Nas eleições da FPG, uma lista concorrente trabalha, a outra promete o Céu e a Terra
Finalmente foram conhecidos os programas das duas candidaturas à Federação Portuguesa de Golfe, cujas eleições se irão realizar no próximo dia 4 de Novembro.
De um lado, a candidatura de continuidade, com o atual secretário-geral a assumir a presidência da direção e o presidente dos últimos 12 anos a transitar para a Assembleia Geral.
Do outro, uma candidatura nova, de mudança, que procurou ser abrangente e envolver todas as forças “vivas” do golfe, e que é encabeçada por uma figura respeitada e conceituada na sociedade portuguesa.
Contudo, e apesar das enormes diferenças entre as duas candidaturas, elas surgem muito próximas em termos das orientações futuras.
Embora partam de diagnósticos opostos – para uma está tudo bem, para a outra está tudo mal – ambas as candidaturas dizem… que tudo tem de mudar.
O golfe tem de crescer (não o fez nos últimos 12 anos).
O golfe tem de apostar nos clubes (não o fez nos últimos 12 anos).
O golfe tem de apostar nos jovens (não o fez nos últimos 12 anos).
O golfe tem de apostar nas senhoras (não o fez nos últimos 12 anos).
O golfe tem de apostar nos seniores (não o fez nos últimos 12 anos).
O golfe tem de apoiar a transição para o profissionalismo (não o fez nos últimos 12 anos).
Por um qualquer milagre cósmico, agora estamos todos … de acordo!!!!
Quando assim acontece, uma situação em que ambas as candidaturas convergem no que tem de mudar, a decisão com que os delegados eleitores se confrontam acaba, no final do dia, muito dirigida à escolha entre os protagonistas:
– Qual das duas equipas dará mais garantias de fazer aquilo a que se compromete? Quem é mais credível? –
E é aqui que, vão-me desculpar, tudo isto me faz lembrar a fábula da cigarra e da formiga.
De um lado a cigarra, que promete o Céu e a Terra mas cuja leve inconsequência no passado deveria falar por si.
Do outro a formiga, que só sabe trabalhar, dá provas todos os dias, na gestão dos seus próprios clubes e das suas profissões ligadas ao golfe, e apenas consegue prometer isso mesmo ao nível da Federação.
Não tenho dúvidas que, nas próximas eleições, os delegados escolherão entre a cigarra e a formiga.
Que escolham bem.
_______________________________________
*Presidente do Clube JuveGolfe; candidato pela lista de Luis Filipe Pereira, que tem a de Miguel Franco de Sousa como adversária na eleições marcadas para 4 de Novembro