Do pragmatismo de um caddie algarvio e os históricos do Clube de Golfe do Estoril
18h. Quinta do Lago. Meados dos anos 80. Estavam a jogar Nuno Carneiro, Rico Brito e Cunha, Jota Paula Marques e eu. Depois de alguns jarros de sangria bebidos no Gigi, fomos jogar 9 buracos.O Jota levou um caddie algarvio apelidado de "Snake". No primeiro buraco, o Jota que estava com o grip um bocado torcido, fez 9 pancadas numa espécie de golfe militar. O “Snake”, que até então não tinha dito uma palavra, disse o seguinte: “Ó senhor doutor, vamos já para o buraco 3”. E o Jota algo surpreendido perguntou-lhe porquê. O Snake, sem pestanejar, respondeu: “9 pancadas. Já jogou o 1 e o 2. Por isso, vamos já para o 3”. Lindo!
“Frô-chê” (fresh air), “rôle da fama” (hall of fame), “shot gung” (shot gun), são algumas das inúmeras expressões utilizadas pelo Marinho, Fernando, Chico, Rui, Silva, Espadinha, Ricardo, históricos caddies do Clube de Golf do Estoril, comandados pelos super-eficientes e simpatiquíssimos caddies-masters, João e Romoaldo.
Os caddies são uma instituição. Fazem falta aos clubes e ao golfe em Portugal. Respiram golfe. Têm a cultura do golfista e muitos deles são excelentes jogadores.
É só rir!
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*Profissional de golfe de ensino