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Tomás Melo Gouveia e Tomás Bessa no top-20 do Open de Portugal
12/09/2025 02:27 Hugo Ribeiro
Tomás Melo Gouveia em actuação na primeira volta do Open de Portugal © Filipe Guerra

Foram os dois melhores portugueses no arranque da prova em Royal Óbidos

O difícil desenho de Seve Ballesteros no Royal Óbidos Spa & Golf Resort tem sido bastante positivo para os jogadores portugueses, desde que o Open de Portugal se transferiu para o Oeste em 2020.

Logo nessa primeira edição em Óbidos, em 2020, Vítor Lopes liderou nos três primeiros dias e na volta inaugural assinou um belo cartão de 7 pancadas abaixo do Par. Em 2023, antes de iniciar um calvário de lesões e cirurgia, Tomás Bessa fez ainda melhor e terminou a 1.ª ronda no topo da classificação com 9 abaixo do Par. 

Nesta quinta-feira, durante várias horas, o leaderboard foi de novo comandado por um português: Tomás Melo Gouveia chegou a andar com 6 abaixo do Par, antes de concluir a volta com 3 bogeys nos últimos 4 buracos (terminou no buraco 9). 

Mesmo assim, foi uma boa prestação de Tomás Melo Gouveia, que ficou satisfeito com as suas 68 pancadas, 3 abaixo do Par, o mesmo resultado de Tomás Bessa, integrando ambos o grupo dos 18.º classificados. 

São os melhores portugueses num primeiro dia bem positivo, com cinco dos oito golfistas nacionais a integrarem provisoriamente o lote de apurados para a segunda fase do torneio, embora esse chamado cut só seja fixado definitivamente depois da conclusão da 2.ª volta de amanhã (sexta-feira). 

Tomás Melo Gouveia disparou o seu segundo melhor resultado de sempre em Royal Óbidos, depois do 67 (-4) com que arrancou a campanha de 2024. Nessa altura, as -4 valeram-lhe o 6.º lugar aos 18 buracos. Hoje as 68 (-3) deixam-no no top-20. 

“É sempre bom sinal estar na liderança de um torneio destes”, disse aquele que foi o melhor português no ano passado (10.º classificado, com -7). 

“Não deixa de ser uma grande volta e um grande começo neste Open”, disse o jogador de 31 anos, que converteu 6 birdies nos seus primeiros nove buracos (começou do 10), mas nos segundos nove só meteu mais 1. Em contrapartida, sofreu 4 bogeys nos últimos 9 buracos e três deles foram consequência de três greens a 3 putts

“Nos primeiros nove tudo correu bem, o que foi muito bom, também não estava muito vento e estava mais fácil. Nos segundos nove também joguei bem, mas não ‘patei’ tão bem”, explicou o 98.º classificado da ‘Road to Mallorca’, o ranking desta segunda divisão do golfe profissional europeu. 

Tomás Bessa regressou este ano à competição, em fevereiro, após uma paragem de quase dois anos devido a uma cirurgia a uma mão. Em julho teve uma emocionante vitória no Campeonato Nacional de Profissionais, em Troia, o seu segundo título de campeão nacional depois do de 2020, e no HotelPlanner Tour de 2025 está a jogar o seu quinto torneio da temporada. Vem de um bom 20.º lugar (-4) na Polónia, na semana passada, e o regresso a Royal Óbidos, onde foi 6.º (-12) em 2022, enche-o de confiança. 

“Gosto muito deste campo, o ‘set-up’ deste ano está brilhante, os roughs estão altos, os greens rápidos e um bocadinho duros, acho que isso beneficia os jogadores que estão a jogar bem e é isso que quero fazer, quero estar nesse leque de jogadores”, referiu o português de 29 anos. 

“O objetivo de qualquer jogador é ganhar o torneio e após o primeiro dia mantenho esse objetivo, embora goste de focar-me shot a shot. Sei que tenho condições para fazê-lo se jogar o meu melhor golfe”, disse o jogador de Paredes, que reside no Algarve. 

Vasco Alves foi a boa surpresa portuguesa nesta primeira volta. Nunca tinha jogado abaixo do Par em Royal Óbidos e hoje apresentou um cartão de 70 (-2), graças a uma ponta final de eleição, com 5 birdies nos últimos sete buracos. O Open de Portugal at Royal Óbidos é o seu sétimo torneio da época e tem agora uma grande oportunidade de qualificar-se pela primeira vez para o fim de semana. 

