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Uns profissionais muito profissionais no Montado
20/12/2016 20:37 RODRIGO CORDOEIRO
A equipa da PGA Portugal com um "intruso", o capitão da equipa adversária, o homem que dá o nome ao troféu, Manuel Agrellos, de camisola azul / © RODRIGO CORDOEIRO

PGA Portugal vence folgadamente Federação na quinta edição da Taça Manuel Agrellos

A selecção da PGA de Portugal obteve hoje a terceira vitória consecutiva e a mais folgada de sempre em cinco edições da Taça Manuel Agrellos (perdeu as duas primeiras, em 2012 e 2013), evento que anualmente a coloca frente à sua congénere da Federação Portuguesa de Golfe, ao estilo da Ryder Cup, no Montado Hotel & Golf Resort. 

No cômputo dos 20 jogos disputados, 10 em pares (em fourball e foursomes) e 10 em singulares, com um ponto a ser atribuído por vitória e meio ponto por empate, ganhou por 14,5-5,5. Os profissionais partiram hoje para os singles a ganhar por 7,5-2,5, e acabaram por ganhar a sessão por 7-3. 

O mais extraordinário é que a PGA nem precisou do seu mais forte jogador, Ricardo Melo Gouveia, para atingir tal marca. Na verdade, este, em três jogos disputados, perdeu dois e empatou outro. Hoje perdeu por 3/2 diante do jovem madeirense Carlos Laranja, do CG Santo da Serra, que naturalmente estava em êxtase. 

“Não foi o meu melhor torneio, como é óbvio”, afirmou Melo Gouveia ao GolfTattoo. “Não estava à espera de só fazer meio ponto. O meu jogo não esteve assim tão mau, mas no putting não consegui meter. Esta é uma altura do ano em que já estou parado há três, quatro semanas, o que faz diferença, embora tenha treinado nas últimas duas.” 

Os outros dois pontos do dia para os amadores foram obtidos por Vítor Lopes, do CG Vilamoura, que hoje bateu Gonçalo Pinto por 4/3 terminando a prova com um saldo de duas vitória e um empate, sendo o único da sua equipa que não perdeu qualquer match; e por Tomás Bessa, do CG Miramar, que derrotou João Ramos no 18 por 1up. 

A vitória da PGA não surpreende, porque, como escreveu Hugo Ribeiro, do Gabinete de Imprensa FPG, na apresentação do torneio, esta foi a primeira vez que aquela equipa contou exclusivamente com dez jogadores que “sempre preferiram a competição ao ensino e exalam experiência competitiva por todos os poros”.

José Correia, presidente da PGA Portugal, capitaneou a respectiva equipa, e como homólogo “adversário” teve o homem que dá o nome ao troféu, Manuel Agrellos, ex-presidente da FPG. O sucessor deste no cargo, Miguel Franco de Sousa, eleito no início de Novembro, também esteve presente e afirmou na cerimónia de encerramento: 

“Muito de vós não saberão, mas [Manuel Agrellos] foi um homem que muito fez para que o golfe profissional e o golfe amador trabalhassem cada vez mais em conjunto. Foi provavelmente a única pessoa que foi presidente da EGA [Associação Europeia de Golfe], que regula o golfe amador na Europa, e ao mesmo tempo presidente da PGA of Europe, que representa os profissionais. Isto porque tinha uma visão muito concreta para o trabalho em conjunto entre os amadores e os profissionais. Penso que a FPG e a PGA reconhecem claramente esse trabalho e por isso mesmo esta Taça chama-se Manuel Agrellos – e o nome não podia ser mais justo.”

José Correia e Manuel Agrellos (a discursar), com Miguel Franco de Sousa na rectaguarda

A equipa de amadores da FPG

De referir que, pela primeira vez, a Taça Manuel Agrellos viu desenrolar-se em paralelo, no mesmo palco, a Taça de Portugal, o último evento do Circuito Drive, o circuito juvenil português, que leva dezenas de torneios a todos os cantos do país durante o ano, oferecendo competição a milhares de jovens. Esta reuniu em competição as equipas das regiões Centro, Norte, Sul e Ilhas, representadas por 15 jogadores cada, num total de 60 divididos por cinco escalões. 

Por isso Manuel Agrellos falou de uma “grande festa do golfe nacional”, lembrando que na sua selecção, “muito jovem”, havia quatro jogadores que são produto do Projecto Drive e que poderiam estar a jogar a Taça de Portugal se não tivessem sido convocados para a Taça com o seu nome, e que além do mais, um deles, Carlos Laranja, bateu hoje o n.º 1 português. 

“Era uma selecção muito forte a nossa”, sublinhou José Correia. “Estiveram muito bem nos dois dias, mas devo realçar a qualidade que a FPG tem. Vi aqui jovens com muita qualidade e com isso consigo acreditar que o futuro do golfe está assegurado em Portugal. No briefing do primeiro dia que fiz com os jogadores, avisei-os que os elementos da FPG estão bem preparados, que iriam estar motivados para jogar com os melhores portugueses e que por isso mereciam atenção e respeito, e foi o que aconteceu, os nossos profissionais estiveram muito empenhados, cientes da missão que tinham de cumprir. Basicamente foi isso, provámos que a selecção da PGA está mais forte, mas está mais forte também porque a FPG e os clubes e os seus profissionais fazem um bom trabalho.”

Os resultados completos podem ser consultados no site da PGA Portugal. E quanto à reportagem da Taça de Portugal – Final Drive, será publicada amanhã noutro artigo no GolfTattoo, da autoria da Hugo Ribeiro.