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Irmãos, irmãos, competição à parte
19/12/2016 21:03 RODRIGO CORDOEIRO
Tomás e Ricardo Melo Gouveia de costas viradas hoje de manhã no Montado / © FILIPE GUERRA

Como Tomás Melo Gouveia travou “big brother” Ricardo na Taça Manuel Agrellos

Tomás Melo Gouveia está a jogar pela primeira vez a Taça Manuel Agrellos, a Ryder Cup portuguesa, entre as selecções da PGA de Portugal, de profissionais, e da Federação Portuguesa de Golfe, de amadores, como sempre no Montado Hotel & Golf Resort, em Palmela. E fá-lo com o estatuto de detentor da Taça FPG, um dos dois majors do calendário nacional, a par do Campeonato Nacional Absoluto. E fê-lo bem, por duas vezes defrontando o seu irmão mais velho Ricardo, ganhando uma e empatando outra, primeiro em fourball, depois em foursomes, em ambos os casos tendo como parceiro de jogo Vítor Lopes, seu companheiro no Clube de Golfe de Vilamoura e n.º 1 no Ranking Nacional no ano de 2015. 

Escusado será dizer que Ricardo, de 25 anos, é o melhor golfista português da actualidade e que nos últimos dois anos bateu recordes para Portugal no Challenge Tour e no European Tour, sendo actualmente o n.º 135 no ranking mundial. Mas, jogando com Pedro Figueiredo, também ele em alta, com três vitórias nos últimos dois meses, incluindo na passada sexta-feira na Grand Final Gambito Golf, torneio de encerramento do circuito espanhol de profissionais, perdeu para Tomás (de 22 anos) e Vítor por 3/1. 

“Foi uma boa lição que levou do irmão mais novo nos fourball matinais?”, pergunto a Ricardo.  “Sim, sim, foi uma boa lição. Não, eles não jogaram tão bem como eu e o Pedro do tee ao green, mas meteram uns  putts importantes e foi a diferença no match. Nos primeiros 9 buracos estivemos quase sempre por cima do match, mas depois no 7 houve ali um momento importante que eles aproveitaram bem, quando eu e o Pedro falhámos o birdie e eles conseguiram-no. A partir daí eles ganharam confiança, deram a volta ao jogo e foi difícil.” 

“Foi óptimo, foi um bom match, até quase ao fim o nível não esteve tão bem como esperávamos, mas a diferença para nós foi que nos greens e à volta deles fomos melhores”, considera Tomás, que já está a estagiar numa empresa em Lisboa depois de concluído o curso de Gestão, no Rollins College em Orlando, na Florida, onde ao mesmo tempo fez parte da equipa de golfe dos Tars competindo nos circuitos universitários norte-americanos. 

Da parte da tarde, em foursomes, Tomás e Vítor voltaram a defrontar Ricardo, mas este com um novo parceiro, outro monstro sagrado do golfe português, o seu homónimo Ricardo Santos, que aliás, juntos, venceram uma prova de pares do PGA Portugal Tour no Bom Sucesso na Primavera de 2015. Nesta partida, os amadores lideravam por 2up após 15 buracos, mas perderam o 16 e o 18 para terminarem empatados. “Jogámos melhor, cometemos alguns erros e eles recuperaram”, diz Tomás, acrescentando: “No 18 (par-3), o meu irmão dá um shot um pouco comprido à direita e eu vou para a água, ele acabam por ganhar o buraco com o par.” Bem, este foi o único (meio) ponto dos amadores esta tarde.

Os cinco fourball  matinais terminaram com a PGA Portugal em vantagem por 3-2, da parte da tarde os profissionais ganharam quatro dos cinco jogos de foursomes e colocam-se em vantagem para venceram a Taça Manuel Agrellos pela terceira vez consecutiva, isto depois de terem perdido as duas primeiras edições. O resultado da tarde foi de 4,5-0,5, pelo que o marcador indica 7,5-2,5 para os 10 singles de amanhã. Com 20 pontos em jogo, ganham a equipa que ultrapassar primeiro os 10. As coisas estão bem encaminhadas para o “tri” da PGA.