“Tenho vindo a jogar um golfe muito consistente. Hoje confesso que não comecei como queria (…) e fiz alguns bogeys. No entanto, consegui manter-me bastante calmo e fiz muitos birdies, 5, do buraco 3 ao 9, o que coloca-me com um resultado de -2, o que é bastante bom”, avaliou o profissional do Oporto Golf Club, em Espinho, de 25 anos, que surge em 31.º (empatado). 

Pedro Figueiredo, o melhor português no HotelPlanner Tour (37.º da Corrida para Maiorca), igualou a sua melhor volta inaugural de sempre em Royal Óbidos. Tal como em 2021 e 2022, começou com 70 pancadas (-2), o mesmo resultado de Daniel da Costa Rodrigues, juntando-se ambos ao grupo dos 53.º classificados. 

É a primeira participação de ‘Dani’ em Royal Óbidos e a primeira no Open de Portugal desde que passou a profissional, depois de uma bonita carreira no circuito universitário americano. Em 2019, ainda como amador, e com o torneio a realizar-se no Algarve, no Morgado Golf Resort, passou o cut e foi 66.º (+5).  “Estive muito consistente, a acertar em muitos fairways e greens, foi pena o meu putt não estar afinado hoje, mas foi uma volta positiva”, analisou. 

‘Figgy’ também concordou que “em geral foi uma volta consistente”: “Não foi um resultado muito bom, mas também não é um resultado que comprometa. Penso que o (meu) jogo foi melhor do que o resultado. Dei bons shots, mas não concretizei oportunidades. (…) Nunca estive tão perto da bandeira. Não ‘patei’ mal, mas não tive muitas oportunidades de birdie de 3 ou 4 metros para dentro. Meti poucos putts, mas também não fiz nenhum green a 3 putts." 

Os restantes portugueses que, para já, estão fora do cut provisório, são Pedro Lencart, Hugo Camelo e o campeão nacional amador, João Pereira. 

João Pereira, de apenas 21 anos, joga pelo segundo ano seguido o torneio e efetuou hoje a sua melhor volta na prova, igualando o Par-72 do campo, que lhe valeu um 75.º lugar (empatado). 

Pedro Lencart é 95.º (empatado) com 72 (+1) e Hugo Camelo o 144.º e último classificado, com 82 (+11). 

O torneio é liderado pelo neerlandês Lars van Meijel, de 31 anos, o 44.º na ‘Corrida para Maiorca’, que está em Portugal a lutar para integrar o top-45 que no final do ano se apura para a Rolex Grand Final Supported by the R&A. Completou a primeira volta em 64 pancadas, 7 abaixo do Par. 

“Estou muito feliz de como joguei e do meu resultado, foi um bom dia de trabalho. Hoje estive bem com os wedges e meti muitos putts, mas tudo em geral foi bom”, disse o neerlandês que já ganhou um torneio do antigo Challenge Tour em 2019 e que em Óbidos obteve a sua melhor classificação em 2022, quando foi 22.º (-8). 

Este ano, Lars van Meijel foi 3.º classificado em Nova Deli, em março e, mais recentemente, foi 17.º (-10) na Finlândia, em agosto. 

O neerlandês é perseguido por quatro jogadores empatados com 65 pancadas, 6 abaixo do Par: o italiano Renato Paratore, o espanhol Quim Vidal, o escocês Sam Locke e o francês Mathieu Decottignies-Lafon, este último residente em Portugal há vários anos, costumando “treinar em Portugal, no Oitavos Dunes, em Cascais”, de acordo com o diretor da FPG, Miguel Gaspar. 

O 63.º Open de Portugal at Royal Óbidos é o torneio de golfe mais importante do nosso país, sendo organizado pela Federação Portuguesa de Golfe. Prossegue esta sexta-feira com a segunda volta, com saídas de dois buracos em simultâneo a partir das 7h50. No final da jornada proceder-se-á ao apuramento para os dois últimos dias de prova, reservado ao top-60 da classificação. Este ano, os prémios monetários foram elevados a 300 mil euros.