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O Renascimento do berço do golfe lisboeta
Crónica
17/04/2019 10:06 Nuno Presa Cardoso

De como o Lisbon SC saiu dos “cuidados paliativos” para ser o clube que mais cresceu em associados federados em 2018      

Quem conhece a história do “Clube Inglês da Ajuda” sabe que a vida desportiva do Lisbon Club começou, pelo menos, em 1861.

No início apenas com críquete, ténis e futebol (a taça da primeira competição disputada em 1906 entre clubes de futebol está na vitrina do Lisbon) e mais tarde com o golfe.

Começou no Campo Pequeno, mudou-se para a Ajuda, passou por Carcavelos, até se fixar definitivamente em Belas. Estas mudanças constantes não beneficiaram o seu desenvolvimento mas moldaram-lhe o carácter.

Frequentado quase exclusivamente pela comunidade inglesa, manteve-se fechado às elites portuguesas. Durante largos anos, poucos foram os membros portugueses. Mesmo assim teve vários sócios ilustres, como governadores, futuros primeiros-ministros, embaixadores, pessoas que procuravam apenas jogar golfe e não um meio de exposição social.

Com a construção massiva de campos na região de Lisboa nas últimas décadas, o Lisbon Sports Club parecia fechado sob si próprio e condenado a uma sobrevivência dolorosa.

No entanto, quando olhamos para os números de 2018 da Federação Portuguesa de Golfe, constatamos que aconteceu exactamente o contrário. O Lisbon foi o clube de golfe português que mais cresceu em número de federados. Números realmente impressionantes para um clube que estava em cuidados paliativos segundo alguns pessimistas.

Mas o que aconteceu então? Qual é o elixir da juventude?

O segredo são duas palavras muitos diferentes apesar da sonoridade muito semelhante: Amor e Humor.

Comecemos pelo Amor: É impossível não amar um clube como a Carregueira. Uma instituição sem fins lucrativos, cheia de História e de histórias, implantada numa paisagem natural deslumbrante, sem casas à volta, onde os únicos ruídos que se ouvem são os pássaros e o vento (interrompidos de quando em vez por um grito lancinante após uma bola cair na regueira). Um verdadeiro paraíso às portas de Lisboa. Um clube que conseguiu sempre ultrapassar as adversidades. Quando era obrigado a mudar de casa ou quando se deu a debandada dos ingleses, depois do 25 de Abril. Um clube que conseguiu criar uma comunidade e um sentimento de pertença apesar de toda a heterogeneidade dos seus membros. Um clube que tem visto avós, pais e netos passarem este sentimento de geração em geração.

Falemos agora do humor. Uma característica britânica que herdámos e que nos permite rir dos nossos próprios defeitos. De um Driving Range onde não podemos bater Drives. De fairways estreitos e exigentes. Do Inverno escocês com a sua lama no 5. De dificuldades orçamentais constantes. Das discussões infinitas nas Assembleias Gerais.

Defeitos que nos fazem sorrir. E nos fazem lutar por um clube que precisa de nós e precisa de quem goste realmente de golfe. Do seu espírito, das suas regras e das suas tradições. De pessoas que se divertem a jogar mesmo quando acabam furiosas e dizem que nunca mais vão voltar.

Mas voltam. E continuam a sorrir.

Se quer descobrir mais e sentir na pele todo o amor e humor que faz do Lisbon um clube único, venha tornar-se sócio. Jogue um ano aqui e deixe o seu coração ser arrebatado para sempre no berço do golfe lisboeta."

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*Nuno Presa Cardoso é fundador e director criativo da agência de publicidade NOSSA. É também director do Lisbon Sports Club, com o pelouro da comunicação

**Crónica publicada originalmente no suplemento de golfe do jornal Público de 9 de Abril

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