ferreira (1996-1997), Carla Cruz (2003-2004) e Joana Silva Pinto (2009-2010). (Uma ressalva: Carla Cruz e Joana Silva Pinto somaram três títulos na prova máxima do golfe amador português, já que venceram também em 2000 e 2007, respectivamente). Vencedora dos dois torneios já realizados este ano no Circuito Liberty Seguros, Susana, de 24 anos, não coloca demasiada pressão sobre ela própria para alcançar uma proeza que seria histórica. Entrevista GolfTattoo.

GOLFTATTOO – Como te sentes para a defesa do título no Campeonato Nacional Absoluto?

SUSANA MENDES RIBEIRO  Sinto-me bem, tenho andado a trabalhar umas coisas, principalmente na parte física, por isso estou confiante.

Tens noção de que partes em busca de um feito histórico. Nas últimas duas décadas e meia ninguém conseguiu vencer três vezes seguidas.

Eu já sabia, o ano passado, quando ganhei, o Rui Frazão [da Federação], disse-mo. Mas não vou à procura disso, vou jogar um dia de cada vez, jogar o meu jogo – e se ganhar e fizer história, melhor.

Tens feito alguma preparação especial?

Não. Tenho insistido mais na parte física, para conseguir corrigir alguns erros técnicos. Claro que o Campeonato Nacional é sempre importante, mas não ponho muita pressão neste torneio porque o meu trabalho vai além dele e tem de ser mais a pensar no meu futuro.

Como tens feito essa preparação física?

Com o José Pedro Almeida [ZppT Performance Center], que trabalha com as selecções nacionais e com o Portugal Golf Team; e com a Eunice Moura, em hipopressivos, que tem a ver com a respiração, a estabilização da bacia, o trabalhar o abdominal. Era uma grande lacuna que eu tinha, preciso de me focar mais na parte física, para chegar ao fim do ano em forma para jogar na Escola. 

Referes-te à Escola de Qualificação do Ladies European Tour. Nessa altura já terás assumido o estatuto de profissional? 

Não tenho timing definido. Ainda não pensei muito nisso.

Agrada-te o campo de Santo Estêvão, onde se joga o Campeonato Nacional?

Não é dos meus campos mais favoritos, mas é um campo desafiante, principalmente com vento. Não é muito o meu estilo de campo, mas vai ter de agradar. Não é muito desenhado, gosto de campos com mais obstáculos, com mais árvores.

O Tomás Silva, que por sua vez vai tentar defender o título na prova de homens, diz que Santo Estêvão é um campo que não favorece os bons jogadores, no sentido em que, sendo aberto, permite falhar à esquerda ou à direita.

Concordo, favorece os maus jogadores. Podemos falhar para muitos sítios. 

Tens feito voltas de treino em Santo Estêvão?

Fiz uma na sexta-feira, com o Fernando Serpa. Na quarta-feira [hoje] talvez ainda jogue 9 buracos. É um campo que costumo jogar. Já não ia lá há algum tempo, mas acho que está muito melhor do que estava, com greens e fairways óptimos.

Da última vez que não ganhaste o Campeonato Nacional Absoluto, ele decorreu em Santo Estêvão. Foi em 2012, numa edição em que foste vice-campeã perdendo por uma pancada para a primeira classificada, Rita Félix.

Vou sair em minha defesa: essa foi a minha melhor classificação até essa data, foi a primeira vez que fui vice-campeã. Não tenho muitas memórias dessa edição, o que me ficou mais foi que perdi por uma. Mas já venci uma vez em Santo Estêvão, em Maio de 2013, para o Circuito Liberty Seguros. Ganhei por uma à Mariana Martins.

Sim ou não: a Leonor Bessa é a tua mais perigosa adversária?

Não, é um bocado difícil de prever. Vou-me focar mais no meu jogo, isso é que é complicado de gerir, o resto não posso controlar. Não faço ideia de como estão a jogar as outras raparigas.

Com duas vitórias até ao momento no Circuito Liberty Seguros, e com o cut feito no Internacional de Portugal, deves estar satisfeita com a tua época…

Sim, comecei bem. Tive uma ligeira queda na Argentina de que não estava à espera, foi uma má fase do meu jogo, não estava confiante, estava a bater mal, por isso não correu muito bem. 

Já com duas vitórias em 2015, uma eventual novo título no Nacional dar-te-ia um registo 100 por cento positivo nas provas do calendário interno federativo e poderia lançar-te para uma época histórica.

Um dia de cada vez, um torneio de cada vez