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Louis de Jager arranca com volta de 63
24/10/2019 22:30 GOLFTATTOO
Sul Africano, atual 123º classificado na Race to Dubai fez hoje 8 abaixo e lidera com 2 pancadas de vantagem © Getty Images

Sul africano lidera a 13ª edição do Portugal Masters após fazer a melhor volta da sua carreira no ET

Depois da ventania que caracterizou o Pro-Am da véspera, o 13.º Portugal Masters inciou-se esta quinta-feira (hoje) com condições meteorológicas benignas de sol, calor e pouco vento, sobretudo de manhã. Não admira que, como escreveu o press officer do European Tour, Tom Carlisle, “as condições levaram a resultados baixos no Algarve e 75 dos 126 participantes bateram o Par” do campo desenhado pelo saudoso e mítico Arnold Palmer.

O melhor exemplo de todos foi o do sul-africano Louis de Jager, que não perdeu qualquer pancada ao longo dos 18 buracos do Dom Pedro Victoria Golf Course, um percurso nas suas melhores condições de sempre para o único torneio português da primeira divisão europeia. De Jager, apenas o 123.º classificado na Corrida para o Dubai e a lutar pelo top-115 que permita-lhe manter-se na elite europeia, disparou uma ronda inaugural de 63 pancadas, 8 abaixo do Par, dispondo de uma vantagem, de 2 ‘shots’ do inglês Oliver Fisher, do australiano Jake McLeod e de outro sul-africano, Justin Walters. Todos estes quatro jogadores estão a tentar manter o cartão do European Tour para 2020 e Fisher tornou-se famoso há um ano, aqui mesmo em Vilamoura, por ter sido o primeiro jogador a cumprir uma volta de torneios do European Tour em 59 pancadas.

Os craques do torneio do Turismo de Portugal, de 1,5 milhões de euros em prémios monetários, já mostraram as suas credenciais. O antigo n.º1 mundial Martin Kaymer (alemão) surge em 12.º lugar, empatado, entre outros com o 5.º classificado na Corrida para o Dubai, Matt Wallace, com 67 (-4). Outro ex-n.º1 mundial, Lee Westwood (inglês), é 23.º com 68 (-3), num grupo que integra também o antigo n.º1 europeu Robert Karlsson (sueco) e o campeão da prova em 2015, o inglês Andy Sullivan 

Portugal está representado por dez jogadores e nenhum aproveitou as boas condições para deslumbrar, mas houve quatro a ficarem abaixo do Par, com destaque para Tiago Cruz, que, apesar de tudo, teve uma boa prestação e aparece empatado em 38.º com 69 (-2). Campeão no mês passado do Open Pro-Am da Ilha Terceira, torneio do PGA Portugal Tour, Tiago Cruz nem começou bem o dia, com 2 bogeys seguidos (nos buracos 10 e 11) mas reagiu em grande. Não perdeu mais nenhuma pancada e somou mais 4 birdies (13, 17, 18 e 8). Estas 69 pancadas de hoje são o seu terceiro melhor resultado de sempre na prova, depois de apresentar 66 na segunda volta de 2012 e 68 na primeira ronda de 2009.

Tiago Cruz que iniciou com uma volta de 69 pancadas, 2 abaixo do par, é o melhor classificado dos portugueses / Photo João Lobato

"Estou satisfeito porque comecei mal mas consegui manter a concentração e focar-me para dar a volta ao resultado negativo. Comecei com o pé direito porque 2 abaixo é um resultado satisfatório”, disse o antigo bicampeão nacional que procura passar o cut pela segunda vez no Portugal Masters, depois de tê-lo feito logo na primeira edição, em 2007. E esta é já a 12.ª participação de Tiago Cruz na prova. Só falhou em 2011.

Para além de Tiago Cruz, também João Carlota, Ricardo Melo Gouveia e Daniel da Costa Rodrigues fecharam o dia inaugural em “números vermelhos”, ou seja, abaixo do Par, todos empatados no grupo dos 57.º classificados, com 70 (-1), dentro do cut provisório.

Daniel da Costa Rodrigues estreou-se em grande em torneios do European Tour. O amador do Club de Golf de Miramar, de apenas 17 anos, já tinha brilhado em setembro ao passar o cut no Open de Portugal @ Morgado Golf Resort, do Challenge Tour, a segunda divisão europeia, e amanhã poderá repetir o feito ao mais alto njível.

“Só posso tirar boas conclusões do dia de hoje, Joguei sempre muito sólido, não cometi erros estúpidos e “patei” muito bem. Jogar com profissionais é diferente, isto é a vida deles, jogam muito e é neles que vemos a diferença e o que temos de acrescentar ao nosso jogo para podermos equiparar-nos a eles – e é o putt. Eles metem putts de todo o lado e é isso que temos de trabalhar para fazermos também”, analisou o campeão nacional amador, a viver um ano de sonho, que começou logo com o triunfo no Campeonato Internacional Amador de Portugal.

João Carlota foi o português que andou melhor classificado no dia de hoje, pois chegou a integrar o top-20 com 3 abaixo do Par. “Estou satisfeito, creio que foi uma volta muito conseguida, tendo em conta que não fui muito penalizado nos maus shots, pois recuperei bem deles. Na parte final é que cometi uns dois ou três erros”, analisou o jogador do Dom Pedro.

O grau de exigência de Ricardo Melo Gouveia é necessariamente diferente de “Dani” e de Carlota. Afinal, é o melhor português no European Tour (168.º na Corrida para o Dubai) e arrancou dois top-10 nos dois últimos anos no Portugal Masters. Não pode contentar-se com um lugar no top-60. Sobretudo quando sabe que só a vitória permitir-lhe-á assegurar de rajada a manutenção na primeira divisão europeia por uma quinta época seguida.

“Poderia ter sido melhor. Senti que joguei bem mas deixei algumas pancadas no campo. Falhei alguns putts. Por acaso estava bastante descontraído. Foi mesmo só falta de execução nos greens”, explicou o português residente em Londres. Se o Portugal Masters terminasse hoje, Ricardo Melo Gouveia seria o 167.º na Corrida para o Dubai, insuficiente para ir à Final da Escola de Qualificação do European Tour. Por isso, necessita mesmo de fazer melhores resultados nos próximos dias para acabar 2019 pelo menos no top-145 europeu.

A equipa dos campos do grupo Dom Pedro preparou o percurso como nunca, com os greens mais rápidos e duros de sempre, mais ao jeito do que se vê no PGA Tour (a primeira divisão na América do Norte). Tomás Bessa bem avisou que «esta velocidade de greens está muito acima do que nós portugueses estamos habituados. Parece que não mas muitas vezes isso coloca muito mais pressão em alguns putts em que deveríamos ser mais positivos». Os restantes portugueses estão assim classificados: 87.º com 72 (+1) Tomás Melo Gouveia e Tomás Santos Silva; 102.º com 73 (+2) Pedro Figueiredo; 111.º com 74 (+3) Tomás Bessa, Miguel Gaspar e Pedro Silva (este ultimo também um Amador de 17 anos).

O Portugal Masters prossegue sexta-feira com a segunda volta a partir das 8h00. No final do dia o top-65 (e empatados) qualifica-se para as duas últimas voltas, no sábado e domingo.