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As selecções nacionais
Crónica
30/01/2015 10:02 Tomás Gonçalves

Convocatórias precisam de ser feitas segundo critérios claros e objectivos

Portugal nos últimos anos tem registado bons resultados a nível internacional. Há que reconhecer e agradecer aos atletas todo o seu esforço e determinação. Também uma palavra aos Clubes, principalmente ao Oporto, Vilamoura e, nos tempos mais recentes, a Miramar, pelo excelente trabalho na área da formação. Deixar ainda, uma palavra de agradecimento a todos os Profissionais que têm acompanhado estes jovens e têm tido um papel crucial para o desenvolvimento da modalidade em Portugal.

A Federação Portuguesa de Golfe não ficou esquecida e não seria justo não reconhecer o trabalho que tem sido efectuado para disponibilizar verbas para que estes mesmos atletas representem Portugal nos vários torneios internacionais e para que antecedam esses mesmos torneios com estágios de preparação. Mas isto… é pouco.

Depois das muitas críticas na escolha dos jogadores e às prestações das equipas feminina e masculina no Campeonato do Mundo e do ambiente/espírito à volta das selecções, penso ser altura de rever a fundo a questão  “Selecções Nacionais”. Sim, sei que vai ser apresentado uma reestruturação das mesmas e que devem ser apresentados novos treinadores.

O problema parece-me mais profundo que isso. Não deveríamos, no âmbito da Comissão de Alta-Competição, começar a pensar em soluções para potenciar as nossas selecções? Se bem me lembro, nunca vi nenhum membro desta comissão nos torneios nacionais. Como podem estes opinar sobre convocatórias e discutir as mesmas com o treinador nacional, se nem conhecem os jogadores? Qual será a moral dos membros desta comissão para “obrigar” o treinador nacional a estar presente nessas provas? Tem algum sentido, o treinador nacional não estar presente nas competições nacionais e deixar de analisar em ambiente de competição os já poucos jogadores que temos? (Não está o actual, nem estavam os anteriores). Até hoje, não há critérios claros (pelo menos conhecidos) e transparentes para a escolha dos jogadores da nossa selecção. Não deviam os mesmos ser criados e divulgados para que depois não existam dúvidas ou suspeições à volta destes temas, evitando a criação de instabilidade no interior da equipa nacional?

Poderia estar a identificar mais pontos, mas acho que estes já são suficientes para gerar a reflexão de todos os leitores e amantes do golfe. É uma questão que devia ser amplamente debatida e liderada pela Federação, em sintonia com a AGNP e todos os clubes.

O desporto em geral, e o golfe não é excepção, são importantes para o desenvolvimento estrutural de uma sociedade porque induz disciplina, competição, rigor, trabalho, transmite valores aos jovens e ainda, não menos importante, faz bem à saúde. O desporto aliado à educação é fundamental para que os primeiros factores descritos sejam potenciados. Por isso, não consigo compreender (e é assim desde o meu tempo de atleta) por que é que muitas vezes um jogador que ainda esteja a estudar é preterido de uma convocatória em benefício de outro colega que está na modalidade a full-time, mesmo quando a sua performance é mais positiva. Neste sentido, reforço a ideia de que é preciso existirem critérios claros e objectivos que tenham em conta, sobretudo, o potencial do jogador dentro de campo.

Antes de finalizar, agradecer ao Rodrigo Cordeiro pelo convite para escrever neste excelente projecto que é o GolfTattoo e desejar as maiores felicidades a toda a equipa. 

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